Velozes e Furiosos 7 (2015) tornou-se recentemente a quarta maior bilheteria da história do cinema, com arrecadação mundial próxima de um bilhão e meio de dólares. Esse sétimo capítulo da franquia iniciada em 2001 possui um forte ingrediente emocional, já que Paul Walker, uma de suas estrelas, morreu num acidente automobilístico antes mesmo das filmagens serem finalizadas. Dublês (entre eles os irmãos de Paul, Caleb e Cody Walker) e retoques digitais foram utilizados para completar a participação do ator. O roteiro também foi reescrito para justificar a ausência de seu personagem nas sequências. Mas, a despeito disso e do sucesso de arrecadação, será que Velozes e Furiosos 7 é bom ou apenas algo que, no máximo, podemos consumir no piloto automático? Para discutir a respeito da criação do diretor James Wan, chamamos ao Confronto da semana os críticos Robledo Milani e Rodrigo de Oliveira, respectivamente atacante e defensor da mais nova aventura sobre rodas de Vin Diesel e companhia. Confira.
A FAVOR :: “Sensibilidade em um filme de ação como poucas vezes se viu”, por Rodrigo de Oliveira
O caso da franquia Velozes e Furiosos é digno de nota. Enquanto a maioria esmagadora das cineséries vai perdendo força e criatividade a cada novo capítulo, o contrário é verdadeiro quando falamos nas aventuras de Dominic Toretto (Vin Diesel), Brian O’Conner (Paul Walker) e companhia. Desde Velozes e Furiosos 5: Operação Rio (2011) os filmes têm melhorado muito, com tramas mais policialescas e menos voltadas apenas aos carros tunados. Com a inclusão de James Wan como diretor neste sétimo capítulo, a franquia não perdeu em velocidade, abraçando os absurdos das cenas de ação sem medo algum. Jason Statham se mostra um dos melhores vilões de toda a série, perigoso e imprevisível. A luta entre ele e Dwayne Johnson é um dos melhores momentos do filme. Com a prematura morte do astro Paul Walker, o roteiro teve de ser retrabalhado, e uma bela homenagem ao ator foi incluída ao final. Para uma produção que toca tanto no aspecto familiar, no qual todos aqueles amigos são, na verdade, irmãos aos olhos de Toretto, nada mais natural que uma despedida emocionante para um dos protagonistas. Sensibilidade em um filme de ação como poucas vezes se viu.
CONTRA :: “O diretor confiou demais no jogo ganho e esqueceu o principal: um motivo que justificasse este novo episódio”, por Robledo Milani
Este é um filme que chegou aos cinemas com sucesso garantido. Afinal, além de fazer parte de uma franquia com excelente retorno nas bilheterias, era também o último trabalho de Paul Walker nas telas – ele que, aos 40 anos, faleceu inesperadamente em um acidente de trânsito no final de 2013, em meio às filmagens. No entanto, o diretor James Wan – um novato no gênero que até então só havia realizado longas de suspense e terror, como Jogos Mortais (2004) e Invocação do Mal (2013) – confiou demais no jogo ganho e esqueceu o principal: um motivo que justificasse este novo episódio. Assim, o que temos são personagens desperdiçados – Dwayne Johnson e Djimon Hounsou, por exemplo, mal aparecem – e um excesso de imagens de Walker, resultado de uma parceria com os dois irmãos do ator, Caleb e Cody, que serviram de dublês. O objetivo? Exagerar no melodrama, tentando comover o espectador com emoções baratas e desconectadas do restante da trama, numa mistura evidente entre real e ficção. E no mais? O mesmo de sempre: correrias, perseguições, explosões e tudo mais já exibido antes. Paul Walker pode não ter sido um grande ator, mas merecia um adeus mais respeitoso.
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