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Paul Verhoeven em Berlim

O júri liderado por Paul Verhoeven pode não ter o mínimo interesse – ou, pior ainda, navegar numa direção oposta aos burburinhos. De qualquer forma, conversas de salas de imprensa, compilação das principais críticas, as notas abertas de alguns júris paralelos, tudo isso ajuda a definir uma sensação de quem são os “darlings” dos jornalistas presentes na Berlinale até o momento.

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Aki Kaurismaki (ao centro) e equipe do filme The Other Side of Hope

Faltando nove filmes para serem exibidos, entre os quais o brasileiro Joaquim, de Marcelo Gomes, pode-se dizer quem são dois os “pesos pesados” da competição até o momento. De um lado, há o finlandês e eterno predileto dos festivais Aki Kaurismaki, que este ano trouxe The Other Side of Hope – obra fiel à sua temática social e ao seu estilo tragicômico.

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Os atores Francisco Reyes e Daniela Vega, de Una Mujer Fantastica

Já o outro vem de uma premiação (de Melhor Atriz, por Glória, 2013) recente no festival germânico – o chileno Sebastian Lelio. Após a história de um transexual em Una Mujer Fantástica, o alcance do diretor chegou à língua inglesa, que atualmente está trabalhando em um projeto que reúne Rachel Weisz e Rachel MacAdams, o drama ainda inédito Disobedience, previsto para este ano também.

Logo abaixo destes também têm agradado a (quase) todo o mundo o húngaro On Body and Soul, de Ilkiko Enyedi, e o senegalês Felicité, de Alain Gomis. O caso de Spoor, da veterana Agnieszka Holland, é mais delicado: apesar de algum consenso positivo, a sua fantasia vegan com serial killers mereceu da mesma forma umas tantas reprimendas.

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Richard Gere na coletiva de imprensa em Berlim

Se estes são os preferidos, o grande desafeto até o momento é surpreendente: The Dinner, do habitué em eventos deste porte Oren Moverman. Ele reuniu um elenco de luxo (Richard Gere, Laura Linney, Steve Coogan, Rebecca Hall) mas não convenceu – ainda que encontre alguns defensores. Gere foi antes figura notória por outras razões – principalmente pelo seu encontro com Angela Merkel e pelas suas fortes declarações anti-Trump.

Enquanto o germânico Bright Nights, de Thomas Arslan, ficou entre os maltratados, a recepção foi pobre também para o filme de abertura, Django, que a estas alturas justifica-se mais como um lembrete político à uma Europa que se desagrega do que um grande filme – caso com algumas semelhanças ao britânico The Party, de Sally Potter, que não seduziu os analistas e, segundo a sua autora, é um comentário sobre o Brexit e a crise do Reino Unido.

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O diretor Thomas Arslan, de Bright Nights

Segundo dados dos organizadores, mais de 250 mil pessoas já passaram pelas salas – havendo a possibilidade de bater o seu trânsito habitual, que gira em torno dos 400 mil. Nada mau para o cinema de autor, que tem aqui uma das grandes vitrines.

(Direto de Berlim, Alemanha)

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.

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