O cineasta Luc Besson parece seguir a linha de seu parceiro de profissão Ridley Scott, pois há tempos não proporciona ao público um trabalho digno de nota. No entanto, o burburinho em torno do lançamento desta adaptação às telas dos quadrinhos criados pelo escritor Pierre Christin e o desenhista Jean-Claude Mézières fez crescer a esperança de muitos fãs de produções como Nikita: Nascida para Matar (1990) e O Profissional (1994). Não se pode negar que este filme é esteticamente bem executado, fazendo jus ao traço e às cores propostas por Mézières. Mas, seu poder de sedução para na questão técnica. A valorização da inteligência por parte da personagem feminina, Laureline, foi completamente esquecida, não se sabe se por falta de interesse dos produtores em investir num novo padrão de heroína ou se pela ausência de talento da jovem intérprete Cara Delevingne, que divide a cena com o também pouco expressivo Dane DeHaan. O título do filme se refere à segunda publicação, contendo histórias de Valerian e Laureline, porém o roteiro não faz muita questão de imergir o espectador novato nesse universo. Logo, quem conhece as tramas originais assiste a uma adaptação rasa e mal interpretada, e quem está tendo o primeiro contato com os personagens sai da sessão sem entender muito bem as suas motivações. Devemos levar em consideração de Valerian é conhecido por ser um herói imprudente, que só toma decisões certeiras devido à acolhida dos conselhos de Laureline, mais racional e prática. Quem gosta de cores e efeitos especiais com certeza vai se divertir. Já se você procura uma boa história, esta talvez não lhe dará boas lembranças.