Ela foi uma das mulheres mais influentes do século XX. Ícone da moda, mãe exemplar e esposa de um dos homens mais importantes do mundo, Jacqueline Kennedy talvez não tenha tido, ao longo dos anos, a relevância que lhe é de direito. Coube ao cineasta chileno Pablo Larraín, em seu primeiro filme hollywoodiano, retratar a mulher por trás da lenda. Em Jackie, exibido nesta quarta, 7, no Festival de Veneza, a ex-primeira dama é apresentada como a mulher forte que ela realmente sempre mostrou ser.
Já na primeira cena sabemos que Natalie Portman (Oscar de melhor atriz por Cisne Negro, 2010) realmente se entregou ao papel. A fala, os gestos, o olhar, tudo é característico de Jackie Kennedy. O longa aborda os dias da então primeira-dama após a morte do marido, a partir de uma entrevista em que ela ajudou a construir a imagem de Kennedy.
Larraín mostra uma Jackie doce, mas decidida, preocupada com o futuro dos filhos e com sua própria vida depois da morte do marido. Acima de tudo, Jacqueline é vista como a mulher que transformou John Kennedy no político imortal, tal qual Abraham Lincoln, outro presidente americano assassinado e que também virou lenda.
Entrando na última hora na competição do Festival de Veneza, a Jackie de Pablo Larraín coloca o chileno a caminho do Oscar – ele já foi indicado com No (2012), na categoria filme estrangeiro. E, ainda que não vença, a indicação de Natalie Portman é certa. Sua figura frágil encaixou com perfeição na imagem inesquecível de Jacqueline Kennedy.
O filme foi bem recebido pela crítica, mas a trama americana demais – impulsionada por uma trilha sonora que tenta fazer o drama ainda mais épico – talvez não convença o júri de um festival tão europeu. A função de Jackie, aquí, é se lançar para o Oscar, algo que conseguiu com louvor.
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