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Lançado de modo discreto nos cinemas norte-americanos no último mês de maio em menos de 300 salas (uma estreia nos EUA, normalmente, ganha 10 vezes mais espaços), Frances Ha foi praticamente ignorado pelo grande público, tendo faturado pouco mais de US$ 4 milhões nas bilheterias (o salario de Julia Roberts, por exemplo, é cerca de 5 vezes este valor). No entanto, aos poucos, o filme foi sendo descoberto por um circuito seleto de cinéfilos, além de ter agradado em cheio a crítica especializada: o longa tem 93% de aprovação no Rotten Tomatoes e 82% de avaliações positivas no MetaCritic. Escrito em parceria por Noah Baumbach e Greta Gerwig, dirigido pelo primeiro e estrelado pela segunda, esta história sobre uma garota nos seus vinte e poucos anos, que deseja ser bailarina mas até que seus sonhos se realizem segue sem rumo por uma Nova Iorque em preto e branco tem despertado desprezo de alguns e adoração de tantos outros. E é por isso que esta é a nossa opção desta semana para um Confronto! Confira!

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A FAVOR:Um respiro de originalidade e uma amostra de talento”, por Renato Cabral
Noah Baumbach sempre destaca em seus filmes protagonistas esquisitos. Do excêntrico menino que se vê em meio ao divórcio dos pais em A Lula e a Baleia (2005), passando pelo perdido Claude, de Margot e o Casamento (2007), e finalmente chegando à ansiosa Frances, de Frances Ha (2013). O que os três possuem em comum é a descoberta do amadurecimento. E como Frances, a atriz e sensação indie Greta Gerwig apresenta uma das mais simpáticas personagens dos últimos anos. Além de estrelar, co-roteiriza ao lado de Baumbach, mostrando uma história de amizade que se desdobra em uma jornada de crescimento pessoal e profissional. E claro, repleta de erros cômicos que Frances, e todos aqueles que já tentaram se encaixar no mundo, entendem muito bem. Frances Ha nada mais é que um respiro de originalidade e uma amostra de talento em meio a um 2013 fraco de produções americanas de qualidade. Trazendo uma ode ao cinema ao mesclar Nova York e Paris, homenageando Woody Allen e a Nouvelle Vague, Baumbach ainda ganha o público com uma trilha sonora espetacular, que retoma de David Bowie a Georges Delerue, dando o tom à história da atrapalhada, mas verdadeira, Frances. Esquisitinha e inesquecível.

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CONTRA:Ficção ou um big brother mais elaborado?”, por Robledo Milani
Frances Hallaway é Greta Gerwig – ou seria o contrário? Atrapalhada do momento em que abre os olhos até quando decide retornar à cama no final do dia, personagem e criadora se confundem num ser único, e esta é também a impressão transmitida ao espectador: estamos diante de uma obra de ficção ou trata-se apenas de mais um big brother, talvez um pouco mais elaborado? Até sua alcunha – Frances Ha – já indica o jeitinho esperto que aplica para tentar se dar bem em tudo, mesmo que, na maioria das vezes, não tenha tanta sorte. Noah Baumbach, um diretor promissor que chegou a ser indicado ao Oscar pelo cultuado A Lula e a Baleia (2005), some por detrás dos maneirismos de sua protagonista, um tipo que se esforça tanto para agradar com seu charme atrapalhado que tudo que consegue provocar é a irritação alheia. Pior ainda é o enredo, pelo qual somos conduzidos por uma série de desencontros sem fim até que, em questão de minutos, tudo se resolve sem maiores explicações. Ah, se assim fosse na vida! Mas não é, e Woody Allen já mostrou isso inúmeras – e melhores – vezes.

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