E chegamos à segunda parte da trilogia programada para adaptar O Hobbit, de J.R.R. Tolkien, ao cinema. Se a primeira foi alvo de muitas ressalvas, sobretudo por conta da suposta tendência a enrolar o espectador numa trama mais longa do que deveria, as objeções quase que se repetem a O Hobbit: A Desolação de Smaug (2013), cuja recepção crítica – morna – não é compatível com o sucesso alcançado pelo filme nas bilheterias de todo mundo. Mas como sabemos que êxito comercial não está necessariamente atrelado à qualidade cinematográfica/artística, bom levantarmos pontos positivos e negativos da realização, a fim de que consigamos melhor entendê-la. Então, para o embate de ideias da semana, convocamos Danilo Fantinel, dos que gostariam de ver Smaug queimando a equipe responsável pelo filme, e Marcelo Müller, simpático à jornada contra o dragão que guarda a Montanha Solitária. Confira e não deixe de comentar.
A FAVOR :: “Voltamos em grande estilo à Terra Média”, por Marcelo Müller
Após um antecessor enrolado, eis que O Hobbit: A Desolação de Smaug surpreende. A continuação das aventuras de Bilbo e dos anões liderados por Gandalf é dinâmica e faz uma ótima ponte com os eventos mostrados na trilogia O Senhor dos Anéis (2001–2002–2003). Até mesmo a elfa Tauriel, personagem inexistente no livro, funciona muito bem. Mas, claro, todos esperavam a aparição de Smaug, o terrível, e não é que Peter Jackson – e sua equipe de efeitos especiais – conseguiu fazer o dragão tão ameaçador como ele é descrito nas páginas de Tolkien? Enfim, não dá para reclamar tanto de O Hobbit: A Desolação de Smaug, a não ser pela fidelidade de Jackson à mania chata de acabar o filme num momento crucial, daqueles que clamam pela sequência. Enfim, pelo menos há o que comemorar, pois voltamos em grande estilo à Terra Média.
CONTRA :: “Batalhas infindáveis, paisagens naturais de tirar o fôlego e CGIs artificiais de tirar a paciência “ por Danilo Fantinel
Nos primeiros segundos da primeira sequência de O Hobbit: A Desolação de Smaug, Peter Jackson aparece rapidamente em cena. Morde uma cenoura e cruza a tela sem dizer palavra, numa saída estratégica pela direita antes de ser reconhecido pelas massas. Eu deveria tê-lo acompanhado para saborear meu sorvete em outra sala escura, curtindo algum filme melhor, mais original. O Hobbit: A Desolação de Smaug continua O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (2012), que por sua vez se passa 60 anos antes dos eventos ocorridos na trilogia O Senhor dos Anéis (2001–2002–2003). Apesar da cronologia criada por J.R.R.Tolkien para sua monumental obra, a sequência narrativa da história perde força entre os filmes de Jackson, tão genéricos se tornaram. Podemos embaralhar seus longas e vê-los em qualquer ordem. Tanto faz. Todos têm roteiros siameses, sofrem de proliferação de personagens semelhantes, e apresentam os mesmos dilemas e conflitos. Jackson fez cinco filmes praticamente idênticos, quase indiscerníveis, com magos, elfos, anões, hobbits, orcs e todo tipo de monstros desfilando entre batalhas infindáveis, paisagens naturais de tirar o fôlego e CGIs artificiais de tirar a paciência. E a saga Hobbit terá mais um capítulo! Como se diz “tédio” em sindarin mesmo?
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