Não há qualquer sinal de desgaste dos filmes de super-heróis junto ao público. Quem diz isso, lançamento após lançamento, é a bilheteria, indicador prioritário para os grandes estúdios de cinema. Vingadores: Era de Ultron (2015) é mais um tijolo na construção iniciada pela Marvel com a estreia Homem de Ferro, em 2008. Desta vez, os heróis são confrontados por uma inteligência artificial que coloca em risco a vida na Terra. Entre mortos e feridos, temos um exemplar digno de nota ou um subproduto de qualidade inferior? Para discutir sobre Vingadores: Era de Ultron, chamamos ao Confronto da semana os críticos Matheus Bonez e Rodrigo de Oliveira. O primeiro não acharia ruim se algo verdadeiramente novo acontecesse para chacoalhar o Universo Marvel nas telonas, já o segundo acredita que a galera da Casa das Ideias acertou mais uma vez. Confira e dê sua opinião.
A FAVOR :: “Expande o universo do Marvel e nos proporciona vontade de ver mais”, por Rodrigo de Oliveira
O maior desafio de Joss Whedon em Vingadores: Era de Ultron era suplantar o filme original, uma produção sem precedentes, que reuniu os grandes heróis da Marvel em um único grande filme. Infelizmente, esta missão não foi alcançada pelo cineasta. Mas, nem por isso, o novo longa-metragem não tem qualidades. Tem muitas. Principalmente quando temos a oportunidade de observar personagens tão poderosos quanto Thor, Capitão América, Homem de Ferro, Hulk e os demais convivendo animadamente em uma festa, ou lambendo suas feridas em uma casa afastada, tentando planejar o próximo passo contra a ameaça de Ultron. Esses momentos mais intimistas são o que de melhor esta sequência oferece. Nessas cenas pontuais, até consegue suplantar o original. Outros pontos positivos são as inclusões muito bem-vindas de novos heróis, como o Visão de Paul Bettany, um androide poderosíssimo e com senso de justiça apurado, e a Feiticeira Escarlate, que tem um arco interessante no decorrer da trama. O Ultron interpretado por James Spader mostra o ator em grande forma, realmente se divertindo com o personagem, e as cenas de ação, ainda que não sejam impressionantes, mantém a atenção do público. Vingadores: Era de Ultron expande o universo do Marvel e nos proporciona vontade de ver mais.
CONTRA :: “No final, é tudo mais do mesmo”, por Matheus Bonez
Aviso de antemão: sou fã da Marvel, das HQs aos filmes. Então, por que vou falar “mal” de Vingadores: Era de Ultron? A despeito de seus vários acertos, há uma sensação incômoda no final: mais do mesmo. Há tantos elementos na tela que o cineasta precisa correr, deixando muitas pontas soltas. Por exemplo, como a S.H.I.E.L.D. voltou se, em Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014), ela foi desmantelada? Ok, isso foi explicado no seriado Agentes da S.H.I.E.L.D., mas não tanto. E nem vale, já que TV é uma coisa, cinema é outra, por mais interligados que os universos estejam. O Visão, ótimo personagem, surge incrível, depois some, para então finalizar bem. A Marvel tem um grave problema com a maioria dos finais de suas produções: tudo parece feito de forma apressada para deixar o espectador satisfeito. Apesar disso, não se engane, eu gosto do filme. A preocupação é que esta sensação de déja vu fique cada vez mais clara na chamada Fase 3 do estúdio, o que pode acarretar uma grave queda de qualidade. E a criatividade? Pode ter sido evaporada pelas joias do Infinito.
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