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Julianne Moore merecia o Oscar de Melhor Atriz há um bom tempo. O reconhecimento veio este ano por seu trabalho em Para Sempre Alice (2014), drama no qual tem a difícil tarefa de interpretar uma mulher diagnosticada com Alzheimer, que lida com a rápida degeneração enquanto alinha questões particulares e familiares. Pouca gente questiona a entrega de Moore, ou mesmo a relevância da temática utilizada como mote pelos diretores Richard Glatzer e Wash Westmoreland, mas há muitos que colocam em dúvida as qualidades cinematográficas de Para Sempre Alice. Contribuindo para a discussão sobre os méritos e os deméritos do longa, temos esta semana um Confronto entre o ataque de Robledo Milani e a defesa de Rodrigo de Oliveira. Confira e não deixe de opinar.

 

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A FAVOR :: É respeitoso e sensível na medida”, por Rodrigo de Oliveira
Alzheimer é uma doença degenerativa que transforma completamente a vida de quem é acometido por ela e também dos que vivem ao redor. Em Para Sempre Alice, os diretores Richard Glatzer e Wash Westmoreland são muito competentes ao mostrar esta mudança no cotidiano da família Howland. Antes uma ativa e inteligentíssima doutora em Linguística, Alice (Julianne Moore) sucumbiu a essa doença e se viu gradativamente menos como ela mesma. Seu marido e seus filhos sofrem cada um à sua maneira e Alice chega a bolar um plano para se livrar do mal de uma vez por todas. O filme consegue capturar a atenção para a temática, é respeitoso e sensível na medida e, claro, tem uma atuação irretocável de Julianne Moore, vencedora de grande parte dos prêmios em que concorreu, incluindo o Oscar. É verdade que, por vezes, Para Sempre Alice parece um telefilme, mas o peso do elenco, somado à importância da temática e o desempenho impecável de Moore à frente da história dão maior força a este esmerado trabalho dos cineastas – Glatzer, inclusive, sofria de Esclerose Lateral Amiotrófica e dirigiu o filme via tablet. Aliás, ele faleceu na mesma semana em que Para Sempre Alice estreou no Brasil, ainda tendo tempo de ver como seu filme ressoou pelos locais onde passou.

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CONTRA ::A única coisa digna de atenção é a performance de Moore, em todos os demais quesitos a obra fica devendo”, por Robledo Milani
O drama estrelado por Julianne Moore não ganhou apenas o Oscar de Melhor Atriz. Levou ainda, na mesma categoria, o Globo de Ouro, o Bafta, o Spirit, o prêmio do Sindicato dos Atores dos EUA, do Critics Choice, e de diversas associações de críticos. Em comum, além deste impressionante reconhecimento à atuação da protagonista, temos a absoluta ausência de qualquer outro tipo de destaque. Ou seja, apesar de contar com a total atenção destas agremiações e sociedades, o longa dirigido de forma burocrática pelo casal Richard Glatzer e Wash Westmoreland não recebeu uma única indicação como Melhor Filme, Direção ou Roteiro, por exemplo. Tal constatação é sintomática, pois reflete uma realidade pertinente – e quando há fatos, opiniões pouco importam. Neste filme, a única coisa digna de atenção é a performance de Moore, em um trabalho merecedor de aplausos – não o melhor dela, mas ainda assim uma justa consagração. No entanto, em todos os demais quesitos a obra fica devendo. É quase um telefilme sobre a doença da semana, tão comum nos canais de tevê à cabo. Tudo ali serve exclusivamente para o show particular de uma estrela, que entrega exatamente o esperado, mas falha em surpreender a audiência com uma boa história.

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