Filme mais aguardado do ano – quiçá dos últimos anos – Star Wars: O Despertar da Força (2015) está justificando nas bilheterias os milhões de dólares que a Disney, nova proprietária da LucasFilm, investiu tanto na produção quanto no massivo marketing. Sob o comando de J.J. Abrams, o sétimo episódio da franquia iniciada por George Lucas nos anos 1970 engloba a busca por Luke Skywalker (Mark Hamill), a opressão da Primeira Ordem, cujas tropas são lideradas pelo sombrio Kylo Ren (Adam Driver), o retorno à ativa de Han Solo (Harrison Ford) e de seu fiel escudeiro Chewbacca (Peter Mayhew) e a liderança de Leia (Carrie Fisher). Os novatos Rey (Daisy Ridley) e Finn (John Boyega) são alçados à condição de protagonistas, tornando-se peças-chave à sequência das histórias passadas numa galáxia muito distante, ao que tudo indica. Ainda sobre os estreantes, Poe Dameron (Oscar Isaac) possui potencial para ser um coadjuvante importante. O filme tem sido ovacionado por muita gente, mas será que não há do que reclamar? Para tirar a teima (ou embolar ainda mais), no Confronto desta semana o prata-da-casa Rodrigo de Oliveira defende Star Wars: O Despertar da Força do ataque do nosso convidado Rodrigo Ramos, do site Boca do Inferno. E aí, ao lado de qual Rodrigo você está? Confira e não deixe de opinar.
A FAVOR :: “Fato é que esta produção comandada por J.J. Abrams tem o coração no lugar certo”, por Rodrigo de Oliveira
Star Wars: O Despertar da Força é a continuação que todos os fãs da franquia pediram aos céus desde o lançamento de O Retorno de Jedi, em 1983. É lógico que temos alguns problemas aqui e acolá, mas o fato é que esta produção comandada por J.J. Abrams tem o coração no lugar certo. Apresenta novos cativantes heróis – Rey e Finn é uma dubla quebradora de paradigmas por excelência – e paga tributo ao que veio antes, em um movimento respeitoso e muito inteligente. O diretor já havia feito isso em Star Trek, deixando os fãs da saga do seu lado, respeitando o que tantos amam, mas colocando seu tempero de forma suficiente para que seja seu filme. Este balanço entre o velho e o novo é a receita do sucesso de Abrams. Desta forma, é tão emocionante ver Harrison Ford de volta como Han Solo quanto é assistir a um novo personagem empunhar o sabre de luz e tentar vencer seu oponente. Você congela ao ver a máscara de Darth Vader, mas entende que a ameaça de Kylo Ren é igualmente opressora. Tudo isso em um pacote divertido com a inesquecível música de John Williams. Como não curtir?
CONTRA :: “O menos ousado e criativo da saga”, por Rodrigo Ramos
Como diz o ditado, a expectativa é a mãe da decepção, e foi isso o que aconteceu com o novo Star Wars. Com o controle da franquia nas mãos da Disney e a direção a cargo do mediano J.J. Abrams, que já havia mostrado não entender nada de Star Trek, o resultado é um filme previsível e sem graça que abusa do apelo nostálgico aos fãs enquanto repagina a trilogia clássica para as novas audiências. Apesar dos cenários incríveis e do retorno aos efeitos práticos, a maior parte de Star Wars: O Despertar da Força já foi vista nos outros filmes da saga. São repetições demais, coincidências demais em um roteiro simplório, cheio de furos e situações que são apenas ecos dos filmes anteriores. A Disney e J.J. preferiram não arriscar e entregam um filme que está longe de ser o pior da saga, mas com certeza é o menos ousado e criativo. Os milhões instantâneos em bilheteria só confirmam o quanto O Despertar da Força é o filme mais demográfica e milimetricamente planejado da série. Um verdadeiro trabalho de engenharia para não desagradar ninguém. Digam o que quiserem dos episódios I, II e III, mas pelo menos George Lucas tentou fazer algo inovador.