Com o objetivo principal de estabelecer um diálogo franco e direto com o povo brasileiro sobre seus direitos fundamentais, a 7° Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul apresenta, durante todo o mês de novembro de 2012, um incrível conjunto de filmes em longa, média e curta-metragem, com exibições nas 26 capitais nacionais e também no Distrito Federal. Cada título escolhido tem um propósito específico, e as discussões em pauta neste ano são os direitos da Pessoa Idosa, da Mulher, à Memória e à Verdade, dos Indígenas, da Criança e do Adolescente, ao Trabalho Decente, à Alimentação Adequada, da População Carcerária, da População em Situação de Rua, das Pessoas com Deficiência, Cidadania LGBT e Igualdade Racial. Além do Brasil, serão exibidas produções da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Uruguai e Venezuela. Abaixo temos um pouco mais sobre as obras selecionadas, além da opinião dos críticos do Papo de Cinema sobre os principais filmes apresentados. Confira!

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Mostra Contemporâneos

Longas-metragens

dezVezesDez Vezes Venceremos, de Cristian Jure (Argentina, 2011)

Crítica por Willian Silveira

–       Exibido na mostra competitiva latina do 40° Festival de Cinema de Gramado, esta produção argentina acompanha a luta do índio Pascual Pichún, líder de uma comunidade Mapuche no sul do Chile, em divulgar a situação atual do seu povo através de uma rádio pirata. Tema: direito das populações tradicionais e direito dos indígenas.

 

elvis e madona posterElvis & Madona, de Marcelo Laffitte (Brasil, 2010)

Crítica por Robledo Milani

–       Madona é um travesti que vive de apresentações artísticas em casas noturnas, Elvis e uma garota lésbica que trabalha como entregadora de pizza. Mesmo sendo tão diferentes entre si, os dois acabam se apaixonando. Simone Spoladore e Igor Cotrim são os protagonistas dessa divertida comédia que conta ainda com participações de José Wilker e Maitê Proença. Tema: cidadania LGBT e diversidade sexual.

 

cartaz HojeHoje, de Tata Amaral (Brasil, 2011)

Crítica por Robledo Milani

–       Vera é uma ex-militante política, do tempo da ditadura militar brasileira. Luiz, o marido, reaparece após anos sem dar notícias. Os dois tem muito o que conversar, e esse acerto de contas será mais dolorido e surpreendente do que se imagina. Denise Fraga ganhou o candango de Melhor Atriz no Festival de Brasília, enquanto que o longa de Tata Amaral ficou com o prêmio de Melhor Filme. Tema: direito à memória e à verdade.

 

marighella 01Marighella, de Isa Grinspum Ferraz (Brasil, 2012)

–       Carlos Marighella foi um dos maiores nomes da militância de esquerda no Brasil durante os anos 1960. Assassinado pela ditadura militar em 1969, tem sua vida resgatada agora através desse documentário assinado pela própria sobrinha. Tema: combate à tortura e direito à memória e à verdade.

 

filmes 2163 Paralelo 10 PosterParalelo 10, de Silvio Da-Rin (Brasil, 2011)

–       Um barco sobre o Rio Envira, no Acre, leva o sertanista José Carlos Meirelles e o antropólogo Terri de Aquino. Com poucos recursos, os especialistas desempenham incansavelmente suas tarefas – que incluem não só a negociação permanente  com as populações ribeirinhas estabelecidas na área, como o enfrentamento com traficantes e posseiros que tentam invadi-la. Tema: conflitos fundiários, direito à terra e direito das populações tradicionais.

 

Média-metragem

Imagem O veneno est na mesaO veneno está na mesa, de Silvio Tendler (Brasil, 2011)

Crítica por Rodrigo de Oliveira

– O quão saudável é de fato o que comemos? Este documentário assinado pelo consagrado diretor Silvio Tendler provoca e denuncia os alarmantes níveis de agrotóxicos praticados pela agricultura nacional e os perigos dessa prática para a saúde humana e mesmo para a própria natureza. Tema: meio-ambiente e sustentabilidade.

 

Curtas-metragens

Funeral à cigana, de Fernando Honesko (Brasil, 2012)

Menino do Cinco, de Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira (Brasil, 2012)

Uma, Duas Semanas, de Fernanda Teixeira (Brasil, 2012)

Vestido de Laerte, de Claudia Priscilla e Pedro Marques (Brasil, 2012)

Estes quatro títulos são os principais destaques da mostra de filmes curtos.

–       Funeral à Cigana foi exibido no 40° Festival de Cinema de Gramado, de onde saiu com kikito de Melhor Trilha Musical. Trata-se de uma trama confusa e um tanto ineficiente em seu objetivo, que é falar das diferenças étnicas e sociais dos diversos povos que compõem a nossa sociedade, com seus costumes e tradições.

–       Menino do Cinco também foi exibido em Gramado, onde ganhou os kikitos de Melhor Filme, Prêmio da Crítica, Júri Popular, Roteiro e Ator. O tema em debate aqui é o direito da criança e do adolescente e o direito da população em situação de rua.

Os dois curtas seguintes foram exibidos na mostra competitiva do 45° Festival de Cinema de Brasília.

–       Uma, Duas Semanas, sobre o monótono cotidiano de um aposentado irremediavelmente perturbado, saiu de mãos abanando da premiação, mesmo discutindo a cidadania LGBT, o direito da pessoa idosa e a diversidade sexual.

–       Vestido de Laerte, por outro lado, foi o grande premiado do ano, conquistando os candangos de Melhor Filme e de Direção de Arte. Em cena, o cartunista Laerte percorre um longo caminho para conseguir o direito de frequentar banheiros femininos. O assunto, como não poderia deixar de ser, é sobre cidadania LGBT e diversidade sexual.

 

Homenagem Eduardo Coutinho

cabramarcadoCabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho (Brasil, 1984)

–       Talvez a obra mais conhecida de um dos mais relevantes cineastas brasileiros. Documentarista consagrado, Coutinho retoma neste projeto, após 17 anos, a ideia de filmar a história do líder camponês João Pedro Teixeira, assassinado à mando de latifundiários do Nordeste durante o período da ditadura militar. Premiado pela crítica internacional no Festival de Berlim, trata de temas como conflitos fundiários, direito à memória e à verdade e direito das populações tradicionais.

 

Exibição Especial

batismo de sangueBatismo de Sangue, de Helvécio Ratton (Brasil, 2006)

Crítica por Robledo Milani

–       O combate à tortura e o direito à memória e à verdade estão em cena neste contundente trabalho assinado pelo diretor mineiro Helvécio Ratton. Caio Blat, Daniel de Oliveira e Ângelo Antônio interpretam padres que acabam se envolvendo na luta armada contra a ditadura militar no Brasil durante os anos 1960. Adaptado do livro homônimo do Frei Betto, vencedor do Prêmio Jabuti.

 

O DIA QUE DUROU 21 ANOSO dia que durou 21 anos, de Camilo Tavares (Brasil, 2012)

Crítica por Willian Silveira

–       Camilo Tavares, filho do jornalista e escritor Flavio Tavares, resgata, através de documentos secretos da CIA e áudios originais da Casa Branca (EUA), como os presidentes norte-americanos articularam o plano civil e militar para derrubar o presidente brasileiro João Goulart em 1964. Exibido primeiramente no formato de série de televisão, este documentário permanece inédito nos cinemas nacionais. Tema: direito à memória e à verdade.

 

a margem da imagemÀ Margem da Imagem, de Evaldo Mocarzel (Brasil, 2003)

Crítica por Rodrigo de Oliveira

– Um painel sobre as rotinas de sobrevivência, o estilo de vida e a cultura dos moradores de rua da cidade de São Paulo, abordando temas como exclusão social, desemprego, alcoolismo, loucura, religiosidade, degradação urbana, identidade e cidadania. O filme também trabalha a questão do roubo da imagem dessas comunidades, promovendo, assim, uma discussão ética dos processos de estetização da miséria. Tema: direito da população em situação de rua.

 

A programação completa, com salas, dias e horários em todas as cidades, e a lista completa dos filmes selecionados para a 7° Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul podem ser conferidos no site oficial do evento: www.cinedireitoshumanos.org.br

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