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Após o sucesso do primeiro Rio (2011) era fácil prever que as aventuras de Blu e sua turma de animais cantantes virariam uma franquia. Mas, espera aí, se o filme se chama Rio 2 (2014) por que ele é ambientado quase todo na Amazônia? Esse é apenas um dos questionamentos de alguns detratores que viram na sequência não mais do que a peça seguinte saída de uma linha de montagem cujo funcionamento existe apenas para gerar dinheiro à custa de entretenimento barato. Há também aqueles que não se importam com a discrepância entre título e cenário, e que ressaltam, ainda, o visual apurado do filme, o enredo divertido, a qualidade dos números musicais, entre outros argumentos. A divergência cresce na medida em que vemos na tela nosso país filtrado por olhares (majoritariamente) estrangeiros. Será que somos assim tão combativos no geral, ou só quando certos clichês tocam nossa própria identidade nacional?

Para o Confronto desta semana, chamamos à arena os críticos Rodrigo de Oliveira e Thomas Boeira, respectivamente defesa e ataque do mais recente longa de Carlos Saldanha. E você, o que achou de Rio 2? Confira e não deixa de opinar.

 

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A FAVOR:: “Tudo está muito bem realizado”, por Rodrigo de Oliveira
Confesso não ser fã do primeiro Rio, dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha. Além de ter coadjuvantes sem graça, algumas passagens estapafúrdias do roteiro tiravam o seu brilho. Por isso, a expectativa pela continuação era baixa. Felizmente, Rio 2 corrige as falhas do anterior, mostrando-se uma animação mais redonda, muito mais bem produzida e com um roteiro que aproveita bem o fato de a história se passar no Brasil. O país, inclusive, é belissimamente transposto para a animação, com Blu e Jade nos mostrando as belezas brasileiras. Mas não é apenas plasticamente que Rio 2 cativa. Os personagens ganham mais o que fazer, tanto os coadjuvantes (não tão irritantes como em outrora) quanto o trio de antagonistas (perfeito em suas maquinações e características vilanescas). Outro fator elogiável é a trilha sonora e como ela se encaixa na trama. Desde o momento I Will Survive do vilão Nigel até o esplêndido balé aéreo das araras, tudo está muito bem realizado. Só faltou uma melhor resolução para os problemas do casal principal para que Rio 2 tirasse nota 10. De qualquer forma, em um mundo onde continuações geralmente são inferiores aos filmes originais, é ótimo constatar que Carlos Saldanha só evoluiu.

 

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CONTRA:: “Animação esquecível”, por Thomas Boeira
O primeiro Rio não é uma animação das mais originais, mas ainda assim é capaz de divertir e contagiar com seus personagens e suas canções. Essa diversão é um elemento que falta para que Rio 2 seja um filme simpático de se assistir, o que, somado a uma série de clichês batidos, apenas faz com que esta seja uma animação esquecível. Ao longo de sua projeção, o filme revela gags pouco inspiradas (a única exceção fica por conta de uma sequência de humor negro envolvendo os testes para a escola de samba dos personagens Pedro e Nico), se mostra formulaico e previsível em sua trama envolvendo Blu e o pai de Jade (situação que lembra Entrando Numa Fria, 2000), e constantemente pausa o desenvolvimento da história para que números musicais pouco empolgantes deem as caras. Em meio a tudo isso, até a vingança do vilão Nigel se mostra perdida e desnecessária para o filme. Claro que ele tem seus acertos, como a mensagem ambiental envolvendo a Amazônia (ainda que esta seja passada muito superficialmente), além de os personagens continuarem carismáticos, mas isso é pouco para compensar todos os problemas da narrativa.

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