INDICADOS
- Ave Maria
- Stutterer
- Day One
- Shok
- Everything Will Be Okay
Existe um preconceito grande com o curta-metragem, geralmente visto como formato menor, espécie de escada ou prova de classe para quem pretende futuramente dirigir um longa-metragem. Não é preciso ir muito fundo na memória para lembrar dois ou três filmes com menos de 40 minutos (critério utilizado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas) que são verdadeiras obras-primas. Alguém desconfia das qualidades de realizações como O Cão Andaluz (1929) e Ilha das Flores (1989), para citar apenas dois? Mesmo que não conte com a mesma visibilidade das categorias mais celebradas, a de Curta-metragem merece, não somente uma atenção especial no dia da festa, mas, e, sobretudo, um garimpo para que possamos ver esses filmes. A despeito de sua diminuta duração, eles têm muito a dizer.
A disputa do Oscar de Melhor Curta-metragem de Ficção deste ano tem um pouco de tudo, embora o Oriente Médio desponte como lugar predominante de ambiência dos dramas. Temos a religiosidade em meio a áreas de tensão, vista em Ave Maria, a dificuldade de um homem para lidar com seus problemas de fala, centro de Stutterer, o dilema de uma profissional estadunidense no Afeganistão, base de Day One, o mosaico de histórias da guerra do Kosovo, em Shok, e questões familiares profundas, vistas em Everything Will Be Okay. Coprodução entre países europeus e médio-oriental, realizações do Reino Unido, filme norte-americano e outro alemão. Essa é a formação do mapa dos concorrentes da vez, o que mostra uma concentração sintomática Europa/Estados Unidos.
FAVORITO/TORCIDA: Ave Maria
Dirigido por Basil Khalil, esse curta-metragem mostra uma família de israelenses encalhada num povoado da Cisjordânia, em virtude do carro enguiçado, que pede ajuda a cinco freiras para voltar para casa. É apontado como favorito, principalmente em virtude do olhar lançado sobre as tensões religiosas que transformam uma simples casualidade numa ocasião de risco e dificuldades para além do comum.
AZARÃO: Shok
Nem bem azarão, mas também concorrente forte, esse filme britânico-kosovar, escrito e dirigido por Jamie Donoughue, conta uma série de histórias a respeito da famigerada guerra do Kosovo. Venceu o Aspen Shortsfest de Melhor Drama, além de receber condecorações no Hollyshorts Film Festival e no DC Shorts Film Festival. Chega com força.
ESQUECIDO: Zi You Ren
Conhecido internacionalmente como The Free Man, o curta do taiwanês Quah Boon-Lip figurou na lista dos dez pré-selecionados, mas acabou caindo na última hora, a um passo de ficar entre os cinco. Na trama, um ex-presidiário tenta reconstruir sua vida trabalhando numa loja de roupas. Ele se envolve com uma colega que possui deficiência física.
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