Reconhecidamente o mais poderoso de todos os super-heróis, Superman há muito tempo vinha sendo mal tratado na tela grande. Enquanto seu colega Batman colhia os louros da trilogia O Cavaleiro das Trevas, uma das mais bem sucedidas adaptações de histórias em quadrinhos para o cinema, a concorrente Marvel inaugurava todo um novo universo, abrindo espaço para personagens como Homem de Ferro, Thor e Capitão América brilharem. E como ficava o Último Filho de Krypton em toda essa história? Coube ao mesmo homem por trás dos mais recentes filmes do Homem-Morcego, Christopher Nolan, oferecer uma nova releitura em O Homem de Aço, tentando ao máximo apagar da lembrança popular a cerimoniosa versão de 2006 dirigida por Bryan Singer. E se o filme atual chegou aos cinemas causando barulho, com uma das maiores bilheterias do ano até o momento, ao mesmo tempo tem sido fortemente criticado pelos especialistas. Enquanto uns aplaudem o viés mais soturno e existencialista, outros reclamam o excesso de violência e explosões. E no meio desse fogo cruzado, Rodrigo de Oliveira levanta sua bandeira a favor, enquanto que Pedro Henrique Gomes aponta sua armadilha contra. E quem se sai melhor? Confira!
A FAVOR: “É uma releitura que traz ideias interessantes para o mito”, por Rodrigo de Oliveira
Depois do resultado morno de Superman: O Retorno (2006), filme-homenagem de Bryan Singer aos longas estrelados por Christopher Reeve no século XX, Zack Snyder ganhou a incumbência de trazer o herói da DC Comics de volta. E não poderia ser mais bem sucedido. Em O Homem de Aço, o cineasta transforma Superman em uma figura que tenta entender seu lugar no planeta. Salvando pessoas de forma rotineira, o Clark Kent interpretado por Henry Cavill não sabe direito o grande destino que tem pela frente. Quem o guia por este caminho é Jonathan Kent, interpretado com sabedoria por Kevin Costner, e, principalmente, o Jor-El vivido por Russell Crowe, em uma performance digna de aplausos. Aliás, todo o segmento em Krypton daria um belíssimo filme por si só. Emocionante em muitos momentos (Clark salvando os petroleiros, resgatando colegas em um ônibus escolar, dando seu primeiro voo) e arrebatador em tantos outros (as batalhas por Metrópolis e Smallville com o ótimo Zod de Michael Shannon são ruidosas e acachapantes), O Homem de Aço é uma aventura digna do herói. Pode não ser o Superman que todos conhecem, mas é uma releitura que traz ideias interessantes para o mito do Último Filho de Krypton.
CONTRA: “Explosões infantis e diálogos embaraçosos”, por Pedro Henrique Gomes
Não é pelo quadro de clichês e pela inumerável sequência de obviedades que O Homem de Aço é um filme trôpego. O que faz dele nada mais que um trailer com mais de duas horas é a repetição da mesma estrutura de equívocos no curto período de tempo das sequências. Assim: as cenas que pedem mais atenção (e também mais tensão) dramática destroem qualquer possibilidade de imersão, pois tudo frui mecanicamente no embalo da aventura de frivolidades e do caos desajeitado da ação. As revelações são jogadas na cara dos personagens sem qualquer habilidade (o futuro herói recebe a notícia de que seu pai não é seu pai biológico de forma semelhante a que os leões tratam os antílopes na savana), o que é um grande problema persistente nesses novos filmes de super-heróis “adultizados”, mas mesmo assim Snyder pretende sustentar um clima de suspense, que é meramente uma acumulação de registros até bastante infantis de explosões e diálogos embaraçosos. O Homem de Aço, com sua redoma de argila derretível, para ficarmos com outro clichê, é mesmo um castelo de cartas.
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