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5+1 :: Mark Wahlberg

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Mark Wahlberg nasceu em Massachusetts no dia 05 de junho de 1971 e foi de um tudo nessa vida. Na adolescência, teve um período de rebeldia, com envolvimento com drogas pesadas e agressões físicas. Depois, foi parar na música, onde ficou conhecido como Marky Mark, do grupo Marky Mark and the Funky Bunch – lembrando que ele foi, junto do seu irmão Donnie, um dos membros originais da boy band New Kids on the Block. Após período de sucesso, com direito a uma carreira de modelo de cuecas da Calvin Klein, Wahlberg decidiu partir para um novo desafio, resolvendo virar ator. Sua estreia foi na TV, mas conseguiu posteriormente alguns bons papéis no cinema como em Diário de um Adolescente (1995) e Medo (1996). Seu estouro se deu quando estrelou Boogie Nights: Prazer sem Limites (1997), com direção de Paul Thomas Anderson. Na esteira desse sucesso, estrelou filmes de diretores consagrados como Tim Burton, Martin Scorsese, James Gray, David O. Russell e Peter Jackson, se tornando também produtor executivo de séries famosas como Entourage (2004-2011) e Boardwalk Empire (2010-2014). Na seara dos prêmios, já foi indicado ao Oscar como Ator Coadjuvante por Os Infiltrados (2006) e como produtor de O Vencedor (2010). Pouco provável que alguém imaginaria que o modelo Marky Mark se tornaria um ator talentoso e versátil, o que exatamente vemos em sua filmografia. Em uma homenagem ao astro norte-americano, escolhemos seus cinco melhores filmes e +1, que acaba sendo esquecido injustamente.

 

Boogie Nights: Prazer Sem Limites (Boogie Nights, 1997)
Paul Thomas Anderson é um dos cineastas mais interessantes do cenário atual, algo inquestionável, seja para o bem ou para o mal. E sua grande revelação para o público se deu justamente com esta obra que trata não apenas das maledicências da indústria pornográfica como também a hipocrisia e o conservadorismo norte-americanos. No meio disso tudo temos o nosso homenageado como o protagonista deste drama recheado de humor negro. Mark Wahlberg mostra, talvez pela primeira vez em sua carreira, que poderia ir muito além do estereotipo de bonitão dos comerciais de cueca. E consegue ao personificar Eddie Adams, um rapaz “bem-dotado” (sim, exatamente isso) que é descoberto por um diretor veterano dos pornôs e transforma o garoto na estrela Dirk Diggler. Enquanto o filme discute através do sarcasmo como a indústria e a fama podem ser perigosas, vemos o apogeu e o declínio de um jovem que não sabia direito o que queria da vida submergir nas drogas e no desespero. Nas mãos de seu diretor, Wahlberg é extremamente hábil em mostrar esta transformação sem cair no clichê melodramático. Não à toa viriam outros trabalhos ainda mais sérios para ele após este longa. – por Matheus Bonez

 

Os Infiltrados (The Departed, 2006)
O talento de Marky Mark como ator pode ter sido descoberto em meados da década de 1990, mas levou um tempo até que fosse lembrado nos principais prêmios da indústria, o que veio a acontecer com este filme. Remake do excelente Conflitos Internos (2002), produzido em Hong Kong pela dupla Andrew Lau e Alan Mak, o filme do grande Martin Scorsese acompanha as trajetórias de Billy Costigan (Leonardo DiCaprio) e Colin Sullivan (Matt Damon). O primeiro é um policial que é incumbido de se infiltrar no grupo do mafioso Frank Costello (Jack Nicholson). Já o segundo é um aprendiz do criminoso e que fez seu caminho na polícia para ser o informante dele. Estruturando a história a partir desses caminhos, o filme prova ser um thriller policial incrivelmente envolvente, seja pela direção de Scorsese ou por conta dos ótimos personagens. Em meio a isso, Mark Wahlberg surge interpretando o sargento da polícia Sean Dignam, que ao lado do capitão Oliver Queenan (Martin Sheen) é com quem Billy se comunica ao longo de seu trabalho. O ator tem um tempo de tela até reduzido, mas rouba a cena quando aparece, de forma que sua indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante não foi injusta. – por Thomás Boeira

 

Os Donos da Noite (We Own The Night, 2007)
Sete anos após Caminho Sem volta (2000), Mark Wahlberg refez a parceria com Joaquin Phoenix e com o diretor James Gray nesta trama policial com toques de drama familiar. Nela, Wahlberg interpreta Joseph Grusinsky, um policial em ascensão que segue os passos do pai, Burt (Robert Duvall), um veterano da lei em Nova York. Ambos lutam contra o tráfico de drogas crescente na cidade durante a década de 80, comandado em grande parte pela máfia russa. Completando o núcleo familiar temos o irmão mais velho de Joseph, Bobby (Phoenix), gerente da boate El Caribe, cujo dono é justamente um gângster russo. Quando intimado pelo irmão e pelo pai a colaborar com as investigações, Bobby irá enfrentar o grande dilema existencial de sua vida. Filmando com a maestria que lhe é peculiar, Gray realiza uma obra de grande impacto, na veia do melhor do cinema norte-americano da década de 70, que tem em Phoenix um protagonista exemplar e encontra em Wahlberg o contraponto ideal. A dinâmica entre os atores é excelente, com este último encarnando de modo seguro a face oposta do outro, explicitando um sentimento ambíguo de desaprovação e admiração mútua, que é peça fundamental para o desenvolvimento do drama central. – por Leonardo Ribeiro

 

O Vencedor (The Fighter, 2010)
Como o título em português bem explicita, este filme conta a história de um vencedor, de um cara que tinha tudo para seguir caminhos errados, mas cuja convicção o levou à retidão. O protagonista da realização do diretor David O. Russell é interpretado por Mark Wahlberg, ator visto com restrições por muitos. Aqui ele incorpora o drama de uma pessoa que além das lutas literais, em cima do ringue, precisa brigar por espaço, inclusive no seio familiar. O irmão vivido por um esquálido Christian Bale, outrora o grande orgulho da cidade, mas que sucumbiu às drogas, atrai para si os holofotes, deixando-o ainda mais solitário. Antes de ingressar no cinema, Mark Wahlberg teve uma relativamente bem-sucedida carreira musical. Essa trajetória no mundo do entretenimento foi precedida por episódios controversos na adolescência, sobretudo atos de violência e de vandalismo, o que lhe valeu algumas prisões. Portanto, mesmo que seu personagem no longa-metragem de O. Russell não seja o encrenqueiro, ele sabe muito bem, dependendo a circunstância, os meios e as influências nefastas do qual é preciso se desvencilhar para vencer obstáculos. Provavelmente isso auxiliou na composição de um personagem forte o suficiente para que torçamos por seu êxito, seja na vida e no esporte. – por Marcelo Müller

 

Ted (Ted, 2012)
A partir de 2010, Mark Wahlberg resolveu diversificar um pouco sua carreira e passou a participar de comédias, algo ainda inédito até então. Com uma pequena ponta em Uma Noite Fora de Série (2010), o ator logo começaria a estrelar seus próprios filmes no gênero como Os Outros Caras (2010) e, seu maior sucesso até agora, Ted (2012). Com direção de Seth MacFarlane, Wahlberg vive o sossegado John, um homem que, desde criança, tem a companhia de um urso de pelúcia que, inexplicavelmente, ganhou vida. O filme é um resumo do senso de humor de MacFarlane, conhecido por ser o criador e dublador da série animada Uma Família da Pesada. Portanto, quem curte o desenho vai adorar e rolar de rir com as confusões porque passam John e seu urso Ted. Diferente de suas tentativas anteriores no gênero – nas quais o ator vivia um sujeito sério em um ambiente cômico – em Ted, Wahlberg também faz rir, concebendo um personagem que simplesmente não sabe para onde vai, nem se deseja evoluir na vida. Quem tenta acordá-lo dessa letargia é sua namorada Lori (Mila Kunis). Sucesso surpresa nos cinemas, ganhou uma continuação em 2015 que não conseguiu repetir o êxito. – por Rodrigo de Oliveira

 

+1

Três Reis (Three Kings, 1999)
Neste filme, acompanhamos a trajetória de soldados norte-americanos depois do final da Guerra do Golfo, quando eles descobrem seu lado humano. Troy Barlow, interpretado por Mark Wahlberg, é a figura de maior força dramática da narrativa, único dos quatro protagonistas que tem algo a perder ao se engajar na busca pelo ouro roubado do Kuwait por Saddam Hussein, já que acabou de ser pai. Dois anos após Boogie Nights, que fez de Wahlberg de fato um ator, encontramos aqui o ex-Marky Mark já maduro, capaz de construir um personagem rico, que parece o tempo todo controlar a intensidade de sua juventude por causa da recente entrada na vida adulta, representada pelo nascimento de sua filha. Três Reis talvez seja, ao lado de O Vencedor (2010), o melhor momento do cinema de David O. Russell, embora não seja tão lembrado. Não à toa, a dobradinha entre ator e diretor foi repetida neste último. – por Wallace Andrioli

 

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