Por Roberto Cunha*

Estrelado por Ryan Reynolds, The Captive deixou muita gente irritada, com vaias ao final da sessão. Abaixo, você tem um breve panorama do filme e também os destaques da coletiva de imprensa. Boa leitura! ;)

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Captives (idem, 2014)

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Uma menina foi sequestrada e seus pais, abalados com a situação, acabam se separando. O pai não admite o erro de ter deixado a filha sozinha por um instante e a esposa menos ainda. Oito anos se passaram, mas alguns indícios levam os policiais a acreditar que ela ainda está viva, vítima de algum tipo de pedófilo que a mantém em cárcere privado.

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Mais do que abordar os erros que o ser humano comete, o roteiro escrito por Egoyan e David Fraser (experiente em TV) procura envolver o espectador numa aura de mistério, movendo-se para frente e para trás. A iniciativa, no entanto, válida em vários projetos, não se mostra muito eficiente. Falta consistência nos personagens e uma série de situações são plantadas com muita conveniência ao longo da trama, enfraquecendo o resultado final. Mas o público de uma maneira geral pode até curtir, porque é um título com uma pegada mais comercial.

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Com mais de 50 prêmios na prateleira e outras dezenas de indicaçõess, Atom Egoyan é figurinha carimbada em Cannes, onde já levou quatro prêmios, mas nenhuma Palma de Ouro. Se isso acontecer com Captives, será uma grande surpresa e a razão é muito simples: o filme não tem força para isso. Aliás, para nenhum prêmio. Recebeu o maior número de vaias até agora.

COLETIVA DE IMPRENSA

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Algo que ilustra bem a repercussão negativa do filme junto a imprensa internacional foi a ausência de fila na coletiva de imprensa de Captives. Mas o elenco principal, diretor e produtora estavam lá e, abaixo, você tem um panorama rápido do que foi falado na sala.

ORIGEM DO PROJETO

O diretor Atom Egoyan explicou que a ideia veio de uma situação real. Uma criança foi sequestrada no Canadá, por distração da mãe, e seu rosto estampou cartazes por lá. Ele conhecia o lugar e isso o atraiu para rodar o filme.

A MOTIVAÇÃO

Bastante econômico em suas respostas, Ryan Reynolds, conhecido por fazer comédias e filmes comerciais, contou que topou integrar o elenco porque a história do casal o tocou. “Acho fascinante como eles podem se separar e enfrentar os fatos com mecanismos tão diferentes”, disse, lembrando que poder trabalhar com bons diretores, como Egoyan, também foi preponderante.

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PERIGO REAL E IMEDIATO

Rosario Dawson, que interpreta a investigadora dedicada a este tipo de crimes, contou que a pedofilia e o trabalho dos policiais é algo que a interessa muito. “É uma realidade. Este tipo de comunidade existe na internet e funciona 24 horas por dia”, alertou. Dando ares de que estava pouco à vontade na mesa, Kevin Durand apelou para o clichê na hora de responder, dizendo que era um “grande desafio”, que ficou “realmente fascinado” com a ideia de ser o “vilão”.

PARA PENSAR

Confiante de que seu filme provocaria a reflexão, o cineasta ressaltou algo muito maior do que simplesmente a figura tradicional do vilão, vivido por Durand, algo  “verdadeiramente poderoso” para fazer o espectador pensar quem são os envolvidos e até onde a história irá. Dawson, a mais falante da mesa, reforçou que o mais terrível do filme é saber que qualquer pessoa pode fazer parte de uma rede de pedófilos. Segundo ela, “são pessoas normais, com família e uma casa bonita. Não estão em uma esquina com uma máscara. Podem estar sentados ao seu lado”.

*Enviado especial do Papo de Cinema ao Festival de Cannes 2014
As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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é publicitário, crítico de cinema e editor-executivo da revista Preview. Membro da ACCRJ (Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro, filiada a FIPRESCI - Federação Internacional da Crítica Internacional) e da ABRACCINE - Associação Brasileira dos Críticos de Cinema. Enviado especial do Papo de Cinema ao Festival Internacional de Cinema de Cannes, em 2014.
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