Entre os dias 8 e 18 de abril de 2021, o É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários apresenta a sua 26ª edição. Pelo segundo ano consecutivo, o evento é realizado em modo virtual, adequando-se às restrições sanitárias impostas pela Covid-19. Espectadores de todo o país podem assistir a 69 produções de 23 países, entre longas, médias e curtas-metragens exibidos nas plataformas Looke, Spcine Play e Sesc em Casa.
Este ano, a abertura do evento traz a exibição do documentário em animação Fuga (2021), vencedor da categoria no último festival de Sundance, e se encerra com o brasileiro A Última Floresta (2021), de Luiz Bolognesi, único longa-metragem 100% brasileiro a competir no Festival de Berlim 2021. O festival também traz uma retrospectiva de Chris Marker e homenagens a Ruy Guerra e Caetano Veloso.
Nas mostras competitivas de longas-metragens brasileiros, serão exibidos pela primeira vez Alvorada (2020), documentário de Anna Muylaert e Lô Politi sobre o impeachment de Dilma Rousseff, e Edna (2020), novo filme do cineasta Eryk Rocha. Na competição internacional, destacam-se 9 Dias em Raqqa (2020), retrato político selecionado no Festival de Cannes, e o potente Eu e o Líder da Seita (2020), uma reflexão sobre a origem do terrorismo na sociedade contemporânea.
O Papo de Cinema acompanhará diariamente o festival, atualizando esta matéria com críticas, notícias e entrevistas.
:: Sessão de abertura ::
Fuga
Flee, 2020
Documentário/Animação, 83 min.
De Jonas Poher Rasmussen
Nossa crítica: “Fato é que as lembranças de Amin, refugiado afegão revelando sua acidentada trajetória, ganham cor e são transformadas em matéria-prima da criação. Também há espaço a liberdades poéticas que incitam o caráter lúdico, mas não como um alívio”.
:: Confira aqui a íntegra do texto de Marcelo Müller ::
:: Competição Brasileira de Longas-Metragens ::
Alvorada
Brasil, 2020
Documentário, 90 min.
De Anna Muylaert e Lô Politi
Nossa crítica: “Dilma discursa sobre o perigo reacionário com lucidez e resiliência impressionantes. Quem espera choro, desespero ou gritos encontrará uma personalidade pública de solidez inabalável diante dos adversários”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Dois Tempos
Brasil, 2020
Documentário, 93 min.
De Pablo Francischelli
Nossa crítica: “O cineasta se interessa à banalidade e aos mínimos momentos de ternura que decorrem entre pai e filho simbólicos, na fronteira entre dois países e duas línguas”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Edna
Brasil, 2020
Documentário, 64 min.
De Eryk Rocha
Nossa crítica: “A violência se converte em poesia, não para atenuá-la ou desculpá-la, mas para revelar a maneira como o cinema de criação pode estabelecer, dentro do registro documental, um diálogo metafórico com o real”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Máquina do Desejo: Os 60 Anos do Teatro Oficina
Brasil, 2021
Documentário, 120 min.
De Lucas Weglinski e Joaquim Castro
Nossa crítica: “O documentário investe num mergulho etéreo do Oficina percebido como instituição e patrimônio da cidade de São Paulo”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Os Arrependidos
Brasil, 2021
Documentário, 83 min.
De Ricardo Calil e Armando Antenore
Nossa crítica: “Calil e Antenore demonstram coragem ao mergulharem num terreno propício a ataques de ambos os lados do espectro ideológico”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Paulo César Pinheiro: Letra e Alma
Brasil, 2021
Documentário, 85 min.
De Andréa Prates e Cleisson Vidal
Nossa crítica: “Os cineastas evitam provocar Paulo César Pinheiro, colocá-lo em contradição, fazer perguntas incisivas. Eles tampouco fornecem outro ponto de vista para se equilibrar com aquele do protagonista”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Zimba
Brasil, 2021
Documentário, 78 min.
De Joel Pizzini
Nossa crítica: “O principal mérito desta abordagem diz respeito à compreensão de seu personagem enquanto ponto de partida, mas não um ponto final”. Leia a íntegra do texto de Bruno Carmelo.
:: Competição Internacional de Longas-Metragens ::
9 Dias em Raqqa
9 Jours à Raqqa, França, 2020
Documentário, 88 min.
De Xauvier de Lauzanne
Nossa crítica: “9 Dias em Raqqa é um filme sobre um livro sobre uma entrevista sobre uma guerra. A multiplicação de pontos de vista proporciona um dos aspectos mais sedutores deste documentário”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Eu e o Líder da Seita
Aganai, Japão, 2020
Documentário, 114 min.
De Atsushi Sakahara
Nossa crítica: “O encontro entre ambos promete faíscas, porém a surpresa decorre da melancolia das imagens”. Confira na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Glória à Rainha
Glory to the Queen, Áustria/Geórgia/Sérvia, 2020
Documentário, 82 min.
De Tatia Skhirtladze
Nossa crítica: “A cineasta opta por um ângulo bastante particular: o legado cultural e a presença das quatro celebridades no imaginário popular”. Leia na íntegra a crítica de Bruno Carmelo.
Gorbachev.Céu
Gorbachev.Heaven, Letônia/República Tcheca, 2020
Documentário, 100 min.
De Vitaly Mansky
Nossa crítica: “Há o retrato melancólico do homem ciente de viver seus anos derradeiros, combalido pela obsolescência do corpo. No entanto, simultaneamente, o reflexo da mente afiada, capaz de ponderar com semelhante agudeza sobre frugalidades e complexidades”. Leia na íntegra o texto de Marcelo Müller
História de um Olhar
Histoire d’un Regard, França, 2020
Documentário, 93 min.
De Mariana Otero
Nossa crítica: “Otero adere ao gesto de seu personagem principal, retornando através das fotos às cidades vistas por Caron em busca de algo que tenha escapado ao fotógrafo, ou aos estudiosos desde então”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Leonie, Atriz e Espiã
Leonie, Actrice en Spionne, Holanda, 2020
Documentário, 85 min.
De Annette Apon
Nossa crítica: “Leonie não tem rosto, voz, laços familiares, nem ambições para o futuro. As descrições aceleradas impedem a percepção psicológica desta mulher”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Mil Cortes
A Thousand Cuts, Estados Unidos, 2020
Documentário, 98 min.
De Ramona S. Diaz
Nossa crítica: “A denúncia evoca o alarmante. A cineasta defende sua perspectiva progressista, pena que formalmente de modo conservador”. Leia na íntegra o texto de Marcelo Müller
MLK/FBI
MLK/FBI, Estados Unidos, 2020
Documentário, 104 min.
De Sam Pollard
Nossa crítica: “O formato se torna padronizado, avesso a qualquer forma de invenção formal ou estética. O cineasta se prende à sucessão linear e descritiva dos fatos”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Paraíso
Paraíso, Portugal/Brasil/França, 2021
Documentário, 74 min.
De Sérgio Tréfaut
Nossa crítica: “É impressionante a capacidade do cineasta em retratar uma comunidade específica (em termos de idade, geografia, gênero, classe e etnia) somente por meio da observação atenta”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Presidente
President, Estados Unidos/Dinamarca/Noruega, 2021
Documentário, 130 min.
De Camilla Nielsson
Nossa crítica: “É tão fascinante quanto revoltante observar a montanha russa de otimismo e decepção que invade o Zimbábue em 2018”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Sob Total Controle
Totally in Control, Estados Unidos, 2020
Documentário, 123 min.
De Alex Gibney, Ophelia Harutyunyan e Suzanne Hillinger
Nossa crítica: “O filme não fornece elementos para a reflexão do espectador, preferindo lhe dizer qual conclusão tomar. Para uma obra ostensivamente política, a opção pela passividade do espectador representa uma estratégia contraproducente”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
Vicenta
Vicenta, Argentina, 2020
Documentário, 69 min.
De Darío Doria
Nossa crítica: “O problema desta narrativa lacônica e distanciada diz respeito ao tratamento humano. Vicenta e Laura jamais se tornam personagens autônomas, dotadas de voz e ponto de vista”. Leia na íntegra o texto de Bruno Carmelo.
:: Caetano.Doc ::
Coração Vagabundo
Brasil, 2008
Documentário, 71 min.
De Fernando Grostein Andrade
Nossa crítica: “Caetano relata seus pensamentos (sempre andando, sempre em frente), seus desejos, sua inconformidade pela falta de notoriedade da cultura brasileira diante culturas mais tradicionais”. Leia na íntegra o texto de Alexandre Derlam.
Narciso em Férias
Brasil, 2020
Documentário, 84 min.
De Renato Terra e Ricardo Calil
Nossa crítica: “Caetano alude ao momento específico em que o mundo discutia conquistas espaciais enquanto seu microcosmo era afrontado pela truculência do regime tão ignóbil quanto antidemocrático”. Leia na íntegra o texto de Marcelo Müller.
Rogério Duarte: O Tropikaoslista
Brasil, 2018
Documentário, 89 min.
De José Walter Lima
Nossa crítica: “Uma colcha de retalhos alinhavados com relativa competência, mas vítima da inconstância dramática dos fragmentos. Não há depoimentos no filme, ou seja, apenas o próprio Rogério e a câmera”. Leia na íntegra o texto de Marcelo Müller.
Torquato Neto: Todas as Horas do Fim
Brasil, 2017
Documentário, 88 min.
De Eduardo Ades e Marcus Fernando
Nossa crítica: “Inebriados pelo avesso à caretice típico do personagem do documentário, Ades e Fernando deram o ritmo da poesia meio concretista, meio marginal que o consagrou”. Leia na íntegra o texto de Bianca Zasso.
Tropicália
Brasil, 2012
Documentário, 87 min.
De Marcelo Machado
Nossa crítica: “Curto como a própria Tropicália, o documentário faz um belo passado a limpo do que mais importante foi realizado naqueles bombásticos anos de 1967, 1968 e 1969”. Leia na íntegra o texto de Rodrigo de Oliveira.
Uma Noite em 67
Brasil, 2010
Documentário, 85 min.
De Renato Terra e Ricardo Calil
Nossa crítica: “Os grandes momentos acontecem nos bastidores, durante intervalos onde os apresentadores (mestres de cerimônia) conversam com os participantes”. Leia na íntegra a crítica de Alexandre Derlam.
:: Homenagem a Ruy Guerra ::
O Homem que Matou John Wayne
Brasil, 2016
Documentário, 70 min.
De Diogo Oliveira e Bruno Laet
Nossa crítica: “Ruy Guerra que seu cinema pode ser visto como hermético por ele não se preocupar em mastigar tudo para o espectador. Ele quer que o seu público pense através das imagens que mostra”. Leia na íntegra o texto de Rodrigo de Oliveira.
:: Sessão de encerramento ::
A Última Floresta
Brasil, 2020
Documentário, 74 min.
De Luiz Bolognesi
Nossa crítica: “Esqueça o senso de urgência comum a tantos documentários políticos nos quais o conteúdo se sobrepõe à forma: aqui, a estética expressa um posicionamento político consciente”. Leia a íntegra o texto de Bruno Carmelo.
:: Notícias ::
Começa o 26º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários online
26º É Tudo Verdade anuncia seleção de documentários para edição virtual
É Tudo Verdade 2021 :: Inscrições estão abertas até 30 de dezembro
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