Seria um novo gênero no cinema nacional as comédias em cruzeiros? Depois do sucesso de Meu Passado me Condena, em 2013, chega às telonas S.O.S.: Mulheres ao Mar, dirigida por Chris D’Amato. Trapalhadas com S.O.S. no título não são recentes e nem de exclusividade nacional. Um dos clássicos do gênero pastiche é S.O.S.: Tem um Louco Solto no Espaço (1987), comédia de Mel Brooks que satiriza aventuras no espaço que vão de Star Wars a outros exemplares da ficção científica. Com tantos pedidos de socorro por aí, a equipe do Papo de Cinema resolveu se perguntar quais os seis graus de separação entre filmes tão distintos? A resposta você confere a seguir.
No filme, Giovanna Antonelli interpreta Adriana, uma mulher que acabou de ser deixada pelo marido e pretende fazer de tudo para tê-lo de volta. Quando ela descobre que seu ex viajará em um cruzeiro com a namorada, Adriana parte junto de sua irmã e da empregada para reaver o homem que partiu seu coração. No processo, muitas confusões, claro. Giovanna Antonelli não é estranha às comédias. Ainda que seja mais conhecida pelos papéis sérios na tevê, a atriz já estrelou Caixa Dois (2007), Avassaladoras (2002) e fez sua estreia nas telonas em Bossa Nova.
Dirigida por Bruno Barreto, Bossa Nova é uma comédia romântica em que norte-americana Amy Irving faz uma professora de inglês que conhece o recém-divorciado advogado vivido por Antonio Fagundes, encontro esse que tem tudo para acabar em romance. Irving ficou conhecida após estrelar Carrie: A Estranha (1976) e chegou a ser indicada ao Oscar por Yentl (1983). Depois disso, no entanto, sua carreira nunca decolou como poderia. Dentre os vários pequenos papéis que defendeu no passar dos anos, destacam-se Pecados de Guerra (1989), Traffic (2000) e Desconstruindo Harry (1997).
Dentro da extensa filmografia de Woody Allen, um dos filmes mais inusitados, divertidos e politicamente incorretos do cineasta é Desconstruindo Harry. Na trama, Allen interpreta Harry Block, escritor que usa seus amigos, conhecidos e parentes como material para seus livros. O filme mistura a vida do escritor com seus personagens, fazendo um caldo de ficção e realidade que só poderia ter saído da cabeça do cineasta. O nonsense de algumas situações lembra os primeiros filmes de Woody Allen, que bebiam mais no humor de pastiche. Dentre eles…
Foi alvo de muita dúvida este trabalho de Woody Allen em 1972, que adaptava o livro do doutor David Reuben para o cinema. Afinal de contas, o bestseller não tinha história alguma. Era basicamente respostas a perguntas sexuais das mais gerais possíveis. Com isso em mente, Allen criou sete seguimentos genialmente divertidos com o sexo como temática. Certamente, o seguimento mais lembrado é o doutor interpretado por Gene Wilder que se apaixona por uma ovelha. Simplesmente hilário. Wilder é figura marcante no cinema cômico da década de 70 e 80. E um dos seus trabalhos mais lembrados é O Jovem Frankenstein.
Bebendo na fonte do clássico de Mary Shelley, mas com um twist bem mais cômico, esta é a segunda parceria entre Gene Wilder e o cineasta Mel Brooks. Wilder interpreta o neto do criador do monstro, sujeito que tenta de todas as forças se dissociar da fama do avô – até que encontra as anotações do seu ancestral, causando confusões ímpares. O talento de Gene Wilder para a comédia é perfeito para o texto de Mel Brooks, que aqui atua como diretor e roteirista. O trabalho duplo – ou triplo, também como ator – era costume para Brooks, que fez isso em diversas oportunidades, dentre elas S.O.S. Tem um Louco Solto no Espaço.
Que a salsicha esteja com você. Com esse bordão satírico retirado de Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (1977), Mel Brooks construiu uma das melhores paródias ao universo criado por George Lucas. Em S.O.S. Tem um Louco Solto no Espaço, Brooks defendia dois personagens: o presidente Skroob, um político aloprado que mandava e desmandava a seu bel prazer, e Yogurt, uma espécie de Yoda mais interessado em merchandising. Apontando sua veia irônica não só para Guerra nas Estrelas, mas fazendo piadas com Star Trek, Alien e Planeta dos Macacos (1968), o longa-metragem é uma comédia divertidíssima, com destaque para Rick Moranis como o vilanesco Dark Helmet.