Grandes festivais de cinema tendem a ser também intensas maratonas cinematográficas, com pouco tempo sobrando entre uma nova sessão de um título inédito, um debate, um encontro ou um seminário. E no Cine PE a situação, como se poderia esperar, não é diferente. Porém, a estrutura do mesmo procura facilitar um pouco a vida de quem o acompanha: ao contrário do que vemos em Gramado ou em Brasília, por exemplo, aqui em Recife / Olinda há apenas um longa-metragem em exibição por noite!
Quer dizer, isso assim procede na maioria das vezes. Pois o segundo dia de programação oficial do XVII Cine PE foi a exceção que confirmou a regra. Com sete longas selecionados para seis noites de competição, dois deles deveriam compor uma sessão dupla. E isso aconteceu no sábado, dia 27 de abril. E se a expectativa antevia horas sentado em frente à tela grande, ao menos fomos recompensados com duas obras que justificaram a permanência dentro do imenso centro de convenções do Cine Teatro Guararapes, em Olinda.
Mas antes, as atrações alternativas. O dia começa cedo por aqui, a partir das 09h, com oficinas de especialização sobre Finalização Digital (com João Paulo Reis, José Rubens Hirsch e Denise Miller) e de Pós-Produção Sonora (com Miriam Biderman). Às 10h, no Hotel Internacional Palace, em Recife, é a vez das coletivas de imprensa com as equipes dos títulos apresentados na noite anterior: primeiro os curta-metragistas, depois a equipe do longa. Há espaço também para um bate-papo com os homenageados, e neste dia foram os responsáveis pelo Canal 100. Outras atividades paralelas, como uma visita ao recém inaugurado estádio de futebol Arena Pernambuco, além do início da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos (com quatro filmes), às 15h, e a exibição da Mostra Especial: Brasil, País do Futebol, às 16h, composta por três documentários a respeito da questão futebolística – tema do evento deste ano – preencheram a tarde dos participantes e curiosos.
A noite, no entanto, os curtas ficaram de fora, abrindo espaço para dois longas: o documentário Orgulho de ser Brasileiro, de Adalberto Piotto, e a comédia Vendo ou Alugo, de Betse de Paula. O primeiro consegue fugir do ufanismo que o título nos remete para compor um interessante painel sobre o que causa orgulho – e também vergonha – em nossa nação, através das opiniões de quase duas dezenas de importantes personalidades nacionais. Já a ficção foi uma grata surpresa, envolvente e divertida, com um elenco em estado de graça capitaneado por uma esfuziante Marieta Severo. Aliás, sobre ela, merecemos um capítulo à parte. E sobre os dois filmes, confiram as críticas completas aqui no Papo de Cinema, em nossa Cobertura Especial!
Marieta Severo, além de participar da mostra competitiva – e há grandes chances dela sair premiada com o Calunga de Melhor Atriz – já chegou ao XVII Cine PE vitoriosa! Ela foi a primeira homenageada com o Calunga de Ouro, em reconhecimento à sua obra e dedicação à construção do cinema nacional. Uma honraria mais do que justa, que já havia sido antevista 10 anos atrás, em 2002, quando ganhou o Troféu Oscarito no Festival de Gramado. E Marieta chegou radiante, agradecida, simpática e muito afetuosa. Foi uma presença cativante e mais do que meritória, que tem tudo a ver com esse espírito alegre e contagiante desse festival que recebe a todos de braços abertos!
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