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Se a Marvel, uma das duas maiores editoras de histórias em quadrinhos dos Estados Unidos, criou um time dos sonhos para coordenar a transposição de seus principais personagens para a tela grande, a DC Comics – a outra editora – depositou essa tarefa nos ombros de um único homem: Christopher Nolan! E isso só foi possível após o impressionante sucesso da trilogia O Cavaleiro das Trevas, iniciada com Batman Begins (2005), seguida por Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008) e concluída com o bombástico Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012). Se para muitos o filme do meio representou o ponto alto da saga, há os que defendem o capítulo final com unhas e dentes, justamente por apresentar uma conclusão que liga todas as pontas até então soltas, atingindo resultados incríveis. Por outro lado, o terceiro episódio também é motivo de algumas ressalvas, como as apresentadas aqui neste Confronto especial, embalado pela estreia do novíssimo O Homem de Aço – a nova versão nas telas do Superman, escrita e produzida por… Christopher Nolan! Confira!

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A FAVOR:Um clássico instantâneo e um dos maiores acertos de Hollywood”, por Matheus Bonez
Christopher Nolan já havia atingido o ápice dos filmes baseados em histórias em quadrinhos com Batman: O Cavaleiro das Trevas. Quatro anos depois, mesmo com críticas das mais variadas, ele conseguiu manter a coerência e entregou um filme tão excepcional (senão mais) do que o anterior. Em Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, o caos em Gotham, que se com o Coringa era uma grande ameaça, torna-se realidade através de Bane e uma reestruturada Liga das Sombras, que ainda faz a ponte com Batman Begins, fechando o ciclo de medo tão inerente ao universo do Homem Morcego. O Bane de Tom Hardy é tão ou mais perigoso do que o Coringa de Heath Ledger. A diferença é o grau de loucura do segundo, mil vezes maior que o do primeiro. Não bastasse o vilão mais do que apropriado, o fim da trilogia de Nolan envolve vários personagens com destaque e importância na história, nunca jogados a esmo na tela, além de momentos de tensão que não se viam no cinema desde… o filme anterior de Batman! O final perfeito para uma trilogia que provou ser um dos maiores acertos de Hollywood e que se transformou em um clássico instantâneo.

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CONTRA:O que ofende é Christopher Nolan ser tomado como gênio”, por Pedro Henrique Gomes
Se filmes não podem ser julgados de antemão apenas por suas ideias, mas sim pela relação destas com os aparelhos (técnica, forma), então vamos admitir logo de cara: não é pelo reacionarismo que Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um mau filme. Ora, existem obras-primas que são reacionárias. Seu problema é que, para ser um espetáculo, para ser entretenimento, para existir enquanto potência de luz e som, para não ser menos que uma novela, ele só pode operar através de uma série de inconsistências: os personagens não sabem morrer pois o diretor não sabe matá-los, não oferecem resistência porque são pobres, nulos enquanto corpos dramáticos. Isto é, é igual ao que já foi visto antes, só que melhor. Se Batman Begins tinha alguma imagem para trocar com o imaginário do espectador e, claro, do próprio cinema, aqui tudo se resolve na produção de artificialismos estéticos e didatismo político, embora claramente exista, no limite, uma “visão de mundo”. Mas não são suas posições políticas que ofendem, nem podemos infantilizar o debate. O que ofende mesmo é Christopher Nolan ser tomado como gênio.

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