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5+1 :: Robin Wright

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Ela é a poderosa primeira-dama da série House of Cards, vencedora do Globo de Ouro por sua performance neste hit produzido pelo Netflix. Mas muito antes de participar desse jogo de gato e rato com seu parceiro de cena Kevin Spacey, Robin Wright já preenchia a tela com seu talento e beleza ímpares. O primeiro papel de destaque no cinema desta texana nascida em 08 de abril de 1966 foi na fantasia dirigida por Rob Reiner, A Princesa Prometida (1987). Depois, viveu alguns personagens interessantes em produções como Um Tiro de Misericórdia (1990, no qual conheceu Sean Penn, com quem teve um casamento que durou 14 anos, período em que acrescentou o nome do esposo ao seu nome artístico); Romance Proibido (1992) e A Revolta dos Brinquedos (1993). Mas seu grande estouro foi em Forrest Gump: O Contador de Histórias (1994), sucesso absoluto de bilheteria, vencedor de 6 Oscars e que lhe rendeu sua primeira indicação a Melhor Atriz no Globo de Ouro. Muito seletiva, recusou diversos papéis nos anos seguintes, sempre à escolha de algo que lhe desafiasse como artista. A consagração pode ter chegado um tanto tardiamente com seu papel em House of Cards, mas a atriz já deve engatilhar outros personagens de destaque em produções grandiosas como Mulher Maravilha e Blade Runner 2. Para homenagear esta competente atriz, a equipe do Papo de Cinema se reuniu para escolher as melhores produções estreladas por Robin Wright – e mais uma, que merece ser redescoberta. Confira!

 

A Princesa Prometida (The Princess Bride, 1987)
Este foi apenas o segundo longa na carreira de Robin Wright e, logo cedo, já despontava como uma atriz de destaque. Misturando romance, fantasia e comédia, o filme de Rob Reiner mostra a história da jovem Buttercup (Wright) e de seu ajudante, Westley (Cary Elwes), que são apaixonados um pelo outro. Mas ele é atacado e dado como morto durante a jornada atrás da fortuna que possibilitaria o casamento deles. Anos depois, Buttercup se casa com o odioso Príncipe Humperdinck (Chris Sarandon) e precisa lidar com o retorno de seu amado Westley como um cavaleiro mascarado. Tudo isso, na verdade, é um conto de fadas contado por um homem ao seu neto, e Rob Reiner aproveita maravilhosamente os elementos da história para conceber uma obra absolutamente adorável. Como Buttercup, Robin Wright tem um carisma essencial para que nos importemos com a personagem e seu destino, sendo que ela é a mocinha indefesa clássica de histórias do gênero, o que não chega a torná-la menos interessante. Claro que o grande Inigo Montoya de Mandy Patinkin praticamente rouba o filme, mas em seu primeiro papel de destaque a atriz já exibiu uma segurança admirável e que tem mostrado ao longo da carreira. – por Thomás Boeira

 

Forrest Gump: O Contador de Histórias (Forrest Gump, 1994)
Vencedora de 6 Oscars, incluindo Melhor Filme, Direção e Ator, quando se fala desta produção raramente se encontra espaço para comentários sobre a participação de Robin Wright no papel da emblemática Jenny que, afinal, é a grande motivadora da história do protagonista. Lançada em A Princesa Prometida (1987), a atriz tem de servir a esse projeto não como a donzela que era no longa-metragem de Rob Reiner, mas como o ideal de uma. Forrest (Tom Hanks) a enxerga assim, alheio aos defeitos e impulsos destrutivos da amiga e eterna paixão. De certa forma, Wright sintetiza em Jenny a relação de Gump com o resto das pessoas, sempre dispostas a entrar em guerra, a se acovardar e seguir e adorar figuras despóticas. Ao mesmo tempo, ela tem de transparecer a bondade e o amor que inspiram Forrest, e que ele também insiste em encontrar no restante da humanidade. Tamanha versatilidade e sutileza deveriam ter garantido à intérprete ao menos uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, o que nunca veio, e atrasou em quase 20 anos o seu reconhecimento no mundo como a excelente atriz que é. – por Yuri Corrêa

 

Uma Casa no Fim do Mundo (A Home at the End of the World, 2004)
Na figura do triângulo, o espaço é limitado por três pontos ligados por três retas que formam três lados e três ângulos internos. De cada ângulo há um ponto de vista que só pode ser experimentado se o observador deixar sua posição original para assumir algum ponto oposto. Se a matemática explica o mundo, esta perspectiva geométrica móvel é a habilidade essencial ausente em Clare (Robin Wright) que, apesar de libertária, sucumbe ao triângulo amoroso estabelecido com Bobby (Colin Farrell) e Jonathan (Dallas Roberts) em 1982 em Nova York. Independente, esclarecida e sonhadora como são os hippies que sobreviveram à ascensão utópica dos anos 1960 e à queda da década posterior, Clare se esforça para ligar os pontos de um trilátero cuja estruturação começou 15 anos antes, quando Bobby e Jonathan deram início a uma intimidade quase inabalável. Porém, sem conseguir se colocar no lugar do outro, Clare perde a mobilidade no triângulo. Wright confere leveza a Clare, aliviando o peso dos rapazes. Porém, nem mesmo seu frescor hippie remanescente garante o desapego emocional exigido em uma relação tripartite. No filme escrito por Michael Cunningham, autor de As Horas (2002), os clichês da diversidade sexual são colocados à prova constantemente. – por Danilo Fantinel

 

A Vida Íntima de Pippa Lee (The Private Lives of Pippa Lee, 2009)
Robin Wright nunca foi uma estrela de primeira grandeza. Sempre relegada à papeis de coadjuvante ou como protagonista em produções de pouco destaque, por muito tempo ficou conhecida apenas como a esposa de Sean Penn. Uma ideia totalmente errônea que uma produção destas comprova, já que é seu talento que conduz toda a história. E olha que estamos falando de um elenco que conta com nomes como Alan Arkin, Monica Bellucci e Maria Bello. Mas é no papel desta mulher que está de saco cheio do casamento com um homem 30 anos mais velho e a falta de perspectivas futuras que Wright demonstra toda a sua força nas telas. É com um olhar quase apático que percebemos o quão sua Pippa Lee está prestes a explodir. Ela é uma panela de pressão ambulante que não sabe para onde vai e se questiona a todo momento, especialmente lembrando episódios do passado que surgem como traumas em maior e menor grau. É tanto carisma nesta atuação extremamente humana que esquecemos que ali está uma grande atriz: antes de mais nada, ela é uma pessoa de verdade. E conseguir passar esta sensação pela magia do audiovisual não é tarefa para qualquer um. – por Matheus Bonez

 

O Congresso Futurista (The Congress, 2013)
Robin Wright é a mãe solteira de dois filhos, um deles com delicados problemas de saúde, e amarga o ostracismo de uma carreira que já foi brilhante e que se distancia cada vez mais de seu auge. Sem qualquer trabalho relevante em muitos anos, seu agente e o estúdio que a representa (curiosamente nomeado Miramount) sugerem uma nova tecnologia para capturar sua imagem e emoções digitalmente para futuros filmes. Assim, ela nunca mais precisaria atuar novamente, enquanto sua personalidade virtual se tornaria a protagonista de incontáveis produções e teria exclusividade sobre sua identidade cinematográfica. Eis a premissa deste filme, híbrido entre live-action e animação, dirigido pelo israelense Ari Folman. Adaptado a partir de uma obra do legendário escritor de ficção científica Stanislaw Lem, autor de Solaris, a produção se vale em parte da técnica de rotoscopia para criar um universo lisérgico e surreal. Wright figura numa performance ousada e curiosa, inspirada numa versão alternativa de si mesma. Felizmente o metalinguístico enredo de O Congresso Futurista é completamente ficcional; ainda veremos a atriz numa série de interessantes projetos, seja em Mulher Maravilha (2017) ou nas próximas temporadas da instigante série House of Cards. – por Conrado Heoli

 

+1

Invasão de Domicílio (Breaking and Entering, 2006)
Robin Wright está em plena evidência hoje em dia por interpretar Claire Underwood, a primeira-dama dos Estados Unidos da série televisiva House of Cards. Contudo, as atuações pregressas, sobretudo no cinema, já davam indícios da riqueza de recursos que pauta seu trabalho de composição de personagem. Por exemplo, neste filme dirigido pelo oscarizado Anthony Minghella, responsável, entre outros, por realizações como O Paciente Inglês (1997), Wright interpreta a intensa Liv, mulher cujo casamento está em crise. Ela abandonou o emprego para cuidar da filha que possuiu uma rara doença. A união entre ela e a menina, não raro, excluem o personagem vivido por Jude Law, o que agrava ainda mais a turbulência do relacionamento. Recebido com relativo desdém por público e crítica, o longa-metragem tem seu maior destaque no desempenho dos atores, especialmente Law e Wright. Ela carrega a aflição de uma mulher que luta pelo bem-estar da filha com unhas e dentes enquanto vê a união com seu marido indo gradativamente por água abaixo. Wright ostenta um semblante constantemente preocupado, sintoma do turbilhão de sensações que acomete essa figura dramática, delineada, então, com muita humanidade na telona. – por Marcelo Müller

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