Após um intervalo de dez anos, Fábio Assunção retorna aos palcos em Adultérios, peça de Woody Allen e com direção de Alexandre Reineche. Segundo o ator, essa volta é um acontecimento “porque é possível mergulhar na alma da personagem”! Allen, veterano das telonas, estreia a primeira montagem de uma peça sua no país.
A ação se passa inteiramente em um parque de Nova York, às margens do rio Hudson. Assunção vive o lunático morador de rua Fred e Norival Rizzo o escritor Jim, que vai até o local para um encontro com a amante, Barbara, papel de Carol Mariottini. Com inteligente e funcional cenografia de André Cortez, somos transportados para um parque sem precisar do verde nem de elementos clichês. Todo em madeira, o cenário faz alusão a um grande banco de parque. A trama, basicamente, se passa em torno da acusação de Fred de que Jim roubou sua história para escrever um roteiro de sucesso para o cinema. Prestes a terminar o caso com a amante, Jim se volta à Fred e os dois passam a conversar, trocar conselhos e viram amigos.
Com a intenção inicial de fazer uma troca de papéis a cada duas noites, a interessante ideia não foi adiante. Norival Rizzo só reforça nesse espetáculo seu talento provado e comprovado peça atrás de peça. Mesmo assim, faz aqui um papel menos interessante que os anteriores. Fábio, no entanto, conseguiu descobrir a alma de sua personagem, e com momentos de humor o ator cresce. Esse hiato na carreira nos palcos lhe fez bem. Carol Mariottini, por sua vez, está bem em um pequeno papel.
Texto bem humorado e extremamente ágil, mas que não consegue decolar e arrebatar a plateia. Tudo é muito bem feito, redondinho. Mas, como disse antes, falta um algo a mais que faça de Adultérios uma peça fácil de ser lembrada.
Avaliação: regular
Adultérios está em cartaz no Teatro Frei Caneca, em São Paulo (SP), até o dia 27 de novembro.
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