20170702 joana francesa papo de cinema

Que diretor pestanejaria diante da oportunidade de trabalhar com Jeanne Moreau, uma das maiores atrizes do cinema, emblema da nouvelle vague? O brasileiro Cacá Diegues pode se orgulhar da colaboração com ela neste filme repleto de outros nomes importantes. A trama se passa no ano de 1930. Joana (Moreau) é dona de um prostíbulo em São Paulo. Um de seus clientes, o Coronel Aureliano (Carlos Kroeber), apaixonado e casado com uma moribunda, decide convida-la a se estabelecer na sua fazenda de cana-de-açúcar no Pernambuco. A mulher, então deslocada do espaço urbano, toma contato com uma realidade bastante distinta, logo assumindo a chefia de uma família em franca decadência. A rivalidade com o clã vizinho dá contornos ainda mais fortes ao conflito do qual a personagem de Moreau toma partido.  Uma curiosidade fundamental é a dublagem da atriz francesa. Fernanda Montenegro se encarregou de emprestar sua voz e, portanto, de construir o sotaque afrancesado da protagonista. Cacá Diegues, expoente do Cinema Novo, talvez um dos artistas do movimento que mais tentou dialogar com o público, pode não ter feito com este um de seus longas-metragens mais elogiados ou bem-sucedidos no que tange à bilheteria, mas certamente vai ficar marcado, entre outras coisas, como o brasileiro que fez a grande Jeanne Moreau desfilar seu talento num filme nosso. – por Marcelo Müller

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