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5+1 :: Matthew McConaughey

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Após anos oscilando por produções de caráter duvidoso – em sua maioria, comédias românticas – desde 2011 o ator vem participando de projetos mais sérios e com maior respaldo da crítica. O grande reconhecimento veio com o Oscar por Clube de Compras Dallas (2013). Aliás, por este longa o galã recebeu os mais diversos prêmios. Ao longo de sua carreira, já foram 48, além de outras 82 indicações. Nada mal para quem, após um início promissor, parecia estar destinado a estrelar trabalhos genéricos e sem muito conteúdo. Apaixonado pelo Brasil, o ator é, inclusive, marido da modelo mineira Camila Alves, com quem tem três filhos. No dia quatro de novembro, Matthew McConaughey comemora mais um aniversário e, é claro, a equipe do Papo de Cinema resolveu eleger seus cinco melhores filmes – e mais aquele que merece destaque. Confira!

 

Tempo de Matar (A Time To Kill, 1996)
Por Matheus Bonez

Ainda desconhecido de boa parte do público em 1996, Matthew McConaughey estrelou este drama que toca num dos mais venenosos temas norte-americanos: o racismo. O ator assume o papel de protagonista como o advogado que defende com unhas e dentes seu cliente, um negro (Samuel L. Jackson) que mata os dois acusados de estuprarem sua filha e aleija o policial que os protegia durante o julgamento do caso. Joel Schumacher dirige este belo filme que também conta com a presença de Sandra Bullock como a estudante de Direito e parceira do personagem de McConaughey. Ambientado no Mississippi, no sul norte-americano, conhecido pelos altos índices de crimes racias, Tempo de Matar retrata de forma sincera e violenta as perseguições motivadas por questões raciais, tanto as vítimas como também quem as defende. Há, inclusive, uma Ku Klux Klan “renovada”. Em meio a isso tudo, McConaughey mostra sua força como protagonista e o porquê de ter sido chamado de “jovem Paul Newman“, algo que ia muito além da semelhança física, mas também no talento, ainda que tivesse muito o que aflorar.

 

Contato (Contact, 1997)
Por Thomas Boeira

Ficção científica ambiciosa e até subestimada, Contato acompanha a história da astrônoma Ellie Arroway (Jodie Foster), que ao lado de seus colegas busca incansavelmente captar alguma forma de vida extraterrestre, tarefa difícil quando o financiamento de seu projeto é cortado e poucos acreditam em seu sucesso. O filme aproveita bem o trabalho esforçado de sua protagonista para desenvolver uma narrativa que foca bastante nas ideias que sua história tem em mãos, resultando em discussões instigantes sobre ciência e o universo em si, o que inclui até mesmo a insignificância do ser humano diante da grandiosidade na qual vivemos (“Se só nós existimos, é um grande desperdício de espaço”, diz Ellie em determinado momento). Em meio a isso, Contato ainda consegue inserir religião e a existência de Deus na discussão, algo que vem à tona graças à figura do teólogo Palmer Joss, interpretado com carisma e segurança por Matthew McConaughey, que ainda tem uma dinâmica muito interessante com Jodie Foster, o que se deve em parte pelo fato de as crenças de Palmer e Ellie serem opostas umas das outras. Inicialmente, a atuação de nosso homenageado pode ser discreta, mas acaba se revelando importante por tudo o que adiciona ao filme.

 

Killer Joe: Matador de Aluguel (Killer Joe, 2011)
Por Yuri Correa

Dirigido por William Friedkin, Killer Joe traz uma trama simples que, na verdade, não é tão interessante quanto ver seus personagens inseridos nela. Todo o filme é divertido e ritmado, mas hão de admitir que após assisti-lo, costuma-se recomendá-lo apenas por seu desfecho; a já icônica cena da coxinha de galinha constitui um dos clímax mais bem bolados, absurdos e divertidos dos últimos anos, além de compor uma passagem inusitada e eficiente que, apostando num crescente de caos, dá oportunidade para todo o elenco se destacar. Especialmente, claro, o nosso homenageado, que com este trabalho marcou definitivamente sua guinada para uma carreira promissora, longe das comédias românticas que vinha protagonizando. Desde então esteve à frente de projetos como Amor Bandido (2013), a série True Detective (2014) e o aclamado Clube de Compras Dallas (2013), pelo qual recebeu o Oscar neste ano. Sempre com seu sotaque texano inerente, é incrível o número de facetas que McConaughey consegue assumir, sendo essa aqui em Killer Joe uma particularmente divertida pelos dogmas do personagem, que apesar de um assassino, possui suas próprias diretrizes.

 

Amor Bandido (Mud, 2013)
Por Marcelo Müller

É impressionante a transformação sofrida pela carreira de Matthew McConaughey de uns tempos para cá. De figurinha carimbada em comédias românticas, com esparsos trabalhos que lhe exigiam um pouco mais do que simplesmente ser o par romântico de alguém, o ator passou a um dos mais elogiados da atualidade, e com muito mérito. Um dos papeis recentes que estofam realmente o currículo de McConaughey, que lhe dão substância, é o do protagonista de Amor Bandido, filme dirigido por Jeff Nichols. Mud é um cara para lá de enigmático, fugitivo isolado em uma ilha, perseguido por algozes, mas cujo objetivo principal é retomar seu grande amor. Dois garotos se tornam seu contato com o mundo, e ele vira farol ao menos para um deles. A devoção do protagonista por sua amada Juniper (Reese Witherspoon), bem como a obstinação para reencontrá-la, anda em paralelo com o crescimento de Ellis (Tye Sheridam), esse garoto que toma o forasteiro quase como o pai que lhe falta. Matthew McConaughey é o grande responsável por fazer de Mud uma figura ambivalente, acossado seriamente por um perigo real, mas completamente focado no resgate de seu amor, nem que para isso seja preciso derrotar gigantes ou mesmo moinhos de vento.

 

Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club, 2013)
Por Rodrigo de Oliveira

Clube de Compras Dallas é a coroação do novo momento da carreira de Matthew McConaughey. Depois de ter desperdiçado seu talento em produções que pouco o exigiam, o ator finalmente conseguiu dar a volta por cima e engatar diversos trabalhos interessantes. Dentre eles, Clube de Compras Dallas é o mais surpreendente. No filme, dirigido por Jean-Marc Vallé, McConaughey vive um homem perdido. Preconceituoso, desagradável, petulante. Ron Woodroof é isso e muito mais. Quando descobre que está com AIDS, a vida do cowboy vira de cabeça para baixo. A trama se passa nos anos 80, quando o diagnóstico do HIV positivo era praticamente uma sentença de morte. Sem outra saída, Woodroof busca medicamentos para sobreviver e acaba desafiando a política vigente para fazer com que ele – e outros que sofrem com doenças – possam ter maior tempo de vida. Emagrecendo assustadoramente e fazendo uma dobradinha sem igual com um inspiradíssimo Jared Leto, Matthew McConaughey conseguiu sua primeira indicação – e vitória – no Oscar 2014. Louro merecido por um trabalho ímpar.

 

+1

 

Magic Mike (2012)
Por Robledo Milani

Ele não é o Mike, e muito menos mágico. Mas é o homem responsável por criar as condições para que essa história inspirada em fatos reais finalmente conseguisse se tornar realidade. Se o longa se tornou notório pelos mais diversos motivos, seja por ser um dos últimos dirigidos por Steven Soderbergh, por se basear em experiências pessoais do protagonista Channing Tatum ou pelo incrível sucesso de bilheteria – em torno de US$ 167 milhões em todo o mundo, aproximadamente 24 vezes o valor do seu custo! – é importante não esquecer também sua importância estratégica para a carreira de Matthew McConaughey. No papel de Dallas, o dono do clube de strip-tease masculino que abre as portas para o novato em busca de fama e sucesso, o astro deu um dos seus primeiros passos rumo ao reconhecimento crítico, resgatando um respeito que há muito parecia perdido dentro da indústria hollywoodiana. Seu desempenho foi reconhecido como o melhor ator coadjuvante do ano no Independent Spirit Award, no Círculo de Críticos de Cinema de Nova York e na Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos EUA, isso sem falar que, já passado há muito dos 40 anos, ele se apresentou com um físico que em muitos momentos despertou mais interesse do público – masculino e feminino – do que muitos dos seus colegas de elenco (alguns com até vinte anos a menos do que ele)! Isso, sim, é sucesso, não?

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.

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