O veteraníssimo Robert Redford só foi indicado, até agora, aqui e no Satellite. Nenhuma outra premiação sequer chegou a se lembrar dele. Mas, puxa, estamos falando de Robert Redford! E se ele está no páreo, é melhor ninguém duvidar da sua força. John C. Reilly, por sua vez, é o que parece estar mais por fora do radar, enquanto Lin-Manuel Miranda está na mesma condição de Redford – aqui e no Satellite – mas, por outro lado, figura num dos filmes do ano, o que sempre pode ser um elemento a seu favor. Sobram, no entanto, Christian Bale – presente no longa com o maior número de indicações desta edição – e Viggo Mortensen, também num dos filmes mais premiados desta temporada. Agora, o mais engraçado é perceber quem ficou de fora. Rami Malek (Bohemian Rhapsody), Bradley Cooper (Nasce uma Estrela) e John David Washington (Infiltrado na Klan), os três concorrendo a Melhor Ator em Drama, no Satellite estão disputando a categoria de Melhor Ator em Comédia ou Musical. Enquanto Redford, que concorre aqui, lá está entre os finalistas de Drama. É no meio dessa confusão que fizemos as nossas apostas, nada muito certeiro, mas que ao menos oferece uma direção entre os favoritos da festa do dia 06 de janeiro.
Indicados
Viggo Mortensen, por Green Book: O Guia
Os desempenhos de Viggo Mortensen e Mahershala Ali têm sido os maiores destaques de Green Book: O Guia. A grande diferença é que Ali foi multipremiado há muito pouco tempo, por sua atuação em Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016). Seria a vez, portanto, de Mortensen? Tanto é que ele está indicado também ao Screen Actors Guild e ao Critics Choice – como Ator e como Ator em Comédia – além de ter sido eleito o melhor ator do ano pelo National Board of Review. Por essa performance, aliás, foi indicado ainda nas premiações dos críticos de Dallas-Fort Worth, Florida, Houston, Los Angeles (online), North Texas, San Diego, São Francisco, Toronto, Vancouver e Washington. Já com duas indicações ao Oscar – e, com essa, quatro ao Globo de Ouro – está mais do que na hora de finalmente lhe oferecerem o reconhecimento que tanto merece. Ao menos a nossa torcida ele já tem!
Christian Bale, por Vice
Em sua quarta indicação ao Globo de Ouro, Christian Bale sucumbiu sob quilos de maquiagem para dar vida ao ex-vice-presidente norte-americano Dick Cheney. E o feito tem deixado muita gente impressionada, tanto que está indicado também ao Critics Choice – como Ator e como Ator em Comédia – e ao Screen Actors Guild, foi premiado pelos críticos de Dallas-Fort Worth, Nevada, Filadélfia e Kansas City, e foi indicado às premiações dos críticos de Washington, Vancouver, Utah, St. Louis, Southeastern, São Francisco, San Diego, Phoenix, North Texas, Los Angeles (online), Londres, Houston, Detroit, Chicago e Florida. Como se percebe, ele tem marcado presença em todas as listas, talvez nem sempre na primeira posição, mas nunca muito longe do pódium. E no Globo de Ouro, como o filme foi bastante abraçado, sendo o recordista em indicações nesta edição, é bem provável que sobre, também para ele, um agrado. É um resultado, definitivamente, nem um pouco improvável.
John C. Reilly, por Stan & Ollie
No papel de Oliver Hardy, John C. Reilly brilha nessa cinebiografia da inesquecível dupla O Gordo e o Magro. Ao lado de Steve Coogan (como Stan Laurel), ele simplesmente desaparece para fazer jus ao talento superlativo do cômico que deixou a infância de muita gente bem mais divertida. O filme, no entanto, uma produção inglesa, meio que passou fora do radar, e ainda que tenha recebido sete indicações ao British Independent Film Awards, não levou qualquer estatueta para casa. E nessa premiação, veja só, apenas Coogan foi indicado, com Reilly fora da festa. Mas isso foi na Inglaterra. Pois nos Estados Unidos, o norte-americano é que tem sido mais saudado, premiado pelos críticos de Boston e e de San Diego (aqui, pelo “conjunto de trabalho”, ao lado de WiFi Ralph e The Sisters Brothers). Já no Critics Choice, ele até foi indicado, mas somente como Ator em Comédia, sem ter entrado também na de Melhor Ator do ano. Ou seja, não tem sido ignorado. Mas, também, possui poucas chances de obter um maior reconhecimento.
Daveed Diggs, por Ponto Cego
Indicado ao Film Independent Spirit e nas premiações dos críticos de Detroit e Seattle, a performance de Daveed Diggs foi uma das grandes revelações de 2018. Ponto Cego, sensação no Festival de Sundance, onde estreou no comecinho do ano, até já foi exibido nos cinemas brasileiros, mas passou tão rapidamente pelas telas que pouca gente teve chance de descobri-lo. Resta, agora, esperar por uma oportunidade nas plataformas de streaming. Como um jovem prestes a sair da prisão condicional, ele – também é um dos autores do roteiro do filme dirigido por Carlos López Estrada – consegue discutir questões urgentes e que estão na pauta do momento, como racismo, preconceito social e relacionamentos amorosos, porém sem nunca perder o bom humor. Uma comédia que em nenhum momento nega as suas origens, ainda que também não deixe também de estar atento aos principais debates da atualidade, defendida por um intérprete que tem aqui a melhor chance da sua carreira até o momento.
:: Confira aqui tudo sobre o Globo de Ouro 2019 ::