Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1998, portanto um dos últimos títulos brasileiros a serem lembrados pela Academia nesta categoria, o longa de Bruno Barreto é um poderoso thriller baseado em fatos. Na trama, acompanhamos a trajetória de Paulo (Pedro Cardoso) e seus parceiros do Movimento Revolucionário 8 de Outubro durante uma perigosa ação contra a Ditadura Civil-Militar. Os planos do MR8 eram sequestrar o embaixador norte-americano Charles Elbrick (Alan Arkin) e, em troca, conseguir a liberdade de outros revolucionários e, de quebra, chamar a atenção internacional para a Ditadura. Paulo é, na verdade, Fernando Gabeira, o autor do livro que deu origem ao longa-metragem, que, assim como vários outros personagens, teve seu nome trocado. Do elenco estelar nacional, destacam-se Fernanda Torres, Cláudia Abreu, Luiz Fernando Guimarães e Matheus Nachtergaele. Para viver o embaixador norte-americano, no entanto, era importante Barreto escalar um ator internacional. O escolhido não poderia ser melhor. Alan Arkin, à época, era um artista duas vezes indicado ao Oscar (por Os Russos Estão Chegando! Os Russos Estão Chegando!, 1966, e Por que Tem de ser Assim?, 1968) e emprestou muito da sua credibilidade ao papel. Embora tenha uma presença diminuta na trama, o embaixador vivido por Arkin é uma figura de carne e osso, totalmente relacionável com o espectador. Uma escalação de primeira de Bruno Barreto, que ainda convidou outro ator estrangeiro, Fisher Stevens, para viver o assessor de Elbrick. – por Rodrigo de Oliveira