Ao contrário da categoria de Melhor Roteiro Adaptado, aqui as probabilidades de estar entre os indicados e vencer são maiores por um único motivo: não tendo um material prévio (o que inclui livros premiados, continuações elogiadas, etc), o script feito direto para um filme, se for de grande agrado, acaba conquistando boa parcela da Academia. Acima de tudo, os membros da premiação gostam de bons números de bilheteria de alias tanto esta quanto sua categoria irmã aos outros principais prêmios da noite. Então é difícil ver algum indicado daqui que não esteja lembrado como Melhor Filme do Ano também, no máximo um e, raramente, dois ficam de fora.
Dito isso, o roteiro de Spotlight: Segredos Revelados, realizado por Josh Singer e pelo diretor Tom McCarthy, sai na frente. Chega a ser curioso, já que os fatos narrados são baseados no caso real da equipe do The Boston Globe, mas como não havia uma publicação prévia sobre o assunto e toda uma pesquisa e entrevistas foram feitas para dar mais realidade à história do filme. Inclusive já chega como grande favorito à estatueta. Isto se a Pixar não estragar a festa com a genialidade de Divertida Mente escrita a três mãos por Pete Docter, Meg LeFauve e Josh Cooley. O fato de ser “o retorno” do estúdio aos grandes e originais longas de animação após alguns anos em baixa pode influenciar na decisão. De qualquer maneira, já está garantido.
Nunca se deve descartar Quentin Tarantino, ainda que Os Oito Odiados ainda não tenha conquistado tanto o amor do público como seus trabalhos anteriores. O fato do diretor ter ganho já o Oscar na categoria por seu antecessor, Django Livre (2012), também acaba fazendo com que suas chances de vitória sejam menores. Ainda assim, é uma aposta quase certeira entre os indicados. Restam ainda duas vagas para fechar a categoria e três outros roteiros vão ter que brigar e deixar um de fora. No caso, a parceria dos irmãos Ethan e Joel Coen com Matt Charman para Ponte dos Espiões; Alex Garland, por Ex-Machina: Instinto Artificial; e Jonathan Herman, Andrea Berloff, Alan Wenkus e Leigh Savidge por Straight Outta Compton: A História do N.W.A.. Quem será que leva a melhor?
Correndo (bem) por fora estão Laslo Nemes e Clara Royer pelo húngaro Filho de Saul (que deve ter mais chances em Melhor Filme Estrangeiro, onde já é considerado favorito); Oren Moverman e Michael Alan Lerner pelo belo Love & Mercy; e o (agora não tão) queridinho da Academia David O. Russell por Joy: O Nome do Sucesso, produção menos ambiciosa do que os últimos filmes do cineasta.
CERTEZAS
QUASE CERTEZA
DOIS FICAM, UM CAI FORA
AZARÕES