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Em toda a história do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, apenas dois diretores venceram o prêmio em anos consecutivos. Foi o caso de John Ford, por Vinhas da Ira (1940) e Como era Verde o Meu Vale (1941), e de Joseph L. Mankiewicz, por Quem é o Infiel? (1949) e A Malvada (1950). Dito isso, é pouco provável que a os votantes do Oscar concedam ao cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu este lugar privilegiado em meio a estes dois míticos cineastas, visto que ele já levou a estatueta por Birdman (ou A Inesperada Virtude de Ignorância) em 2015. O prêmio não impede, no entanto, que ele seja indicado novamente e todos os indícios apontam para esta reprise. O diretor do potente O Regresso foi lembrado por todos os grandes prêmios da temporada: Globo de Ouro, Critics Choice Awards, Directors Guild Awards, sem falar em inúmeras associações de críticos ao redor do mundo. Com o careca dourado ele não deve sair da festa, mas ele estará presente, certamente. E no páreo.

George Miller pode entrar no páreo por Mad Max: Estrada da Fúria
George Miller pode entrar no páreo por Mad Max: Estrada da Fúria

Mais chances de prêmio – e, por óbvio, de indicação – têm os veteranos Ridley Scott, por Perdido em Marte, e George Miller, por Mad Max: Estrada da Fúriaque nunca venceram em suas categorias. O primeiro bateu na trave em 2000, por Gladiador, e teve outras oportunidades com as indicações por Thelma & Louise (1992) e Falcão Negro em Perigo (2001). O segundo nunca foi indicado ao Oscar como Melhor Diretor. Foi lembrado na categoria Melhor Roteiro Original, por O Óleo de Lorenzo (1992), e por Babe: O Porquinho Atrapalhado (1996) teve duas outras indicações: Roteiro Adaptado e Filme (portanto, ele receberia como produtor). Foi o que aconteceu em 2007, aliás, quando Miller subiu ao palco para receber o Oscar como produtor de Happy Feet: O Pinguim, que venceu na categoria Melhor Animação. Dois nomes fortíssimos para a noite de premiação.

Outro diretor que surge com força é Tom McCarthy. Sua possível (e provável) indicação seria a primeira, merecida após o belo trabalho no jornalístico Spotlight: Segredos Revelados. Bebendo na fonte de Alan J. Pakula e David Fincher, McCarthy se mostra um diretor com talento para comandar uma história séria, cheia de informações importantes (e revoltantes), nunca deixando cair o ritmo da trama ou o interesse do espectador. Seu nome é uma certeza como indicado, mas ele surge como um azarão no quesito prêmio. De azarões para a indicação, temos o nome peso-pesado de Steven Spielberg, com seu competente drama de época Ponte dos Espiões, seu pupilo espiritual J. J. Abrams, que comandou o filme mais bem sucedido do ano nas bilheterias, Star Wars: O Despertar da Força. E o talentosíssimo cineasta franco-canadense Denis Villeneuve, que no Oscar só foi lembrado por Incêndios (2011), como Melhor Filme Estrangeiro, e que tem entregue cada vez mais trabalhos dignos de nota. Está mais do que na hora da Academia lhe dar o reconhecimento merecido, nem que seja com uma indicação. Poderia muito bem ser por Sicário: Terra de Ninguém.      

Será que Steven Spielberg retorna por Ponte dos Espiões?
Será que Steven Spielberg retorna por Ponte dos Espiões?

A principal dúvida na categoria Diretor é na quinta e última vaga. Adam McKay e Todd Haynes aparecem como os nomes mais fortes para preencherem esta derradeira lacuna. McKay é conhecido pelas comédias de sucesso como O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy (2004) e Os Outros Caras (2010) e esta é a primeira vez que assina um filme mais sério – e sem Will Ferrell. Após sua indicação ao Directors Guild Awards, suas chances de ser lembrado pela Academia aumentaram bastante. Mas ainda temos Todd Haynes como um poderoso oponente. Além de ter feito um belo e sensível trabalho em Carol, o cineasta é conhecido por filmes que geralmente caem no gosto das premiações. Foi o caso de Velvet Goldmine (1998), Longe do Paraíso (2002) e Não Estou Lá (2007). Para ambos, seria a primeira indicação ao Oscar como Melhor Diretor. Haynes foi lembrado anteriormente na categoria Roteiro Original por Longe do Paraíso.

 

CERTEZAS

 

QUASE CERTEZAS

 

AZARÕES

 

MERECIAM, MAS NÃO VÃO LEVAR

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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