por Roberto Cunha*

Fim da sessão de Grace de Mônaco (2014) e a ideia era garantir um espaço dentro da (sempre) concorrida sala das coletivas de imprensa. Lá, estavam presentes os atores Nicole KidmanTim Roth e o diretor Olivier Dahan, além de outros membros da equipe, mas um dos principais focos, como era de se esperar, foi a atriz.

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POLÊMICA COM A FAMÍLIA REAL

Sobre as acusações da família de que o filme seria uma farsa, Nicole Kidman tentou ser objetiva, repetindo o que já tinha dito anteriormente: “É óbvio que me sinto triste, mas acho que o filme não tem nada de maldoso com a família, particularmente, com Grace ou Rainier (o príncipe interpretado por Tim Roth). Os respeito e gostaria que soubessem que o trabalho foi feito com amor“.

Ela aproveitou o momento para reforçar o discurso do diretor, no ponto de que é uma obra de ficção e, como tal, é sempre permitido tirar uma licença dramática. Olivier Dahan disse que não é um filme biográfico. “Mesmo que seja tudo verdade, sou alguém que lê muito, que gosta de coletar informações. As escolhas de Grace Kelly são verdadeiras, foram bem documentadas“, afirmando que se inspirou no que leu. “Eu não queria ser apenas factual, queria ir mais fundo“, finalizou Dahan.

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PREPARO PARA O PAPEL

Quando perguntaram sobre a preparação, ela revelou que assistiu a vários filmes de Grace Kelly, além de estudar outras fontes sobre a atriz que se tornou princesa. Segundo ela, o melhor filme de Kelly é também o seu preferido de Alfred Hithcock: Janela Indiscreta (1954). Tim Roth, por sua vez, declarou que pouco sabia sobre seu personagem na vida real: “Estava intrigado. Não sabia muito sobre ele, o que não era um coisa ruim, porque me deu um pouco mais de liberdade“.

AFINIDADES COM A PRINCESA

Kidman aproveitou uma pergunta sobre sua “ligação” com o personagem para fazer uma brincadeira e, também, um elogio ao maridão, o músico Keith Urban, com quem tem duas filhas. “Vejo algumas semelhanças. Óbvio que não casei com um príncipe. Quer dizer, sou casada com um. O príncipe da música country“, disse rindo. Questionada se deixaria a carreira em nome do amor, como fez a personagem, Nicole Kidman disse que poderia fazer isso. “Acho que o amor é a emoção“, recordando que quando ganhou o Oscar (em 2003, por As Horas), foi para casa e viveu o momento mais solitário de sua vida. Na época, ela estava separada de Tom Cruise.

*enviado especial do Papo de Cinema ao Festival de Cannes 2014

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é publicitário, crítico de cinema e editor-executivo da revista Preview. Membro da ACCRJ (Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro, filiada a FIPRESCI - Federação Internacional da Crítica Internacional) e da ABRACCINE - Associação Brasileira dos Críticos de Cinema. Enviado especial do Papo de Cinema ao Festival Internacional de Cinema de Cannes, em 2014.
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