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Berlinale 2017 :: Festival de Berlim começa hoje com impressionante participação brasileira

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Be220

A 67ª edição da Berlinale decorre entre 09 e 19 de fevereiro e vai contar com um número recorde de trabalhos brasileiros. Com o extraordinário número de 12 filmes, entre curtas (três) e longas-metragens (nove), a participação supera qualquer outra já ocorrida nos grandes festivais internacionais. O Papo de Cinema estará em Berlim para contar tudo sobre a passagem dos artistas nacionais. Já o júri será liderado por Paul Verhoeven, o homem por trás de alguns dos mais provocadores filmes do cinema recente – Elle (2016), indicado ao Oscar 2017 na categoria de Melhor Atriz (Isabelle Huppert).

Fora do âmbito nacional, a sessão de abertura caberá a Django (2017), obra francesa sobre o emblemático músico Django Reinhardt, enquanto alguns dos destaques mais midiáticos serão Logan (2017), no qual o “Wolverine” de Hugh Jackman sai de um exílio na fronteira mexicana após o encontro com um mutante, e T2 Trainspotting (2017), em que o diretor Danny Boyle e o elenco original retomam um dos filmes mais emblemáticos dos anos 1990. Destaque ainda para os novos trabalhos dos espanhóis Alex de la Iglesia (El Bar, 2017) e Fernando Trueba (La Reina de España, 2016) e de James Gray (The Lost City of Z, 2016)

 

Joaquim, de Marcelo Gomes

Autores e revolucionários

A ampla programação internacional do festival divide-se em quatro seções principais que, além da Mostra Competitiva, incluem a Panorama, para obras que trazem um caráter mais acessível, a Fórum, para trabalhos mais experimentais, e a Generation – na qual o destaque são temáticas adolescentes.

Dos brasileiros, um dos mais cotados é Marcelo Gomes, diretor que pertenceu a leva que pôs Pernambuco no mapa cinematográfico no início do século XX. Em Joaquim, uma coprodução com Portugal e a única a fazer parte da corrida ao Urso de Ouro, o cineasta de Cinema, Aspirinas e Urubus (2005) recria a história de Tiradentes (o “Joaquim” do título), contando a transformação de um explorador de ouro num revolucionário.

 

Rifle, de Davi Pretto

Talento e acessibilidade

Por norma, a seção Panorama será aquela que melhor enquadra, de uma forma geral, a produção brasileira – caraterizada, grosso modo, por propostas que reúnem experimentações com acessibilidade. Foi por lá que passaram os três trabalhos selecionados no ano passado (Mãe Só Há Uma, Antes o Tempo não Acabava e Curumim) e na qual encontram-se quatro este ano.

Um dos destaques é Vazante, em que Daniela Thomas, habitual parceira de Walter Salles, dirige o seu primeiro filme sozinha. Também com um pano de fundo histórico, o filme mergulha na construção da identidade brasileira situando o seu enredo pouco antes da Independência e há 60 anos do fim da escravatura.

Outros dois dramas no feminino completam a seção: Como Nossos Pais, de Laís Bodanzky, traça um drama existencial de uma mulher inserida na selva urbana de São Paulo, enquanto Pendular, de Júlia Murat, trata da relação entre dois artistas que dividem competitiva e apaixonadamente um mesmo teto. Único da seção Fórum, Rifle, de Davi Pretto, promete devaneios na paisagem sulista. Já o documentário No Intenso Agora, de João Moreira Salles, debruça-se sobre as memórias da China dos anos 1960, o país nos dias atuais e leituras de Alberto Moravia.

 

Mulher do Pai, de Cristiane Oliveira

Os jovens

Três longas-metragens e dois curtas entram na seção Generations. Não Devore Meu Coração, de Felipe Bragança, aborda um romance adolescente entre batalhas campais na fronteira com o Paraguai – num filme que, de resto, já teve a sua estreia mundial em Sundance. Por seu lado, Mulher do Pai vai para outra fronteira, a do Uruguai, para um drama de uma jovem perdida entre a monotonia, os cuidados a um pai cego e a descoberta de um romance. As Duas Irenes, de Fábio Meira, por fim, conta história de uma menina de 13 anos que descobre por acaso haver outra Irene, com a mesma idade, na cidade onde mora, e fica fascinada pelo mundo dela.

 

Final Portrait, de Stanley Tucci

Competição

Na competição oficial, Marcelo Gomes irá competir com obras como Ana, mon Amour, do mesmo Calin Peter Netzer, que venceu o Urso de Ouro há alguns anos com Instinto Materno (2013), o novo trabalho de Hong Sangsoo (On the Beach at Night Alone), The Dinner, em que Oren Moverman reúne um elenco de estrelas (Richard Gere, Laura Linney, Steve Coogan e Rebecca Hall), Final Portrait, protagonizado por Geoffrey Rush e Armie Hammer, Una Mujer Fantástica, o novo de Sebastián Lelio (de Gloria, 2013), e The Other Side of Hope, de Aki Kaurismaki.

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