INDICADOS
George Miller, por Mad Max: Estrada da Fúria
Tom McCarthy, por Spotlight: Segredos Revelados
Alejandro G. Iñárritu, por O Regresso
Adam McKay, por A Grande Aposta
Lenny Abrahamson, por O Quarto de Jack
Esta parece ser uma das brigas mais acirradas da noite. Pela área especializada, seria George Miller e seu Mad Max: Estrada da Fúria. O cineasta ganhou praticamente todos os prêmios da crítica por seu trabalho. Porém, o vencedor do ano passado, Alejandro G. Iñárritu, é a grande pedra no caminho com O Regresso. Não tanto pelas estatuetas recebidas no Globo de Ouro ou no Bafta, que mal influenciam o Oscar, mas sim pelo Sindicato dos Diretores (este sim um bom termômetro), que premiou o mexicano. Mas será que a Academia vai conceder o mérito ao mesmo diretor dois anos seguidos?
Se houver uma polarização dos votos, outros dois fortes concorrentes podem se beneficiar. Tanto Adam McKay, por A Grande Aposta, quanto Tom McCarthy, por Spotlight: Segredos Revelados, tem apoio do sucesso que seus filmes fizeram entre os que preferem longas que priorizam o discurso, ao contrário das grandes produções favoritas da categoria. Quem realmente corre por fora, inclusive sendo uma indicação surpresa, é Lenny Abrahamson, por O Quarto de Jack. Por ser a “lembrança independente” do ano, fica mais como um grande acréscimo ao currículo do cineasta do que alguém realmente capaz de atrapalhar a vitória dos demais. Não que seu trabalho seja menos intenso, vale ressaltar.
Ele já venceu os prêmios que melhor servem como termômetro do Oscar. O filme tem sido bem falado e, melhor ainda, assistido pelo público. É o campeão no número de indicações. Ainda assim, será que todos estes predicados vão ajudar na hora dos membros da Academia decidirem quem leva a estatueta? Seus pontos fracos são já ter vencido no ano passado (por Birdman, 2014) e ser mexicano. Aqui o preconceito pode imperar, ainda mais que outro colega de nacionalidade, Alfonso Cuarón, ganhou o prêmio há dois anos por Gravidade (2013). Três anos seguidos sem “um deles” levar o ouro? Eis a dúvida.
Tudo é grandioso no filme que retoma a famosa franquia dos anos 1980. Agora, acima de tudo, e com um orçamento disponível para o que quisesse realizar, George Miller conseguiu fazer o filme que havia planejado há mais de 30 anos, seja pelo espetáculo visual ou o discurso totalmente atual. Além de todo este trabalho, seria uma forma de homenagear a carreira do cineasta e a própria saga criada por ele.
Uma direção intimista, muito mais focada em seus personagens e na claustrofobia que eles sofrem – física e psicologicamente – é o grande trunfo deste estreante na categoria. Não fosse sua sensibilidade com a câmera, O Quarto de Jack não seria o mesmo. Uma pena que concorra com diretores consagrados que já vinham sendo exaltados há tempos, pois, em outra ocasião, força sua produção teria para ganhar uma disputa com nomes menos pesados.
Quando a corrida ao ouro começou, ainda no meio do segundo semestre de 2015, todos apontavam o diretor como um dos favoritos da categoria. Inclusive, com grandes chances de vitória. Além de tudo, foi indicado ao sindicato da categoria. Também pudera. Há tempos Ridley Scott não se segurava tão bem na direção. Talvez a última vez tenha sido com O Gângster (2007) – aliás, outra injustiça cometida com o cineasta, já que ele também não foi lembrado por este trabalho. A Academia perdeu a chance de acirrar ainda mais a briga e deixar todos com maior expectativa.