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Adam Sandler e Drew Barrymore reeditam em Juntos e Misturados (2014) a parceria de Afinado no Amor (1998) e Como se Fosse a Primeira Vez (2004). Parece que novamente deu certo, ao menos se tivermos como parâmetro as bilheterias. No Brasil, por exemplo, a comédia romântica dirigida por Frank Coraci registrou a maior abertura de um longa estrelado por Sandler, arrecadando aproximadamente R$ 4,6 milhões em seu primeiro fim de semana de exibição. A trama começa com um frustrante encontro às cegas, e segue no improvável reencontro dos personagens de Sandler e Barrymore numa viagem à África, onde terão de dividir as dependências num resort de luxo, com direito ainda à presença dos filhos de ambos. Para debater sobre Juntos e Misturados, chamamos ao Confronto da semana os críticos Thomas Boeira e Yuri Correa, respectivamente atacante e defensor do filme. E você, de qual lado está? Confira e não deixe de opinar.

 

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A FAVOR :: “Uma agradável surpresa”, por Yuri Correa
Adam Sandler é um picareta, mas um que funciona ocasionalmente quando fatores alheios ao seu “talento” estão alinhados para conceber um bom filme, como visto em Click (2006), Espanglês (2004), Como se Fosse a Primeira Vez (2004) e – num nível muito acima – no sensível Embriagado de Amor (2002). Não surpreende, portanto, que ele retome as parcerias com Drew Barrymore – com quem possui uma química inegável – e o diretor Frank Coraci, que outrora já lhe renderam sucessos, para levar às telonas este Juntos e Misturados, uma agradável surpresa. Claro, não se trata de um filme inatacável, afinal, Sandler ainda está estampando todos os pôsteres, mas é, de fato, sóbrio. E digo isso mesmo tendo mente a cena que envolve Barrymore descendo de paraquedas sobre um rinoceronte. A trilha serve de âncora, mantendo um clima delicado no ar, quase que colocando os inevitáveis e típicos arroubos de besteirol machista de Sandler numa coleira, dosando-os. Aliás, o próprio ator parece sentir esse tom da condução e traz um protagonista bastante contido e carismático, lembrando muito seu trabalho no filme de Paul Thomas Anderson. É previsível? Claro que sim. Dispensável? Sem dúvidas. Menos divertido por isso? Nem um pouco.

 

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CONTRA :: “Um grande desastre” , por Thomas Boeira
As comédias divertidas de Adam Sandler são poucas. Em sua maioria, subestimam a inteligência do espectador, não têm graça, chegando até a irritar. Sandler vinha se superando nos últimos anos, com Cada Um Tem a Gêmea Que Merece (2011) e Este é o Meu Garoto (2012), bombas impressionantes. Sendo assim, é compreensível que ele retome em Juntos e Misturados a parceria com Drew Barrymore, com quem fez Afinado no Amor e o adorável Como Se Fosse a Primeira Vez, mas nem isso salva a produção de ser ruim. O filme é tão óbvio que com 20 minutos é possível prever quase tudo que acontecerá. Acompanhar a história vira, então, um exercício de paciência, já que ficamos esperando um bom tempo até que tudo aconteça. E ainda que Sandler e Barrymore consigam resgatar em alguns momentos a simpatia vista em seus longas anteriores, as piadas estúpidas prejudicam muito, como quando vemos dois rinocerontes transando. Juntos e Misturados é um pouco mais suportável que os últimos filmes de Sandler, mas o fato de ainda assim ser um grande desastre apenas mostra a que nível os trabalhos dele chegaram.

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