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5+1 :: Sigourney Weaver

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A novaiorquina Susan Alexandra Weaver tem em seu sangue o talento dramático. Filha de um produtor televisivo e de uma atriz inglesa, aos 14 anos mudou seu nome para Sigourney Weaver após a leitura de O Grande Gatsby. Foi colega de Meryl Streep na Escola de Arte Dramática da Universidade de Yale, mas só conseguiu bons papeis anos depois de já formada. Graças à Alien: O Oitavo Passageiro (1979), acabou conhecida pelo público, elevando seu status e garantindo personagens femininos de grande porte ao longo de sua carreira. Com 25 prêmios e 44 indicações ao longo da carreira, seu talento latente para papeis de protagonista ou de coadjuvante se evidenciam por sua humildade em Hollywood. É conhecida por dizer que prefere papeis menores em filmes que ama do que como principal em produções que não lhe dizem muito. No dia 8 de outubro, Weaver completa mais um aniversário. Por isso, ela é a homenageada da semana da equipe do Papo de Cinema, que elege aqui seus cinco melhores trabalhos e mais um que merece atenção especial. Confira!

 

Aliens: O Resgate (Aliens, 1986)
Não existe unanimidade quando falamos sobre os dois primeiros filmes desta cinessérie de ficção científica. Os fãs da franquia até hoje discutem qual é o melhor. Alguns preferem o suspense com atmosfera de terror de Ridley Scott, lançado em 1979, outros tendem mais para a ação explosiva de James Cameron no longa-metragem de 1986. Seja qual for sua preferência, é inegável que os diretores entregaram trabalhos inspirados. Anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, Ellen Ripley (Sigourney Weaver) é encontrada, ainda em seu sono profundo, na nave em que escapou da morte. Mal ela sabe que encontrará os temíveis alienígenas que enfrentou novamente, quando o planeta no qual ela teve aquele contato imediato está sendo preparado para virar uma colônia humana. Weaver já havia feito um excelente trabalho em  Alien: O Oitavo Passageiro. Mas nesta continuação, a atriz se supera, conseguindo fazer uma inteligente mistura de seu lado mais doce, ao acolher uma menina sobrevivente da colônia, e de seu lado durão, como a pessoa que praticamente encabeça a missão. O resultado foi tão positivo que Sigourney Weaver foi indicada ao Oscar, algo não tão comum quando falamos de um filme de ficção científica, visto com certo preconceito pela Academia. – por Rodrigo de Oliveira

 

Nas Montanhas dos Gorilas (Gorillas in the Mist: The Story of Dian Fossey, 1988)
Carimbada com uma indicação ao Oscar, cada vez mais respeitada pela crítica e com milhares de fãs, Sigourney Weaver recebeu a missão de interpretar a bióloga Dian Fossey nessa cinebiografia dirigida por Michael Apted. A pesquisadora teve reconhecimento pelo seu trabalho em Ruanda, na África, onde conseguiu avanços não apenas sobre a espécie como um todo, mas também na comunicação com os animais. Ainda que sua vida tenha terminado de maneira trágica, com suspeitas de assassinato por parte de caçadores, seu nome ainda é referência nos estudos sobre os símios. No filme, sua personalidade é esmiuçada e Weaver abdica de qualquer sensualidade com a qual era reconhecida para poder dar vida à sua personagem. A força das crenças de Fossey, bem como sua fragilidade, estão impressas em cada tomada das expressões e falas interpretadas pela nossa homenageada, que garantiu mais um belo trabalho e outra indicação ao Oscar na categoria principal. Acima de tudo, ajudou a carimbar o ativismo ambientalista da atriz, que vinte anos após filmar este longa, retornaria a Ruanda para realizar um documentário sobre o próprio filme e os gorilas pelos quais nutre uma forte paixão até hoje. – por 

 

Uma Secretária de Futuro (Working Girl, 1988)
O ano de 1988 foi de grande reconhecimento para Sigourney Weaver. Além de alcançar altos patamares na interpretação de Dian Fossey no já citado Nas Montanhas dos Gorilas, a atriz foi indicada duplamente ao Oscar justamente pelo papel anterior na categoria principal e também como coadjuvante por este belo longa de Mike Nichols. Ela é Katherine Parker, chefe carreirista de Tess McGill (Melanie Griffith), secretária de origem humilde que quer subir na vida justamente se espelhando naquela que se tornaria sua algoz. Ambas estão na mesma faixa etária, mas com posições bem diferentes devido às oportunidades oferecidas para pessoas de classes diferentes. Parker rouba uma ideia de Tess para a empresa, mas esta só descobre o que está acontecendo quando a chefe sofre um acidente, quebra a perna e precisa ficar em casa algumas semanas. Então, o jogo se inverte para que, a secretária também mostre suas garras. Se Griffith é a estrela do filme por méritos próprios, Weaver se equipara à colega de cena quando ambas estão juntas, desenvolvendo toda a mudança em sua personalidade proposta pela situação que vive no atual momento. Mais um belo trabalho desta grande estrela que foi aplaudida por sua versatilidade. – por

 

A Morte e a Donzela (Death and the Maiden, 1994)
Neste filme injustamente pouco lembrando, Sigourney Weaver interpreta a esposa de um advogado responsável por apurar crimes ocorridos durante a ditadura militar num país sul-americano. Paulina foi, ela também, vítima de torturas e outros expedientes típicos dos anos de chumbo, sendo, então, marcada para sempre. Eis que, em determinado dia, o marido chega acompanhado de um estranho. A personagem de Weaver reconhece a voz do forasteiro como sendo a do homem que a estuprou e a surrou quando ela fazia militância política. O que temos daí para adiante é um julgamento a revelia da justiça comum, no qual a protagonista vomita seus traumas e fantasmas, enquanto decide, em meio a dúvida que paira no ar sobre a culpa ou não do amarrado no meio da sala, se vai matar para aliviar sua dor. Roman Polanski faz mais um de seus habituais filmes passados em cenários exíguos que restringem os personagens e, assim, potencializam as tensões surgidas. Sigourney Weaver, mundialmente conhecida como a tenente Elle Ripley da série Alien, ganha espaço para trabalhar a fundo as emoções de Paulina, dando conta com bravura do turbilhão de sensações que acometem essa mulher em confronto com um passado de sofrimento. Grande trabalho, sem dúvida. – por Marcelo Müller

 

Tempestade de Gelo (The Ice Storm, 1997)
Subúrbio de Connecticut, interior dos Estados Unidos, início dos anos 1970. É neste ambiente e época que o diretor taiwanês Ang Lee dirige seu olhar crítico, analisando meticulosamente o drama vivido por uma família de classe média durante o feriado de Ação de Graças às vésperas do fenômeno climático apontado no título. Entre traições, sexo casual, exageros alcóolicos e adolescentes rebeldes, temos o triângulo amoroso formado pela temperamental Elena (Joan Allen), o infiel Ben (Kevin Kline) e a liberal Janey (Sigourney Weaver). Se o núcleo familiar ainda abriga conflitos com os filhos e questões de trabalho, é na interferência da vizinha vivida por Weaver que o filme parece ganhar outro tipo de cor, mais quente e preparado para as mudanças que a sociedade iria enfrentar nos anos seguintes. Sua presença, ainda que limitada às condições de sua personagem, é tão marcante que lhe rendeu o BAFTA – o Oscar da Inglaterra – de Melhor Atriz Coadjuvante, além de indicações ao Globo de Ouro e ao Satellite Award. Uma injustiça, portanto, a terem deixado de fora do prêmio da Academia de Hollywood, pois teria sido a oportunidade perfeita para terem lhe concedido a estatueta dourada que há tanto tempo lhe devem. – por

 

+1

Heróis Fora de Órbita (Galaxy Quest, 1999)
Sigourney Weaver teve o melhor momento de sua carreira durante os anos 1980, quando estrelou títulos marcantes e merecidamente conquistou três indicações ao Oscar. Isso não significa, porém, que durante os anos seguintes seus trabalhos não sejam dignos de atenção. É dessa leva que se destaca essa sátira espacial que marcou a estreia na direção de Dean Parisot, veterano da televisão que posteriormente entregaria longas como RED 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos (2013), divertido, porém muito aquém deste seu primeiro esforço por trás das câmeras. Weaver marca presença aqui como Gwen DeMarco, a “loira burra” que sonha em fazer carreira no cinema, mas tudo que consegue é participar de um programa mequetrefe de ficção-científica aos moldes de Star Trek. As coisas se complicam quando alienígenas de verdade aparecem no caminho dela e de seus colegas de elenco – os hilários Alan Rickman e Tim Allen, entre outros – solicitando a ajuda deles em uma batalha contra uma raça extraterrestre. A ironia da situação fica evidente ao espectador mais atento, e assim como os personagens, que para saírem vivos precisam ser os mais convincentes possíveis, também Sigourney se destaca, ressaltando seu incrível timing cômico em uma atuação hilária do início ao fim. – por

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