Categorias: Artigos

Babado no Oscar

Publicado por
Tanira Lebedeff

brettr a

Toda festa do Oscar é cercada de expectativa (quem serão os indicados?) e mistério (como será a cerimônia de entrega?). Para a 84° edição adicione muito drama. E fofoca! Pediram demissão o diretor Brett Ratner (acima), que co-produziria o show ao lado do veterano do show-bizz Don Mischer, e o ator Eddie Murphy, que seria o apresentador.

O motivo da debandada foram as declarações indiscretas que Ratner andou fazendo para a imprensa hollywoodiana durante a maratona de entrevistas para divulgar o seu mais recente filme, Tower Heist (ou Roubo nas Alturas, como será chamado no Brasil, e estrelado por Murphy). No talk show de Howard Stern, por exemplo, ele comentou sua vida sexual com detalhes. A Academia de Cinema não gostou nada do que ouviu. Brett Ratner se demitiu e lamentou: “Foi uma maneira burra de me expressar”. Eddie Murphy desistiu em seguida, em consideração à parceria criativa firmada com o diretor.

Sobre a demissão de Brett Ratner, o presidente da Academia, Tom Sherak, declarou: “Ele tomou a atitude certa, para si e para a Academia. Palavras têm significado e consequência. Brett é uma pessoa boa, mas seus comentários são inaceitáveis”.

A Academia de Cinema agiu rápido e escalou o produtor Brian Grazer para a vaga. É a primeira vez que ele se envolve na produção do Oscar, mas não é um estranho à festa: já recebeu quatro indicações,
levando a estatueta de Melhor Filme por Uma Mente Brilhante em 2001. “É muito gratificante fazer parte de um show que honra a excelência num meio para o qual tenho dedicado minha carreira”, disse Grazer.

É um enredo digno de Hollywood: Brian Grazer produziu Tower Heist, o filme de Brett Ratner.E quem substituirá Eddie Murphy? A Entertainment Weekly até fez algumas apostas – Tom Hanks, Steve Martin, Jim Carrey, Russell Crowe ou Jason Bateman, todos do círculo íntimo de colaboradores de Brian Grazer. A revista também não descartava a hipótese do produtor conseguir trazer Murphy de volta à grande festa do cinema americano. Mas quem acabou levando mesmo foi Billy Crystal. “Estou retornando ao Oscar para que a jovem da farmácia pare de perguntar meu nome toda vez que vou pegar minhas receitas”, tuitou o astro de filmes como Harry & Sally – Feitos um para o outro (1989) e Os Queridinhos da América (2001). Crystal já apresentou o Oscar 8 vezes, nos anos 1990, 1991, 1992, 1993, 1997, 1998, 2000 e 2004.

 

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
é jornalista. Morou durante mais de uma década em Los Angeles, onde foi correspondente para TV e revistas especializadas em cinema. Atualmente faz Mestrado em Relações Internacionais, em Porto Alegre. Escreveu roteiros para documentário e curtas, um deles premiado com o Candango do Festival de Brasília.

Últimos artigos deTanira Lebedeff (Ver Tudo)