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5+1 :: Stan Lee

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Você já deve ter visto o rosto dele em muitos filmes baseados em histórias em quadrinhos, mesmo que não faça exatamente idéia de quem seja. Stan Lee, um dos pais dos grandes heróis da Marvel Comics, está completando mais um aniversário neste dia 28 de dezembro. Mas, para o criador, nascido em 1922, idade não é sinônimo de velhice, e sim de trabalho. O berço de Lee é a Grande Maçã, Nova York. Lá que cresceu, começou a escrever logo cedo (ainda na adolescência) e, nos anos 1940, foi parar na Timely Comics, que anos mais tarde se tornaria a poderosa Marvel Comics, lar dos X-Men, Homem-Aranha e do Homem de Ferro, entre tantos outros personagens. Lee é um dos responsáveis pela criação destes e de alguns outros ícones dos quadrinhos, como os já citados e também Hulk, Capitão América, Thor, Demolidor, Doutor Estranho e o Quarteto Fantástico. A família de heróis mais conhecida do mundo, por sinal, foi seu pontapé inicial nos anos 1960 para transformar a Marvel, ao lado da DC Comics, numa das editoras de HQs mais poderosas do planeta até hoje.

Atualmente, Stan Lee não escreve tanto quanto gostaria (como o próprio faz questão de ressaltar), mas sua figura simpática se tornou uma espécie de relações públicas da editora, ainda mais com a crescente produção de filmes baseados em suas histórias. Não à toa seu nome é creditado em boa parte de filmes, seja como produtor executivo ou como participação especial. Afinal, não fosse por ele, sucessos como Os Vingadores (2012) e franquia X-Men nem fariam parte da história da cinematografia mundial. Hoje em dia, os filmes baseados em histórias em quadrinhos conseguiram ir além do conceito de ação para, praticamente, criar um novo gênero fílmico. O criador é famoso por isto e por muito mais, mas nunca dirigiu um filme ou seriado. Mesmo assim, seu toque sempre está presente, ainda mais quando o assistimos usar uma caminhonete para puxar um martelo, como em Thor (2011), por exemplo. Para comemorar seu aniversário, nada melhor que lembrar cinco filmes (e mais um especial) baseados em suas HQs.

 

X-Men 2 (X2, 2003)
Blade: O Caçador de Vampiros (1998) já tinha começado a retomar a seriedade com que as histórias em quadrinhos poderiam ter nas telas do cinema. X-Men (2000), então, mostrou que isto poderia se aliar a um grande sucesso. Porém, foi aqui que o diretor Bryan Singer conseguiu unir tudo isso em não apenas mais um filme de ação, mas, sim, num drama sobre pessoas desajustadas e que buscam seu lugar no mundo. Troque a palavra “mutantes” por “homossexuais”, como exemplo, que está tudo lá: a exclusão, o sentimento de não pertencer à sociedade, a negação da família. Não bastasse essa humanização dos super-heróis, este filme ainda consegue mesclar uma grande trama que remete às origens de Wolverine à união de inimigos declarados (Magneto e Professor X) por um objetivo comum (no caso, lutar contra a erradicação da espécie) e, ainda por cima, deixar pontas soltas para uma continuação com uma das melhores histórias escritas nos quadrinhos, a Saga da Fênix. Um final triste e emocionante, por sinal. Hoje em dia, com filmes como Os Vingadores (2012) e a trilogia do Cavaleiro das Trevas (2005, 2008 e 2012), muitos fãs podem reclamar das adaptações que Singer fez na história dos X-Men. Ainda assim, não dá pra negar: esta é uma obra-prima do gênero. – por Matheus Bonez

 

Hulk (2003)
O Hulk que Ang Lee colocou na tela é mais humano que os demais, menos engraçado e mais dramatizado – ele chora. É mais uma história de traumas psicológicos que um filme de super-herói, eis porque funciona, uma vez que seu heroísmo está mais próximo daquilo que aprendemos a chamar de humanidade. Diante da cretinice de outros heróis modelos, o Hulk (que, mesmo em filmes ruins, sempre foi um personagem interessante, apesar de subaproveitado) interpretado por Eric Bana é errático, assustado com o mundo, um pouco mais idiota e um tanto mais esperto que os outros. Com ele, a destruição das cidades começa tarde demais, depois de uma jornada de autocrítica quase existencialista. É essa característica que mistura os poderes (a força e a dualidade razão/emoção) que Ang Lee explora no homem verde mais difícil de ser enquadrado em uma estética do herói. – por Pedro Henrique Gomes

 

Homem-Aranha 2 (Spider-man 2, 2004)
Este não é o primeiro, muito menos o último, dos longas estrelados pelo ‘amigão da vizinhança’. Ainda assim, é disparado o melhor deles – e certamente o mais próximo da criação de Stan Lee que podemos acompanhar nas histórias em quadrinhos. Sem a preocupação em ser um ‘filme de origem’ (como o Homem-Aranha de 2002 ou a releitura O Espetacular Homem-Aranha, de 2012), este segundo episódio vai direto ao ponto, mostrando meu super-herói favorito levando sua vida de adulto em plena Nova York, tendo que lidar com os altos e baixos da relação amorosa com Mary Jane Parker e – cereja do bolo – enfrentando o vilão mais carismático de toda a sua imensa galeria de inimigos: Dr. Octopus! Tobey Maguire e Kirsten Dunst estão mais confortáveis como os icônicos protagonistas, e Alfred Molina assume uma das suas melhores personas como o cientista humano e, ainda assim, completamente insano. Premiado com o Oscar (Melhores Efeitos Visuais), faturou quase US$ 800 milhões nas bilheterias de todo o mundo. Sucesso de público e de crítica, além de uma aventura dinâmica, ágil e muito emocionante – só a cena do metrô já vale o ingresso! Melhor, impossível! – por Robledo Milani

 

Homem de Ferro (Iron Man, 2008)
O início do Universo Marvel nos cinemas não poderia ter sido mais promissor. E certamente houve quem duvidasse de que seria possível um resultado positivo. Em primeiro lugar, o Homem de Ferro estava longe de ser o personagem mais popular da Casa das Ideias. Em segundo, o diretor Jon Favreau ainda não havia entregue um longa-metragem robusto, com apenas algumas comédias divertidas no currículo, mas nada de realmente relevante. Por último, mas não menos importante, Robert Downey Jr. como protagonista de um blockbuster de super-heróis soava estranho demais para ser verdade. No fim das contas, os principais responsáveis por este sucesso são justamente Favreau e Downey Jr. O diretor, por ter tido competência para fazer um misto interessante de aventura, comédia e ficção científica. O ator, por encarnar de forma perfeita o bon vivant Tony Stark, iniciando seu retorno triunfal ao sucesso com um personagem escrito sob medida para seu humor cínico e inteligente. Ainda que a (rápida) batalha final contra o vilão deixe um gosto amargo na boca, este foi um ótimo pontapé inicial para uma saga que culminou com um dos filmes mais divertidos dos últimos dez anos, o presente que todo fã de Marvel pediu a Odin: Os Vingadores (2012). Vida longa ao Universo Marvel nos cinemas. – por Rodrigo de Oliveira

 

X-Men: Primeira Classe (X-Men First Class, 2011)
Tinha tudo para dar errado, mas o que parecia apenas outra tentativa de ganhar dinheiro com a onda de super-heróis no cinema mostrou-se uma das gratas surpresas de 2011. Dessa vez, a trama se passa em 1965, nos primórdios da relação entre o professor Charles Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender). Amigos, eles resolvem ensinar jovens mutantes a usarem dons para fins pacíficos, mas se tornarão párias tão logo suas diferenças sejam consideradas perigosas. Avalizado pelo sucesso obtido à frente de Kick-Ass: Quebrando Tudo (2010), o diretor Matthew Vaughn conseguiu imprimir marca própria à franquia egressa dos quadrinhos. Muito interessante a maneira como introduz os personagens no complexo cenário sócio-político estadunidense da época, sem com isso carregar o enredo. Além disso, também possui boas sequências de ação. Todavia, sua energia vital está mesmo no embate fundamental entre dois extremos (Xavier e Magneto) que se repelem e se atraem na mesma medida. – por Marcelo Müller

 

+1

 

Comic-Con Episode IV: A Fan’s Hope (2011)
Stan Lee não é o foco principal deste curioso projeto de Morgan Spurlock, mas sem ele o mesmo jamais poderia existir. Ainda inédito no Brasil, este documentário foi exibido no Festival do Rio de 2012 e virou sensação – principalmente entre os espectadores mais geeks. Produzido por Lee, o longa de Spurlock faz um panorama sobre a feira de quadrinhos e cultura pop que reúne a cada ano cerca de 150 mil visitantes em San Diego, na Califórnia. Com depoimentos de alguns ilustres entusiastas da chamada nona arte, como Kevin Smith, Seth Rogen, Paul Dini, Joss Whedon e o próprio Stan Lee, o filme se dedica mesmo a investigar a relação dos fãs com a feira. Para isso, elenca pequenas narrativas episódicas com tipos tão peculiares quanto interessantes: dois quadrinistas que buscam reconhecimento, uma designer de cosplays, um colecionador de action figures, um vendedor de HQs raras e um nerd que pretende pedir a mão de sua namorada em casamento durante um dos painéis da Comic Con. Diversão garantida para os iniciados no universo das graphic novels e afins, talvez o único problema aqui seja a sua falta de apelo para aqueles que não conhecem seu tema. Então, se você está se perguntando sobre o significado das expressões geek, cosplay, action figure, graphic novel e outros termos utilizados nesse texto, este documentário não é o mais indicado para você. – por Conrado Heoli

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