Após o sucesso de Idas e Vindas do Amor (2010), o diretor Garry Marshall continuou explorando a vertente narrativa feita de núcleos interligados por um tema específico. Em Noite de Ano Novo (2011), como o próprio nome já diz, o elenco repleto de nomes conhecidos vive histórias passadas na data em que promessas são feitas e há esperança de dias melhores. Muita gente não vê graça nesses filmes-coral, mas não necessariamente vão por aí as objeções ao longa. Há, por outro lado, aqueles que acham exagero esperar demais de algo proposto a ser apenas outra comédia romântica. Já que nos aproximamos do Réveillon, do instante em que 2014 vai dar espaço para 2015, o Confronto da semana é justamente sobre Noite de Ano Novo. De um lado, Robledo Milani, o defensor; de outro, Thomas Boeira, o oponente atacante. E você, concorda com quem nesta discussão sadia? Confira e não deixe de opinar.
A FAVOR :: “A trama combina situações comuns, numa diversão leve e passageira, exatamente como uma festa de Réveillon”, por Robledo Milani
Um filme dirigido por um dos diretores mais bem-sucedidos da história de Hollywood – a soma do faturamento apenas dos seus principais longas ultrapassa a marca do US$ 1,5 bilhão nas bilheterias de todo o mundo – com um elenco de fazer inveja a qualquer produção – entre os nomes selecionados estão três vencedores do Oscar, dois astros da música, ídolos teens e estrelas das mais diversas proporções, aptos a se comunicarem com as mais variadas faixas de público. Seguindo o mesmo esquema de seu longa anterior, Idas e Vindas do Amor, Garry Marshall mais uma vez reuniu um time de peso, encabeçado por Robert De Niro, Hilary Swank, Halle Berry, Michelle Pfeiffer, Zac Efron, Ashton Kutcher, Jessica Biel, Josh Duhamel, Sarah Jessica Parker e Jon Bon Jovi, entre tantos outros. A trama combina situações comuns: a excitação do primeiro beijo, a emoção de reencontrar um antigo amor, a hora de parar e repensar nossas vidas, a lista de mudanças para o futuro e o desejo de um dia melhor amanhã. O momento é de união, seja entre pais e filhos, amantes e namorados, colegas e amigos, numa combinação que cinematograficamente não apresenta nada de realmente novo, mas que é envolta em tanto brilho, na cidade mais badalada do mundo – Nova Iorque, onde mais? – que não teria como dar errado. Afinal, entrega exatamente o que promete: diversão leve e passageira, exatamente como uma festa de Réveillon.
CONTRA :: “Não tem nada de muito inspirado”, por Thomas Boeira
Após o sucesso do fraco Idas e Vindas do Amor, é uma pena que tenham decidido fazer uma continuação passada na noite de Ano Novo, usando a mesma fórmula (um grande elenco dividido em vários núcleos narrativos) – popularizada depois do excepcional Simplesmente Amor (2003) -, com resultado ainda pior. Garry Marshall volta à direção, juntando um elenco com nomes de peso (Robert De Niro, Hilary Swank, Halle Berry, entre outros) que ele desperdiça em um material desinteressante, aborrecido e que utiliza clichês mais que batidos. Katherine Heigl, por exemplo, aparece pela enésima vez em uma história do tipo “casal se odeia, mas se ama”. Com exceção, talvez, do núcleo de Michelle Pfeiffer e Zac Efron, que aqui e ali ainda consegue ser um pouco divertido apesar de bobo como as outras histórias do filme, Noite de Ano Novo não tem nada de muito inspirado e que o torne uma produção passável, sendo uma das bombas que 2011 teve o desprazer de trazer para o público.