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De antemão, muita gente torce o nariz para as adaptações de quadrinhos ao cinema, sobretudo por que, no geral, a discussão fica mesmo restrita às famigeradas releituras de histórias protagonizadas por super-heróis, hoje o mais lucrativo filão do esquema industrial hollywoodiano. Cria da Marvel (dentro dessa nova realidade, além de editora, também um estúdio cinematográfico), Thor: O Mundo Sombrio (2013) chegou há pouco para dar sequência a uma franquia devidamente estabelecida, tanto pelo sucesso do antecessor, quanto pela avalanche chamada Os Vingadores. Verter alguns dos ícones das HQs às telonas é prato cheio para polêmicas (nas mais variadas esferas) e com o filme dirigido por Alan Taylor (egresso da televisão) não poderia ser diferente. E se algo gera discussão (ainda bem que gera), é um prato cheio para o nosso Confronto. Nesta semana, enquanto Robledo Milani se coloca a serviço das tropas do Deus do Trovão, Dimas Tadeu ombreia com os inimigos de Asgard. Confira e não deixe de opinar!

 

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A FAVOR :: “Um filme fantástico que se sustenta por si só”, por Robledo Milani
Título fundamental da segunda fase da Marvel nos cinemas, Thor: O Mundo Sombrio é um filme fantástico que se sustenta por si só, independente de todas – a abundantes – conexões que estabelece com os demais títulos do mesmo universo. Sem se contentar em girar em torno do próprio umbigo, como fez recentemente Homem de Ferro 3, dessa vez há uma história a ser contada e em pleno desenvolvimento. Ao contrário dos demais super-heróis da Casa das Ideias, Thor é, realmente, um ser diferenciado, com poderes únicos e “especiais”. Assim como o Superman da concorrente DC, temos aqui um extraterrestre, vindo de um planeta distante – Asgard – e dono de seus próprios dramas. Estes, nesta segunda aventura cinematográfica do personagem, são explorados com riqueza de detalhes, construindo uma trama palaciana digna do melhor que Shakespeare já escreveu. Mas isso não é tudo, pois há ainda muita ação na Terra, fazendo uma perfeita ligação entre estas duas realidades. Por fim, tempos um elenco afiado, encabeçado pelo neoastro Chris Hemsworth e pela oscarizada Natalie Portman, conduzidos pelo novato Alan Taylor, um realizador criativo e sem medo de ousar. Como resultado, temos um dos maiores sucessos do ano, tanto de público quanto de crítica. O melhor de dois mundos?

 

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CONTRA :: “Direção passiva e novelística”, por Dimas Tadeu
Pra quem não é fã de super-heróis ou acha que suas peripécias nos quadrinhos não precisam transbordar para a telona, o primeiro Thor era uma espécie de alento: dirigido por Kenneth Branagh, ator e diretor britânico famoso por suas atuações em papéis clássicos de Shakespeare, o filme saiu, no mínimo, diferente do habitual para o gênero. Diálogos complexos, linguagem rebuscada e intriga familiar com fundo político eram o contexto do longa, que impressionou inclusive não-fãs de seres de capa. Daí veio a sequência, Thor: O Mundo Sombrio… e tudo isso foi eclipsado. Os efeitos especiais (inclusive o 3D) são gratuitos, batalhas e explosões pirotécnicas marcam os pontos de viradas do roteiro (cujos melhores momentos são as piadas sobre as próprias falhas) e a direção passiva, novelística, que Alan Taylor deve ter trazido de sua experiência em Game of Thrones, não contribui para muita coisa. O desespero é tanto que o inflado time de roteiristas enfia monstros e mundos na história apenas para criar um “perigo momentâneo”, que resolvem em seguida, num passe de mágica. Shakespeare pode parecer “clássico” demais para marveletes. Mas era um jeito bem legal de engolir a coisa toda.

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