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300 (2006) foi um grande sucesso de público. Adaptação da HQ homônima do lendário Frank Miller, o filme conquistou as plateias muito por conta da estética que procurou transpor ao cinema o visual dos quadrinhos. As filmagens foram feitas contra fundos verdes, nos quais os computadores se encarregaram de despejar cenários irreais. Em se tratando de um exemplar épico, a técnica se mostrou vantajosa também ao estúdio, pois lhe poupou investimentos em locações, construções de espaços, etc. Como era de se esperar, e tendo em vista que Miller sequenciou a trama também na versão escrita e desenhada, chegou às telas 300: A Ascensão do Império (2013), continuação dirigida por Noam Murro, sob a consultoria do agora apenas roteirista Zack Snyder, o responsável pelo primeiro longa. E aí, esse prelúdio é bom ou apenas mais um caça-níqueis? No Confronto da semana, Danilo Fantinel o defende como se estivesse guardando os muros atenienses, enquanto Thomas Boeira o ataca com fúria semelhante à de um soldado persa. Confira.

 

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A FAVOR :: “Espécie de clássico-dark ou under-renascentista”, por Danilo Fantinel
Quando Zack Snyder lançou 300, inovando narrativa e esteticamente o cinema baseado em graphic novels da mesma forma que Sin City: A Cidade do Pecado (2005), testemunhamos a resistência de Esparta aos persas em Termópilas. Agora, abre-se o foco histórico do enredo, reenquadrando o jogo político e filosófico daquele momento ao ecoar a ameaça de Xerxes (Rodrigo Santoro) a todo o mundo grego – uma unidade ainda em construção. O diretor Noam Murro mantém a ação e o visual de 300, mas vai além. As batalhas em alto-mar são vigorosas e detalhadas, com táticas de combate da época aliadas a rigor artístico: espécie de clássico-dark ou under-renascentista. O tom é tão sério quanto o enredo do roteirista Snyder, que se inspira em Frank Miller para propor uma trama ficcional obscura, apresentando o passado de Xerxes e sua personificação psicótica em deus-rei. Também insere Artemísia, comandante persa furiosa que rouba a cena e toca fogo à guerra em busca de vingança. Além disso, cria um líder ateniense reticente, Themistokles, culpado por certas decisões e inseguro em tomar outras. Um humano comum, sem a linhagem divina de Aquiles ou os ímpetos heroicos de Leônidas. O novo 300 vence ao confrontar a paixão cega persa à razão incerta grega.

 

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CONTRA:: “Continuação muito mal preparada”,  por Thomas Boeira
Com o diretor Noam Murro fazendo de tudo para imitar o estilo empregado por Zack Snyder no longa anterior, 300: A Ascensão do Império é desinteressante por não saber usar os elementos que fizeram de 300 uma obra tão eficiente. Se por um lado o visual continua impressionando, por outro o slow motion chega a causar sono, de tanto que é utilizado. Já as cenas de batalha são conduzidas de uma forma tão burocrática que acabam cansando rapidamente, nunca conseguindo ter o mesmo impacto daquelas vistas no primeiro filme. Boa parte disso se deve também ao fato de o protagonista Temístocles ser interpretado apaticamente por Sullivan Stapleton, que não mostra um pingo de carisma durante todo o filme, o que além de fazer com que não nos importemos com seu personagem, ainda torna a história nada envolvente e até contribui para que torçamos a favor de Artemísia, a vilã que a bela Eva Green encarna com energia, em um dos poucos pontos positivos dessa continuação muito mal preparada.

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