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5+1 :: Whoopi Goldberg

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Whoopi Goldberg é daquelas atrizes que não precisava provar mais nada para seu fãs ou para a crítica. Afinal, ela já ganhou um Emmy, um Grammy, um Oscar e um Tony, sendo detentora do popular EGOT. No total, 49 prêmios e 69 indicações em pouco mais de 30 anos de carreira nos palcos, nas telonas e na telinha. Nada mal para quem já foi maquiadora de cadáveres e viciada em heroína há muito tempo. Dona de um timbre de voz facilmente associado à sua pessoa, Whoopi foi  a dubladora da principal hiena vilã de O Rei Leão (1994) continua realizando trabalhos do gênero, além de apresentar um programa de TV. A intérprete não gosta muito de holofotes e por isso vem, a cada ano, tornando escassa sua presença em eventos e produções. Nem por isso vamos deixar de comemorar seu aniversário no dia 13 de novembro. Para celebrar, a equipe do Papo de Cinema escolheu cinco de seus melhores trabalhos e mais um que merece uma segunda chance. Vamos conferir?

 

A Cor Púrpura (The  Color Purple, 1985)
Indicado a 11 Oscar, este é o segundo filme de Whoopi Goldberg, o primeiro em que teve maior destaque, lhe valendo uma candidatura ao prêmio de Melhor de Atriz da Academia. Junto com ela, inclusive, Oprah Winfrey, que garantiu uma indicação a Atriz Coadjuvante também em seu papel de estreia no cinema. O longa adapta o livro homônimo de Alice Walker sobre duas irmãs que são separadas ainda na adolescência por um despótico fazendeiro que desposa uma delas, Celie (Goldberg). Através dos anos, limpando a casa e aturando os abusos de seu “Sinhô” (Danny Glover), a protagonista vivida pela nossa homenageada, com seus modos contidos e temerários, dignos de quem cresceu sob o comando de um bruto, espera ansiosamente pelas cartas que Nettie lhe prometeu escrever. Nesse meio tempo conhece a impetuosa Sofia (Winfrey, também ótima), cujos modos broncos vão lhe causar muitos problemas, além da extrovertida Shug (Margaret Avery), que vai se revelar uma amiga imprescindível. Tocante e emotivo, como não poderia deixar de ser uma obra dirigida por Steven Spielberg, já em meados da década de 1980 tocava em assuntos como o empoderamento das mulheres, e permanece até hoje como um dos melhores exemplares estrelados pela nossa homenageada.  – por Yuri Correa

 

Uma História Americana (The Long Walk Home, 1990)
No mesmo ano em que ganhou o Oscar por sua espalhafatosa e divertida participação em Ghost: Do Outro Lado da Vida, Whoopi Goldberg marcou presença nas telas neste drama pouco visto, menos lembrado ainda, mas de força incomum. Duas décadas antes do superestimado Histórias Cruzadas (2011), ela conferia veracidade e emoção a essa empregada doméstica negra que acaba envolvida no famoso boicote ao transporte público liderado por ninguém menos do que Martin Luther King em 1955 em Montgomery, Alabama. O melhor do filme é o relacionamento que mantém com sua patroa, vivida pela igualmente oscarizada Sissy Spacek (curiosamente, presente também no citado Histórias Cruzadas). Por melhor que seja tratada pela família de brancos que lhe dá emprego, é surpreendente ir percebendo aos poucos como ambas mulheres vão mudando suas percepções aos poucos, e como o esforço de uma – que se obriga a ir a pé ao trabalho, mesmo que isso signifique exaustão e atrasos – e a até então imobilidade de outra – que acreditava viver num mundo perfeito, até ser sacudida em sua própria segurança – serão afetados durante o desenrolar da trama. Um filme discreto, mas de força singular. – por

 

Ghost: Do Outro Lado da Vida (Ghost, 1990)
Whoopi Goldberg surgiu no cenário hollywoodiano em um projeto de imenso prestígio – como protagonista de A Cor Púrpura (1985), o primeiro drama dirigido por Steven Spielberg. Seu empenho lhe valeu uma indicação ao Oscar, mas o prêmio só viria cinco anos depois, como Coadjuvante – e alívio cômico – deste drama sobrenatural sobre um fantasma que se recusa a deixar para trás seus assuntos terrenos ao descobrir que sua amada está em perigo. O único modo que encontra para alertá-la do risco que corre é através da até então charlatã Oda Mae Brown, uma vidente picareta que ganhava a vida aplicando pequenos golpes até se dar conta que possuía, de fato, o dom de se comunicar com os mortos. Se Patrick Swayze e Demi Moore foram responsáveis pelas muitas lágrimas derramadas por milhares de espectadores em todo o mundo, foi Whoopi que garantiu as inúmeras gargalhadas provocadas por sua personagem a cada aparição. Colorida, desastrada, desconfiada, malandra e sincera no compromisso que acaba assumindo, ela foi a garantia do sucesso deste filme, que arrecadou mais de US$ 500 milhões em todo mundo e levou ainda o Oscar de Melhor Roteiro Original! – por

 

Mudança de Hábito (Sister Act, 1992)
Que Whoopi Goldberg era engraçada, todos já sabiam por conta de seus últimos trabalhos. Porém, ao assumir o manto da cantora que se disfarça de freira após testemunhar um crime, a atriz mostrou ter força para ser protagonista de uma comédia que não precisava de machões para salvarem as mocinhas. Para muitos o longa pode não significar muito, mas arrecadar 230 milhões de dólares no mundo todo tendo uma intérprete negra com o primeiro nome estampado no cartaz foi um ganho e tanto para a história do cinema, das mulheres e de combate ao racismo inerente ao meio hollywoodiano. E mesmo que o filme possa não se aprofundar nestas questões, só o carisma da protagonista, aliado a nomes como Maggie Smith e Harvey Keitel (impecáveis), já vale a espiada. Whoopi traz todas suas caretas e trejeitos hilários para o cenário religioso, mudando não apenas a vida das freiras que se tornam suas melhores amigas como também a própria personalidade da personagem principal. Uma das comédias mais divertidas dos anos 1990, que mesmo com quase 25 anos de existência, ainda causa gargalhadas do início ao fim. O resultado? Indicações ao Globo de Ouro de Melhor Filme e Melhor Atriz no quesito Comédia ou Musical, uma continuação (não tão boa, mas divertida) no ano seguinte e o transporte do roteiro para o sucesso na Broadway. – por

 

Fantasmas do Passado (Ghosts of Mississippi, 1996)
No dia 12 de junho de 1963, uma bala acabou com a vida do ativista pelos direitos civis Medgar Evers. O autor do disparo foi um homem pertencente à ordem da “supremacia branca”, mas o caso foi arquivado. Trinta anos depois, o advogado Bobby DeLaughter (Alec Baldwin) resolve retomar o caso e busca a ajuda da viúva da vítima, Myrlie Evers (Whoopi Goldberg) para colocar o assassino, Byron De La Beckwith (James Woods) atrás das grades. Apesar do tom “branco ajudando os pobres negros”, que tão foi criticado recentemente em Histórias Cruzadas (2011), o longa ganha força não apenas pelo pesado tema do racismo e sua violência como também pela caracterização de Woods como o arrogante matador. Mas quem se destaca ainda mais é a nossa homenageada, que dá um show ao externar, em vários momentos, a dor de sua personagem, calada por décadas, e que começa a explodir quando o caso volta à tona.Um trabalho digno de elogios em meio a uma brutal e, infelizmente, costumeira história americana. – por

 

+1

Eddie (1996)
O torcedor fanático costuma ter a certeza de que suas convicções a respeito do seu time são as mais corretas. Seu conhecimento seria tão vasto que suplantaria o do treinador, pago para tomar as decisões. No caso de Eddie, personagem de Whoopi Goldberg nesta divertida comédia lançada em 1996, ela ganhou a chance de provar o gosto de comandar a equipe do seu coração, no caso os New York Knicks, depois de ter chamado a atenção do novo dono do time de basquete, interpretado por Frank Langella. Assumindo o lugar do técnico pouco carismático, Eddie demora a encontrar seu lugar, visto que deverá ganhar o respeito dos jogadores, da imprensa e dos torcedores, que não deixarão barato sua pouca experiência. Whoopi Goldberg é a atriz perfeita para assumir um papel como este. Saída dos bancos baratos do Madison Square Garden, ela sobe degraus na carreira ao entender o que é necessário fazer para conquistar seus jogadores. Seu carisma ajuda a suplantar algumas barreiras e seu amor pelo jogo – e pelo time – acabam por salvar os Knicks de um destino que torcedor nenhum gostaria. Com bom elenco de apoio, contando com Dennis Farina e Richard Jenkins, esta produção garante uma tarde divertida e despretensiosa. – por Rodrigo de Oliveira

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