Lançada em 2009 de forma completamente despretensiosa, a comédia Se Beber Não Case foi um fenômeno de público e de crítica tão impressionante que gerou duas continuações, uma em 2011 e outra prestes a estrear no final deste mês de maio. Com um trio de atores – Bradley Cooper, Ed Helms e Zach Galifianakis – desconhecidos à frente do elenco e com um diretor – Todd Phillips – que conquistou aqui seu primeiro sucesso, o longa ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia ou Musical, o Critics Choice Awards de Melhor Comédia, o MTV Movie Awards de Melhor Comediante (Galifianakis) e foi indicado ao BAFTA e ao Writers Guild Award como Melhor Roteiro. Tudo isso após somar quase US$ 500 milhões de dólares nas bilheterias de todo o mundo. Resultados de impacto, mas que também despertaram desconfiança de alguns, que apostam na repetição de velhas fórmulas suas principais reclamações. E é por isso, motivado ainda pelo lançamento de Se Beber Não Case – Parte III, que promovemos agora esse Confronto com os prós e os contras do primeiro capítulo da trilogia. Confira!
A FAVOR: “É justamente pelos clichês que o filme tem tanta graça”, por Matheus Bonez
Se Beber Não Case parece uma comédia saída dos anos 1980. Só que, em vez de adolescentes fazendo idiotices para conseguir sexo ou qualquer coisa do gênero, há adultos se comportando como tal. Os clichês que víamos em filmes como Porky’s (1982) e afins estão lá: o bom moço que tenta não fazer nada errado, o bonitão que faz bullying com os outros, o nerd inseguro que tem medo de não conseguir relação nenhuma e, é claro, o sem noção que se agrega ao grupo sendo o responsável pela maioria das palhaçadas. A série de absurdos que acontecem com os personagens principais pode ser chamada de idiota, implausível e qualquer outro adjetivo negativo. Mas é justamente por isso que o filme tem tanta graça! Pode ser jocoso utilizar o sexo como piada a toda hora, porém é justamente a isto que a produção se propõe, não é mesmo? Não tem porque pensar algo diferente. E, com os talentosos comediantes envolvidos, a risada é certa ao fim da sessão.
CONTRA: “Histriônico e forçado, o filme aposta na vergonha”, por Willian Silveira
O diretor pode ser Todd Phillips, mas se alguém tem de reivindicar o filme para si, esse é Zach Galifianakis. Alan, personagem por ele interpretado, é o centro de onde emana a força do filme. Nada passa ou se constrói sem seu estilo de humor: beijar um cachorro na boca e tirar a calça para mostrar a cueca mal colocada são exemplos dessa comicidade que não deveria existir ou que não deveria ter dado certo. Mas existe e dá certo. Não deveria porque o seu interior é vazio e a superfície, hedionda. O cômico de Alan não pertence às gags e ações ingênuas de um Chaplin, nem mesmo ao olhar perdido e inquisidor de um Buster Keaton. Seria muito pedir, então, que fizesse parte da sofisticação de um Woody Allen. Alan está para a comicidade assim como a “novela mexicana” está para a dramaturgia: o efeito não está para o resultado, mas para si próprio, e isso é o que tem a apresentar. Histriônico e forçado, o filme de Galifianakis aposta na vergonha. Apostar em um sentimento débil costuma atestar a falta de interesse (ou competência) em produzir algo relevante. A vergonha, como é de costume, tende a ricochetear.
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