Emma (Anne Hathaway) e Dexter (Jim Sturgess) se conhecem na festa de formatura, em 1988, e decidem manter amizade, voltando a se encontrar ano após ano, na mesma data, para ver como estão suas vidas. Não tarda, o amor se infiltra nas frestas dessa relação, tornando tudo mais complexo e intenso. Essa é a premissa de Um Dia (2011) filme dirigido por Lone Scherfig, baseado no romance homônimo de David Nicholls (ele próprio responsável por adaptar sua obra em roteiro). Da recepção em grande parte morna a alguns (poucos) elogios acalorados da crítica, o longa também dividiu opiniões entre os espectadores, sobretudo entre os leitores prévios do equivalente literário. Então, para colocar mais lenha nessa fogueira, chamamos Matheus Bonez e Renato Cabral, respectivamente atacante e defensor, a fim de promover o Confronto da semana. Confira e não deixe de opinar.
A FAVOR :: “Uma ode aos românticos”, por Renato Cabral
Talvez, para os fãs do livro de David Nicholls, escalar Anne Hathaway como Emma Morley não foi lá um grande acerto e talvez, Um Dia, em sua versão cinematográfica, tenha um ar quase megalomaníaco e exageradamente esperançoso quanto ao amor. Seja como for, a produção deveria ser lembrada mais pelos seus acertos do que erros. Embarcamos em uma história de amor na qual só seremos espectadores durante um dia por ano, o dia 15 de julho. Uma data que definirá para sempre a vida de Dex (Jim Sturgees) e Emma, o casal que acompanhamos. Repleto de confiança quanto ao amor e as barreiras que consegue quebrar através dos anos, mesmo quando a re-união de um casal parece impossível. Um Dia traz em sua temática uma ode aos românticos e que me desculpem os que tratam como erro a escalação de Hathaway, mas a atriz dá um ar todo especial a Emma, um misto de personagem de Jane Austen com um toque de menina destrambelhada apaixonada. Reside nela mais do que a definição do dia 15 de julho, mas sim o sentido da vida do libertino Dex.
CONTRA :: “Tudo parece forçado”, por Matheus Bonez
O principal problema de Um Dia não é a falta de química entre Anne Hathaway e Jim Sturgess. Ou o forçado sotaque britânico dela. Ou a milésima tentativa dele de ser um galã indie. Não é nem a história, um romance tão habitual como qualquer outro que ronda os cinemas todos os anos. A grande questão é a construção do casal. Não li a obra de David Nicholls, na qual o longa é baseado, para saber se o mesmo problema ocorre por lá. Porém, fica difícil engolir na tela duas criaturas tão imaturas, sem apego à vida, com pretensões tão rasas como Emma (Hathaway) e Dexter (Sturgess). Por duas décadas, a cada 15 de julho, os personagens principais se encontram, mostram que tem alguma afinidade, mas, honestamente, tudo parece forçado. Tudo bem que o amor se constrói, a paixão não escolhe, etc (coloque todos os clichês do gênero aqui). Agora, não dá pra acreditar que eles ficarão juntos. Aliás, nem torcida há, pois eles são chatos. Não há palavra mais simples para defini-los. E se num romance não há como querer que os personagens principais fiquem juntos, como isso se dá para o público entre o início e o fim do filme? Melodrama tem vez no cinema, acredito mais do que tudo. Mas tem que ser bem feito. O que não foi, neste caso.
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