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Confronto :: A Culpa é das Estrelas

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A Culpa é das Estrelas (2014), filme baseado no livro homônimo de John Green, tem levado fãs (e também não fãs) às lágrimas nos cinemas por aí. A história da menina Hazel (Shailene Woodley), portadora de uma doença grave que vai encontrar nos braços do jovem Augustus (Ansel Elgort) a esperança de dias melhores, é líder das bilheterias nacionais pela segunda semana consecutiva, com números expressivos, ainda mais se levarmos em conta a dura concorrência da Copa do Mundo. Mas será que estamos diante de apenas mais um romance infantojuvenil açucarado e lacrimoso ou de um filme interessante que mescla amor e tragédia iminente?

Para tirar a teima, chamamos ao Confronto da semana os críticos Robledo Milani e Yuri Correa, respectivamente ataque e defesa do filme dirigido por Josh Boone. E você, gostou de A Culpa é das Estrelas? Confira e não deixe de opinar.

 

A FAVOR :: Não uma obra-prima, mas com certeza um projeto eficiente”, por Yuri Correa
Diferentemente dos protagonistas da Saga Crepúsculo, que formavam outro casal de grande sucesso literário e cinematográfico, Hazel e Gus funcionam porque seus criadores entendem que uma relação amorosa vai muito além da admiração contemplativa e poética na qual os primeiros estavam imersos. Edward era um vampiro, Bella tinha um sangue com cheiro bom, essas eram as únicas características apresentadas para explicar o sentimento que os unia. Já em A Culpa é das Estrelas, a trama é constantemente preenchida com várias experiências divididas entre nossos heróis, sejam elas gostos, sonhos, traços pessoais, bem como também divergências. Isso acaba gerando um embasamento emocional, por meio do qual o espectador se aprofunda no drama dos dois jovens que, diagnosticados com câncer, se apaixonam mesmo sabendo do inevitável desfecho. E o melhor reside no fato de que essas vivências de Hazel e Gus se mostram inventivas, ainda que jamais implausíveis, o que movimenta e dá ritmo a uma narrativa que – fiel demais ao livro –  é naturalmente episódica. Os atores, incluindo Laura Dern e Willem Dafoe, coroam com performances carismáticas e/ou tocantes não uma obra-prima, mas com certeza um projeto eficiente.

CONTRA:Longa simplista em sua trama e simplório em seus conflitos e resoluções”, por Robledo Milani
A fórmula é seguida à risca: (1) é baseado em um livro adolescente que vendeu milhões; (2) tem como protagonistas um casal jovem, e; (3) os dois estão doentes e irão morrer em breve. Como não dar certo? Tanto funcionou que estreou em primeiro lugar nas bilheterias. Mas isso significa que temos um bom filme? O longa baseado no livro de John Green é simplista em sua trama e, pior, simplório em seus conflitos e resoluções. E o pior são as frases de efeito – o roteiro está cheio delas! O rapaz sem uma perna e a menina com câncer se apaixonam imediatamente, em dois tempos estão namorando com a aprovação total das famílias e amigos, e em seguida vão para Amsterdã visitar um escritor que admiram. “Ah, mas eles já sofrem o suficiente com suas condições”, pode alertar um admirador. Sim, mas isso está estampado no cartaz. Então, qual a surpresa? O rapaz possui uma única expressão durante todo o desenrolar da história, os adultos são meros coadjuvantes, e ainda vemos atores como Laura Dern e Willem Dafoe serem mal aproveitados. Shailene Woodley é boa, e novamente é a única razão para se assistir ao longa. No mais, tem-se exatamente aquilo que se compra, sem nenhuma profundidade, relevância ou pertinência. Infelizmente.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.

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