CONTRA

Publicado por
Bianca Zasso

Por mais que os filmes de super-heróis nunca tenham presenteado seu público com obras dignas de serem lembradas para sempre na história do cinema (talvez Homem-Aranha 2, de Sam Raimi, fuja a essa regra), sempre se deposita esperança quando um novo exemplar chega às telonas. Liga da Justiça é divertido se desconsiderarmos o excesso de falas engraçadinhas colocadas na boca de Batman e Flash, cumprindo sua função de apresentar a união dos personagens da DC com dignidade. Porém, passa longe de ser um filme emocionante ou que prenda o espectador, mesmo aquele que tem uma relação de carinho com os personagens, isso muito devido ao roteiro cheio de pontas soltas e que se vale de situações quase absurdas para garantir que todos os integrantes da Liga estejam no mesmo lugar, ao mesmo tempo. O estilo de direção de Joss Whedon não é dos piores, mas é atrapalhado pela presença das escolhas de Zack Snyder, como a já clássica paleta de cores escuras na fotografia, assim como os efeitos especiais de qualidade duvidosa. Sabemos que criar obras para a posteridade não é a primeira preocupação dos realizadores do filme, mas depois de um trabalho bacana de direção de Patty Jenkins em Mulher-Maravilha (2017), essa reunião de heróis em torno de um vilão genérico, que parece ter sido incluído na trama apenas para garantir um motivo para a Liga sair de casa, é uma estratégia infantil que pode incomodar até os mais jovens que sequer tocaram num exemplar dos quadrinhos.

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é jornalista e especialista em cinema formada pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Com diversas publicações, participou da obra Uma história a cada filme (UFSM, vol. 4). Na academia, seu foco é o cinema oriental, com ênfase na obra do cineasta Akira Kurosawa, e o cinema independente americano, analisando as questões fílmicas e antropológicas que envolveram a parceria entre o diretor John Cassavetes e sua esposa, a atriz Gena Rowlands.

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