Por Roberto Cunha*
Estrelado por Ricardo Darin e produzido por Pedro Almodóvar, a comédia divertiu a plateia da Sala Debussy, no terceiro dia do evento.
Relatos Salvajes (2014)
Muito Bom =D
Terceiro longa do diretor argentino Damián Szifron, profissional com bastante experiência na TV argentina, esta comédia exibida no terceiro dia de competição arrancou muitos risos da plateia e aplausos ao final. E foi legal ver que isso aconteceu com um filme desse gênero, terminando depois da meia-noite e com sala cheia, mesmo com a sessão apresentando, no início, um chiado terrível (alto demais) mais de uma vez. Reunindo seis contos com doses generosas de humor negro, a ideia do roteiro do próprio cineasta é explorar os limites do ser humano no quesito paciência, lidando com temas corriqueiros, como o estresse urbano, a corrupção, os desejos de vingança até chegar a famigerada traição amorosa. É ver para crer e rir!
Para tentar explicar melhor o que acontece na sala escura, Relatos Salvajes começa com um conto curtinho, uma esquete mesmo, que se passa dentro de um avião e já faz ali o filme decolar. Ao fim dela, entram os créditos super caprichados, ilustrando cada nome com a imagem de um animal. Dessa forma, todos atores e equipe técnica são bichos selvagens, devidamente “conectados” com uma determinada característica, como a hiena e sua grande orelha para o Som, a girafa e a bela pelagem ficou com Arte, e Direção e Roteiro ficou com a raposa. Esse cuidado mostra o capricho dos produtores de pedigree elevado, como Esther García, Agustín Almodóvar e, acredite, Pedro Almodóvar. Chique, não? No elenco primoroso em sua entrega espontânea, mesmo no conto mais fraquinho (sobre corrupção), destaca-se Ricado Darin, mais uma vez interpretando um sujeito mal humorado. A música tem o auxílio luxuoso do oscarizado Gustavo Santaolalla. Precisa dizer mais?
http://www.youtube.com/watch?v=xdv61uCTso0
*Enviado especial do Papo de Cinema ao Festival de Cannes 2014
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