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6 Graus :: Se Puder… Dirija! x Se Beber, Não Case!

Publicado por
Rodrigo de Oliveira

Se Puder Dirija poster 31Jan2013 horz

Ambas são comédias direcionadas a um grande público e tem no título uma similaridade que dispensa maiores explicações. Se Puder… Dirija! (2013) é a mais nova produção brasileira a aportar nos cinemas e aposta no 3D e no elenco conhecido para chamar a atenção dos espectadores. Por sua vez, Se Beber, Não Case (2009) foi um sucesso retumbante de bilheteria quando estreou e gerou inúmeros filhotes, sejam continuações diretas ou apenas filmes que bebem em sua fonte. No 6 Graus desta semana, vamos ver o que mais liga estes dois filmes. Confira!

1. Se Puder… Dirija! (2013)
Primeiro longa-metragem brasileiro em live action filmado com a tecnologia 3D, Se Puder… Dirija! é nova aposta dos produtores nacionais no gênero que mais gera bilheteria no país. O atrativo da terceira dimensão pode fazer diferença, mas não tanto quanto a presença de vários rostos conhecidos da comédia nacional, como Leandro Hassum, Eri Johnson e, claro, o protagonista Luiz Fernando Guimarães. Conhecido desde os idos da TV Pirata como um ator cômico talentoso, Guimarães também já apostou em papéis mais sérios na carreira, como é o caso de Os Sete Gatinhos (1980) e o indicado ao Oscar O Que é isso, Companheiro? (1997).

 

 

2. O Que é Isso, Companheiro? (1997)
Dirigido por Bruno Barreto, O Que é isso, Companheiro? foi um filme importantíssimo para a retomada do cinema nacional. Uma produção de época muito bem realizada, com elenco afiado e narrando um trecho da história do país que nunca deve ser esquecido, o longa-metragem ainda foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro no prêmio da Academia em 1998. A carreira internacional de O Que é isso, Companheiro? acabou ajudando ainda mais a trajetória fora do Brasil de Bruno Barreto, que voltou a trabalhar em solo estrangeiro em títulos como Entre o Dever e a Amizade (1998) e Voando Alto (2003).

 

3. Voando Alto (2003)
Fracasso retumbante de bilheteria, Voando Alto – no original, View from the Top – foi jocosamente apelidado por Gwytneth Paltrow, a estrela do longa-metragem, como A View from my Ass. Não é necessário dizer que a atriz não gostou da experiência e nem do resultado final desta produção assinada por Bruno Barreto. Na época, Paltrow ainda não havia se reencontrado no mercado, sofrendo da síndrome do pós-Oscar. Algumas produções de gosto duvidoso e tentativas infrutíferas de bons papéis em filmes independentes acabaram não surtindo o resultado esperado. Depois de um tempo em hiato, cuidando da família, Paltrow voltaria a brilhar como a faz tudo, braço direito e interesse amoroso de Tony Stark na divertida aventura Homem de Ferro (2008).

 

4. Homem de Ferro (2008)
Pontapé inicial para o hoje bem sucedido Universo Marvel nos cinemas, Homem de Ferro trazia um Robert Downey Jr. perfeito como o homem por trás da armadura, o multimilionário bon vivant Tony Stark. Com um bom roteiro e trilha sonora roqueira, fechando totalmente com o personagem, Jon Favreau comandou uma aventura deliciosamente divertida, que nunca colocava os efeitos especiais acima de uma boa história – e de boas risadas. O filme marcou o retorno ao estrelato de Downey Jr., que acabou emendando trabalhos de sucesso como Sherlock Holmes (2009) e a comédia Um Parto de Viagem (2010).

 

5. Um Parto de Viagem (2010)
Em Um Parto de Viagem, Robert Downey Jr. vive o estressado Peter Highman, um homem que corre contra o tempo para retornar para casa e acompanhar o parto de sua esposa. A viagem seria uma questão de horas feita de avião. Mas um encontro fortuito com o projeto de ator Ethan Tremblay (Zach Galifianakis) acaba transformando um pequeno trajeto aéreo em um pesadelo em quatro rodas pelas estradas dos Estados Unidos. Aqui, Downey Jr. se transforma em escada para as piadas de Galifianakis, interpretando um sujeito sem noção alguma, reprisando alguns maneirismos usados em seu filme anterior, o grande sucesso dirigido também por Todd Phillips Se Beber, Não Case! (2009).

 

6. Se Beber, Não Case (2009)
A tradução pode ser péssima no Brasil, visto que The Hangover (A Ressaca) foi transformado em Se Beber, Não Case. Isso, no entanto, não tira a graça do longa-metragem dirigido por Todd Phillips e estrelado por Bradley Cooper, Ed Helms e Zach Galifianakis. Mostrando as confusões e esquecimentos etílicos de um grupo de amigos em uma despedida de solteiro em Las Vegas, o filme acabou gerando duas continuações (que nem chegavam perto do original) e serviu de inspiração para comédias no mundo todo. Inclusive no Brasil. Filmes como O Concurso e Se Puder… Dirija!, ambos de 2013, não escondem beber na fonte desta comédia amalucada ganhadora do Globo de Ouro em 2010.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.

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