Natalie Wood estava beirando os 30 anos quando protagonizou esta adaptação da peça do dramaturgo Tennessee Williams, dirigida pelo cineasta Sydney Pollack. Parece pouco, mas para quem iniciou a carreira ainda criança, era um momento decisivo para mostrar que havia maturidade e talentos suficientes para interpretar personagens ainda mais complexas, caso de Alva, a moça mais cobiçada de uma cidadezinha norte-americana. Ambientada nos anos 30, a trama intercala a crítica social sobre o período conhecido como Grande Depressão, simbolizado pelo personagem de Robert Redford, que chega para entregar cartas de demissão aos trabalhadores da ferrovia local. Persona non grata pela maioria dos moradores, ele logo conquista os olhares de Alva, que passa a se ver dividida entre a paixão pelo forasteiro e o casamento arranjado (pela mãe) com um homem rico. Em tempos de vacas magras, a garantia de um futuro tranquilo no âmbito financeiro pode falar mais alto. A excelente atuação de Wood, sedutora na medida certa, vem acompanhada por uma ótima direção de arte que exala todo o charme do texto de Williams, sempre atento às emoções e crises do seu tempo. – por Bianca Zasso