Após a indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Missão Madrinha de Casamento (2011), Melissa McCarthy, que até então alternava papeis pequenos no cinema e o trabalho televisivo mais regular, passou a ser um dos nomes fortes da comédia norte-americana. Em A Espiã que Sabia de Menos (2015), ela interpreta uma agente da CIA que, cansada de trabalhar nos bastidores, abraça a oportunidade de ir a campo para desmantelar um megalomaníaco plano inimigo. Estamos diante de uma bobagem sem graça ou de um trabalho cômico que vai além das piadas rasteiras e do humor chulo tão comum? O Confronto da semana quer engrossar o caldo dessa discussão. Alysson Oliveira, nosso convidado do Cineweb, e Renato Cabral, prata-da-casa, elencam os méritos e os deméritos do mais recente filme de Paul Feig. Confira.
A FAVOR :: “Paul Feig parece ter a sensibilidade feminina de um George Cukor aliada ao humor nonsense do Saturday Night Live”, por Renato Cabral
O ano de 2015 parece ser o da quebra de paradigmas no cinema, sobretudo por conta de um conjunto de ações que vão desde a pressão das atrizes por melhores papéis e salários mais justos, passando pela cobrança de uma presença feminina constante atrás das câmeras, chegando até o direcionamento da própria sociedade como um todo, que identifica essa necessidade de igualdade e elevação dos direitos das mulheres. Alinhadíssimo com essa mensagem, A Espiã que Sabia de Menos (péssimo título nacional), conta a história da agente Susan Cooper, interpretada por Melissa McCarthy, que auxilia as operações secretas de forma remota. Mas quando seu parceiro morre em uma missão e todos os agentes de campo são desmascarados, ela precisa sair de sua zona de conforto e, na prática, mostrar que é a melhor agente. Sem medo de construir as personagens femininas de forma plena, como já aconteceu em Missão Madrinha de Casamento e As Bem-Armadas (2013), Paul Feig parece ter a sensibilidade feminina de um George Cukor aliada ao humor nonsense do Saturday Night Live. Destaque para a presença de Rose Byrne e da humorista inglesa Miranda Hart.
CONTRA :: “O infame título nacional já denuncia a bobagem que vem pela frente “, por Alysson Oliveira
Melissa McCarthy é engraçada, mas precisa de um bom material. Não é milagreira. A evidência é este filme, cujo infame título nacional já denuncia a bobagem que vem pela frente. Como a espiã a atriz é esforçada, mas incapaz de superar as limitações do roteiro previsível e da direção pouco empenhada de Paul Feig, com quem ela já trabalhou no superior Missão Madrinha de Casamento. A graça do filme vem (ou deveria vir) da situação “peixe fora d’água”, ao colocar uma assistente no lugar de um espião. Há bons momentos, é claro, mas também há escatologia e excesso de clichês. Melissa não tem pudor de se jogar no chão ou vomitar – acerta em alguns momentos, mas erra em vários exatamente pelo excesso. Para que seu humor (que é mais físico do que qualquer outra coisa) funcione é preciso um diretor inspirado, e essa sorte ela não teve nos últimos trabalhos. Dessa bagunça toda, talvez apenas Jason Statham sobreviva impune, fazendo paródia do tipo durão e mal humorado a que está acostumado a interpretar. Esse parece o primeiro longa de uma franquia, e a ideia não é de todo ruim – mas agora, só resta esperar que seja mais bem resolvida no próximo.
Últimos artigos de (Ver Tudo)
- Top 10 :: Dia das Mães - 12 de maio de 2024
- Top 10 :: Ano Novo - 30 de dezembro de 2022
- Tendências de Design de E-mail Para 2022 - 25 de março de 2022
Deixe um comentário