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5+1 :: Robert Pattinson

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Inexpressivo, sem graça, dono de um papel só. Em menos de cinco anos, Robert Pattinson pode ter sido injustiçado pela crítica e pelo público que torcem o nariz para a Saga Crepúsculo justamente pelo preconceito com seu papel como o vampiro Edward. Ora, todos sabem que, se até cineastas como Bill Condon ou o ator Michael Sheen cometeram um passo em falso ao participar da série, como julgar um astro em franca ascensão como Pattinson, que, até então, conseguiu justamente com a fama como o protagonista vampiro ter cacife para escolher papéis melhores em outras produções?

Nos últimos anos, Pattinson tem se esforçado para aparecer em projetos que o distanciem da imagem de galã adolescente. São títulos como The Rover: A Caçada, de David Michôd, Mapas para as Estrelas, mais uma parceria com David Cronenberg, e Rainha do Deserto, do célebre Werner Herzog, entre outros. Para comemorar o aniversário do jovem neste dia 13 de maio, a equipe do Papo de Cinema encarou a missão de escolher seus cinco melhores filmes – e aquele que merece ser lembrado – que vão muito além do vampiro Edward. Confira!

 

Poucas Cinzas: Salvador Dalí (Little Ashes, 2008)
Por Robledo Milani

No mesmo ano em que Robert Pattinson conquistou adolescentes de todo o mundo como o vampiro Edward Cullen de Crepúsculo (2008), ele deu um passo muito mais ousado e corajoso em sua carreira ao dar vida ao pintor surrealista Salvador Dalí, neste drama espanhol dirigido pelo inglês Paul Morrison. Apesar da referência no título nacional, o verdadeiro protagonista é o escritor andaluz Federico García Lorca (Javier Beltrán), e o centro da ação está na juventude dos dois e do principal amigo deles, o cineasta Luis Buñuel (Matthew McNulty). A história, baseada em uma profunda pesquisa apoiada por fatos verídicos, não se exime em narrar a paixão avassaladora que surge entre Lorca e Dalí e o consequente ciúme protagonizado por Buñuel. Pattinson, ainda um ator em formação, está mais à vontade nos momentos em que o artista começa a dar vazão à sua notória excentricidade, compondo um personagem não isento de nuances, que esconde muito mais do que seus gestos grandiosos e atitudes tempestuosas poderiam anunciar. Ainda que o filme sofra de alguns percalços, a obra se valida pelo resgate histórico e por esse registro de um intérprete que, antes mesmo da popularidade global, se revelava comprometido com o ofício artístico.

 

Lembranças (Remember Me, 2010)
Por Willian Silveira

Quando um prédio desaba, desaba junto toda uma nação. É dos escombros de um 2001 sombrio que parte Lembranças. No segundo trabalho para o cinema do diretor de televisão Allen Coulter (Hollywoodland: Bastidores da Fama, 2006), temos Robert Pattinson como Tyler, o filho rebelde de um empresário bem sucedido. Ao tentar explorar a conduta de um adolescente mimado, Pattinson encontra um dos grandes desafios de sua carreira: a relação familiar em ruínas, o futuro profissional inconstante e a vida privada despedaçada. Isso até o momento em que surge Ally (Emilie de Ravin). Não menos complicada que o personagem de Pattinson, a jovem estabelece uma reviravolta na cabeça do protagonista. Em meio a uma história que não se decide pelo tema central, um turbilhão de sentimentos toma a dianteira, guiando os espectadores a um caminho de descobertas – inevitavelmente nebuloso.

 

Água Para Elefantes (Water for Elephants, 2011)
Por Rodrigo de Oliveira

Depois de fazer sucesso com os três primeiros filmes da Saga Crepúsculo, Robert Pattinson escolheu um caminho pouco ousado para seguir sua carreira cinematográfica. Mais um romance, baseado em um livro de sucesso. Desta vez, Água para Elefantes, best-seller escrito por Sara Gruen e adaptado para as telonas pelo diretor Francis Lawrence. Apesar de soar como uma tática acomodada, o ator entrega uma de suas melhores performances vivendo o estudante de veterinária Jacob, rapaz que embarca no trem do circo Benzini e começa uma história de amor com a bela artista Marlena (Reese Whiterspoon). O ciumento marido da moça, o explosivo August (Christoph Waltz), não gostará nada desta situação, ainda que Jacob se mostre hábil em treinar a elefante do espetáculo, Rose. O casal principal, é verdade, não apresenta química muito forte, mas as cenas trocadas entre o jovem astro e o oscarizado Waltz mostraram talento por parte de Pattinson. Nada fácil fazer frente ao coronel Hans Landa, de Bastardos Inglórios (2009), em mais uma performance acima da média. O jovem ator consegue convencer e cativar o espectador, tarefa indispensável para a fruição deste romance comandado de forma competente por Francis Lawrence.

 

Bel Ami: O Sedutor (Bel Ami, 2012)
Por Matheus Bonez

O ano de 2012 foi “a saideira” de Robert Pattinson da Saga Crepúsculo. Não seria correto, ético ou, inclusive, verdadeiro afirmar que o ator dava adeus com todo prazer (ainda bem) ao vampiro Edward, mas melhores escolhas de papéis foram tomadas a partir do fim da série no cinema. Enquanto Cosmópolis (2012) ainda não era lançado, mostrando todo seu potencial como ator, o público já podia conferir outra face realmente sexy de Pattinson, com direito a uma real profundidade, em Bel Ami. Ao lado de beldades como Uma Thurman, Kristin Scott Thomas e Christina Ricci, Pattinson não é apenas sedutor como o título faz questão de ressaltar, mas humano. Totalmente o oposto do que Pattinson vinha fazendo com o vampiro nos filmes voltados a um público mais juvenil. Seu Georges Duroy, alpinista social que descobre na tarefa de seduzir mulheres da alta sociedade um meio de ascender à riqueza, é recheado de idiossincrasias, ainda que a história trate as situações de maneira um pouco ingênua – talvez pela própria inexperiência dos diretores e roteirista. Porém, Bel Ami foi um belo passo na carreira do jovem ator, mostrando que talento e vontade de crescer nas telas é o que não lhe falta.

 

Cosmópolis (2012)
Por Dimas Tadeu

Você precisa dirigir um filme sobre um mundo pós-apocalítico, sendo levado à ruína pelo próprio sistema em que funciona, no caso, o capitalismo. Seu protagonista deve ser cheio de si, bem sucedido e poderoso, embora não faça a mínima ideia do porque de nada disso, nem mereça qualquer desses predicados. É claro que escolher um grande ator seria uma bela saída, mas… por que não brincar com a realidade fora da tela e, sendo cinema, usar da metalinguagem e escolher alguém cuja cabeça já funciona igual ao do personagem? Foi o que David Cronenberg fez ao escalar Robert Pattinson para o papel principal de Cosmópolis. A escalação é tão genial que qualquer coisa que o ator fizesse seria apropriado: atuar bem, mal, falar alto ou baixo… só precisava ser ele. Talvez o filme mais “artístico” de Pattinson, Cosmopolis é também um dos mais memoráveis, pois o consagra como ator cult justamente por explicitar suas idiossincrasias pessoais. Um belo exemplo de como é possível atuar bem apenas “sendo você mesmo”. E sem o menor medo do ridículo. Um filme imperdível.

 

+1

Harry Potter e o Cálice de Fogo (Harry Potter and the Goblet of Fire, 2005)
Por Yuri Correa

Quarto filme de uma das franquias de maior sucesso da história do cinema, Harry Potter e o Cálice de Fogo traz de volta o jovem bruxo do título vivido por Daniel Radcliffe, desta vez tendo que enfrentar sua misteriosa seleção para um torneio interescolar de bruxaria. Acontece de o garoto ser escolhido como campeão de Hogwarts ao lado de Cedrico Diggory, interpretado pelo próprio Pattinson, então em seu primeiro papel de destaque no cinema. Longe do show de horrores performáticos de que faria parte mais tarde na Saga Crepúsculo, aqui o ator teve a chance de andar em meio ao desfile dos mais renomados atores e atrizes do teatro e do cinema britânico. Embora sua participação seja pequena – mas importante – para poder se avaliar ao certo, Pattinson não fez feio. Depois que virou Edward, poucos ainda lembram que foi em uma série de filmes realmente bons que surgiu o nome de Robert Pattinson.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.

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