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5+1 :: Michelle Pfeiffer

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Bela, talentosa e do mundo. Indicada a três Oscar, vencedora de um Globo de Ouro, de um BAFTA e de um Urso de Prata em Berlim. Essa é Michelle Pfeiffer, atriz nascida em 29 de abril de 1958, em Santa Ana, Califórnia. Sua carreira começou na televisão no finalzinho dos anos de 1970 e seu primeiro papel de destaque no cinema foi na continuação de Grease: Nos Tempos da Brilhantina (1978), Grease 2 (1982), produção que tentava lucrar em cima do sucesso do filme original, mas sem o mesmo talento. Logo depois, como coadjuvante de Al Pacino em Scarface (1983), Pfeiffer começou a mostrar que tinha jeito de estrela. No mesmo ano em que foi indicada pela primeira vez ao Globo de Ouro, por De Caso com a Máfia (1988), fez também seu debut na festa do Oscar, com sua grande performance coadjuvante em Ligações Perigosas (1988). Não demorou nada para que ela vencesse sua primeira estatueta na festa da Academia, logo no ano seguinte, como a protagonista de Susie e os Baker Boys (1989). Passeando muito bem pelo drama, pela fantasia, pelo musical e pela comédia, Pfeiffer sempre foi muito cuidadosa com os papéis que escolhe, embora tenha deixado passar dois grandes personagens: Clarice Starling, em O Silêncio dos Inocentes (1991), e Catherine Tramell, em Instinto Selvagem (1992). De qualquer forma, mesmo dispensando bons filmes, outros ótimos trabalhos se mostraram presentes em sua filmografia, como podemos atestar neste 5+1 especial para esta estrela de primeira grandeza em Hollywood.

 

Ligações Perigosas (Dangerous Liaisons, 1988)
Michelle Pfeiffer estava fechando a primeira década da sua carreira quando foi convidada para o papel da jovem e inocente Madame de Tourvel, a aristocrata apaixonada que acaba no meio do jogo de interesses e traições comandado pelo Visconde de Valmont (John Malkovich) e a Marquesa de Merteuil (Glenn Close). Aparentemente indefesa entre a lábia de um e as falsas intenções da outra, Pfeiffer é o ponto de identificação com o espectador nesta aclamada adaptação do polêmico romance de Chordelos de Laclos, levada às telas com maestria pelo inglês Stephen Frears. A estrela receberia sua primeira indicação ao Oscar – como Coadjuvante – por este trabalho de alto impacto, mostrando que, mesmo já tendo trabalhado sob o comando de mestres como Brian De Palma e George Miller, ela ainda tinha muito a explorar no seu próprio talento. Vencedora do Bafta e reconhecida pela Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos EUA como uma das melhores atuações do ano, o que a nossa homenageada faz aqui talvez não seja páreo para a verdadeira protagonista da história – Close, em desempenho irretocável – mas ainda assim é suficiente para eclipsar nomes como Uma Thurman ou Keanu Reeves, dos quais poucos lembram neste projeto. – por Robledo Milani

 

Susie e os Baker Boys (The Fabulous Baker Boys, 1989)
Apesar de já ter participado de diversos longas importantes até então, talvez tenha sido este o trabalho que realmente elevou Michelle Pfeiffer ao patamar de estrela. No papel de Susie Diamond, Pfeiffer se firmou não só como símbolo de beleza, mas também como uma atriz versátil e capaz de segurar o peso de ser a grande protagonista. Uma capacidade que foi reconhecida com sua segunda indicação ao Oscar, a primeira na categoria principal, e a vitória no Globo de Ouro. Na trama escrita e dirigida por Steve Kloves, os irmãos Frank e Jack Baker – interpretados por Beau e Jeff Bridges, irmãos na vida real – formam uma dupla de pianistas em decadência que apresentam músicas genéricas em bares cada vez mais vazios. Para tentar mudar sua sorte, os Baker Boys resolvem contratar uma cantora, e após uma longa seleção optam pela ex-acompanhante de luxo e aspirante a artista interpretada por Pfeiffer, que logo irá conquistar o público e também o coração de Jack. Além da beleza e do carisma inegáveis, ela demonstra uma enorme desenvoltura no quesito musical, como na sequência mais emblemática do longa, na qual trajando um insinuante vestido vermelho interpreta “Makin’ Whoopee” sobre o piano de Jeff Bridges. – por Leonardo Ribeiro

 

Batman: O Retorno (Batman Returns, 1992)
O primeiro Batman (1989) já havia sido um grande sucesso, seja pela atuação contida de Michael Keaton ou o impagável Coringa de Jack Nicholson. Mas faltava um fator feminino forte ali. Pois no segundo filme do homem morcego não são apenas o visual criado por Tim Burton para Gotham City ou o Pinguim definitivo de Danny DeVito os destaques. Quem rouba toda a atenção aqui é a nossa homenageada na personificação imbatível de Selina Kyle, a Mulher Gato. De solitária tímida e retraída do início do filme até a fetichista psicótica que tem uma relação dúbia com Batman, Michelle Pfeiffer se entrega profundamente à personagem, trilhando uma trajetória totalmente crível e de acordo com o que vemos na tela. Sem Pfeiffer, não há Selina neste filme e é justamente ela que conduz todas as ações realmente interessantes da história que está sendo contada na tela. Com seu uniforme de latéx, a postura sexy e a loucura inseridas nesta mulher que não é nem vilã nem heroína, Michelle transforma Selina num arquétipo que não apenas mexe com a cabeça de homens e mulheres que a desejam como também de pessoas que sonham em ser como ela. Icônica, para dizer o mínimo. – por Matheus Bonez

 

A Época da Inocência (The Age of Innocence, 1993)
A aristocracia que Martin Scorsese mira neste filme baseado no livro de Edith Wharton é revestida de elegância. O espírito da época, que o cineasta norte-americano tão bem captura, inclusive no impressionante plano-sequência visto no começo da história, está presente no figurino, nos cenários, mas, sobretudo, na superfície do comportamento dos personagens. Michelle Pfeiffer interpreta a Condessa Ellen Olenska, mulher que retorna aos Estados Unidos após separar-se do marido na Europa. A sensualidade da nobre mexe profundamente com Newland Archer (Daniel Day-Lewis), respeitado advogado que está de casamento marcado com a jovem May Welland (Winona Ryder). No emaranhado de sensações e problemas que decorrem do envolvimento do homem comprometido com a recém-chegada, destaca-se a personalidade hipnótica da forasteira, o magnetismo de seus olhares e gestos. Claro que a beleza natural de Michelle Pfeiffer ajuda na construção dessa figura tão enigmática quando encantadora, que representa ao apaixonado um passo, ao mesmo tempo, em direção ao amor e ao abismo.  Contudo, não fosse o talento da atriz, seus atributos físicos seriam insuficientes para justificar a inevitabilidade do enamoramento ao espectador. Pfeiffer nos permite entender melhor as atitudes de Archer, a quem sobram poucas alternativas diante dessa mulher que deseja ser sua. – por Marcelo Müller

 

Stardust: O Mistério da Estrela (Stardust, 2007)
Esta é uma produção cujo final já conseguimos prever logo no começo. No entanto, aqui uma fala do grande crítico Roger Ebert merece ser mencionada: “Não importa sobre o quê é o filme, mas sim como ele é”. E a forma como este trabalho de Matthew Vaughn se desenvolve encanta profundamente. A história apresenta o jovem Tristan Thorn (Charlie Cox, o atual Demolidor), que aposta com Victoria (Sienna Miller) que se ele lhe trouxer uma estrela cadente, ela se casará com ele. Mas o que parece ser uma estrela é, na verdade, a bela Yvaine (Claire Danes), e juntos os dois entram em uma aventura envolvendo irmãos que disputam o trono do rei de Stormhold e bruxas que querem restaurar sua juventude. Aventura essa que diverte imensamente, representando uma jornada adorável ao lado de ótimos personagens. Aqui, Michelle Pfeiffer ficou com o papel da vilã Lamia, a líder das bruxas. A atriz claramente se diverte compondo a maleficência da personagem – seja com ou sem maquiagem, funcionando maravilhosamente bem dentro do que o projeto precisa. – por Thomás Boeira

 

+1

Uma Lição de Amor (I Am Sam, 2001)
Michelle Pfeiffer se acostumou a ser protagonista em sua carreira. Fez papéis de coadjuvante em grandes produções como Scarface (1983) e Ligações Perigosas (1988), mas o sumo de sua vida em frente às câmeras foi como protagonista. Em 2001, no entanto, a atriz emprestou seu talento para um papel pequeno, mas saboroso. Nesta produção comandada por Jessie Nelson, ela interpreta a advogada Rita Harrison, personagem que entra quase na metade do filme. Ela é contratada por Sam, vivido por Sean Penn, um homem de baixo Q.I. que vê sua filha ser retirada de seu convívio sob a acusação de ele não poder criá-la apropriadamente. Pfeiffer aqui vive uma mulher dividida. Ela é ótima no que faz, mas tem uma casa em ruínas. Sua relação com o filho é distante, seu marido é praticamente uma figura decorativa. Ao observar o amor que Sam tem pela filha, algo muda dentro daquela pessoa. E ela fará de tudo para convencer o tribunal de que “tudo o que precisamos é amor”. A produção ficou famosa pelo uso de canções dos Beatles em sua trilha e pela indicação ao Oscar de Sean Penn, mas Uma Lição de Amor merece ser lembrado também pela incrível performance de Michelle Pfeiffer. – por Rodrigo de Oliveira

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