007: Operação Skyfall foi celebrado por muitos como um dos grandes James Bond dos últimos tempos, senão da série toda. O feito é considerável diante da representatividade e da longevidade do agente secreto nas telonas. Mesmo após dizer que não comandaria a sequência, o diretor Sam Mendes voltou atrás e topou o desafio de lidar com as expectativas que inevitavelmente recairiam sobre o sucessor de Skyfall. 007 contra Spectre mostra o protagonista, interpretado mais uma vez por Daniel Craig, em conflito com uma organização escusa e emblemática. Completando o elenco principal, Christoph Waltz, Ralph Fiennes, Monica Bellucci e Léa Seydoux. A recepção tem variado do frio ao morno, com algumas exceções calorosas. Para debater a respeito de 007 contra Spectre, chamamos ao Confronto desta semana os críticos Conrado Heoli e Thomas Boeira, respectivamente atacante e defensor. E você, gostou da nova aventura de Bond, James Bond? Confira e não deixe de opinar.
A FAVOR :: “Não se trata de um filme brilhante, mas é muito eficiente”, por Thomas Boeira
Usando a era de Daniel Craig como James Bond a fim de marcar uma espécie de recomeço para a história do personagem originário das páginas de Ian Fleming, a série 007 tem conseguido fazer uma releitura interessante de si mesma. E este 007 contra Spectre é o grande resultado dos três exemplares anteriores. A proposta de manter o vigor atual da franquia, ao mesmo tempo em que busca dialogar com o que ela representou no passado, funciona bem. O roteiro é corajoso na abordagem de certos aspectos, como a relação entre o herói e o vilão interpretado por Christoph Waltz, uma dinâmica que ganha aprofundamento num nível mais pessoal. O embate entre eles acaba sendo o centro da missão principal. As cenas de ação são conduzidas novamente com grande segurança pelo diretor Sam Mendes, sejam perseguições, uma luta no trem ou a sequencia pré-créditos que se revela o melhor momento da trama (pena que seja logo no começo). Verdade, não se trata de um filme brilhante, mas é muito eficiente. Daniel Craig novamente mostra ser um ótimo James Bond. Se for sua última aparição como o personagem, terá sido uma despedida respeitável.
CONTRA :: “Pautado por soluções formulaicas que nunca concebem um caminho original para seguir”, por Conrado Heoli
Após o êxito absoluto do filme que marcou a celebração do 50º aniversário da franquia de James Bond nos cinemas, 007: Operação Skyfall, as expectativas e apostas para o capítulo seguinte eram muito altas. Pela sabedoria popular, nada mais inteligente do que não mexer no time que estava ganhando, então rapidamente Sam Mendes e Daniel Craig permaneceram escalados para repetir seus feitos em 007 contra Spectre. Os resultados, infelizmente, não são animadores. Partindo de uma introdução impressionante na festa do Dia de los Muertos, no México, logo se percebe a clara intenção de repetir tudo o que já deu certo nos últimos longas da série – sem necessariamente reinventar qualquer coisa. A Bond Girl de Léa Seydoux até encanta, mas o vilão caricato de Christoph Waltz tem uma motivação pífia digna da fase mais rocambolesca dos filmes de Bond. Em determinado momento, um de seus rivais o compara a uma pipa dançando em um furacão, algo que resume este filme pautado por soluções formulaicas que nunca concebem um caminho original. Os excelentes valores de produção e cinematografia são impecáveis como o terno branco de James Bond: irretocável, mas nada apropriado para a ocasião.
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