Dois ingleses, dois espanhóis e um norte-americano. Qual deverá ser o favorito para os membros da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, um grupo de jornalistas de todos os cantos do mundo que estão nos Estados Unidos justamente para trabalhar próximos dos maiores astros e estrelas do planeta? Bom, talvez a matemática não seja assim tão simples na maioria das vezes, mas nesse caso ela é, sim: dificilmente alguém irá tirar a estatueta dourada das mãos de Darren Criss. Seria lindo ver Antonio Banderas, aqui na pele de um dos maiores artistas de todos os tempos – e seu compatriota – sair vitorioso, mas é bem provável, após sua derrota no Emmy, que o mesmo venha a acontecer por aqui. Afinal, na temporada anterior, quando Geoffrey Rush interpretou ninguém menos que Albert Einstein, foi exatamente isso que se sucedeu: foi indicado a tudo, e premiado em nada. Por outro lado, Benedict Cumberbatch até foi lembrado no Emmy – e, fora esses dois, em mais lugar nenhum. Hugh Grant, por outro lado, talvez esteja em um dos maiores desafios de sua carreira, enquanto que Daniel Brühl, ainda que excelente em cena, já deve agradecer ao simples fato de terem lembrado dele.
Indicados
- Hugh Grant, por A Very English Scandal
- Antonio Banderas, por Genius: Picasso
- Daniel Brühl, por O Alienista
- Darren Criss, por American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace
- Benedict Cumberbatch, por Patrick Melrose
FAVORITO
Darren Criss, por American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace
Vencedor do Emmy – concorrendo com os mesmos Antonio Banderas e Benedict Cumberbatch – e do Gold Derby, além da premiação da Associação Online de Cinema & TV, Darren Criss está indicado também ao Screen Actors Guild, ao Critics Choice, Ao Television Critics Association, ao People’s Choice, ao MTV Movie Awards e ao Satellite. Ou seja, não houve premiação nos Estados Unidos capaz de ignorar a performance do rapaz, tão intensa e perturbadora na pele do assassino Andrew Cunanan que chegou a roubar o show quase que por completo para si, deixando de lado outros nomes de destaque, tais como Edgar Ramirez e Penélope Cruz (que concorrem ao Globo como coadjuvantes). E como o Globo de Ouro adora investir em novos talentos, esse aqui, que combina um assunto bastante pop com um talento já reconhecido, oferece uma combinação quase irresistível. Podem apostar: o prêmio já é dele!
AZARÃO
Hugh Grant, por A Very English Scandal
No papel do líder do Partido Liberal Britânico Jeremy Thorpe, Hugh Grant deixa de lado todo e qualquer preconceito para oferecer humanidade a um personagem controverso e bastante polêmico. Afinal, Thorpe foi acusado, quando ainda no mandato, de ter armado uma conspiração para assassinar seu ex-amante, um caso que acabou indo parar nos tribunais da Inglaterra em 1979. A Very English Scandal – algo como Um Escândalo Bem Inglês – é uma produção da Amazon Prime Video que, infelizmente, ainda não está disponível no Brasil. No entanto, além de concorrer a Melhor Minissérie ou Telefilme no Globo, no Critics Choice e no Satellite, teve seus dois astros – Grant e Ben Whishaw – indicados também nas mesmas premiações (o primeiro como protagonista, o segundo como coadjuvante). E o galã de Quatro Casamentos e um Funeral (1994) – filme que lhe rendeu o Globo de Ouro há mais de vinte anos – concorre também ao Screen Actors Guild. Ou seja, ele tem tanto histórico como trabalho para mostrar.
SEM CHANCES
Daniel Brühl, por O Alienista
Por este belíssimo trabalho, um projeto coordenado por Cary Joji Fukunaga (vencedor do Emmy por True Detective, 2014) e John Sayles (indicado ao Globo por Lone Star: A Estrela Solitária, 1996), entre outros, Daniel Brühl foi lembrado apenas aqui e no Satellite – e ignorado no Emmy, no Critics Choice e no Screen Actors Guild. O que é uma pena, pois sua performance é digna de nota, sim, ainda mais ao lado de colegas como Luke Evans e Dakota Fanning – muito mais “astros” do que bons intérpretes, vamos combinar. Brühl – nascido na Espanha, porém criado na Alemanha – tem neste ano a sua segunda indicação ao Globo de Ouro: concorreu antes como Ator Coadjuvante em Cinema por Rush: No Limite da Emoção (2013), um desempenho que o levou também ao BAFTA, ao Critics Choice e ao SAG, tendo sido considerado um dos grandes injustiçados do Oscar naquele ano. Pelo jeito, essa sina irá se repetir mais uma vez. Infelizmente.
ESQUECIDO
Anthony Hopkins, por King Lear
Um dos maiores astros de Hollywood, à frente de um dos clássicos imortais de William Shakespeare e, mesmo assim, foi ignorado? Como isso pode ter sido possível? Difícil de explicar. Talvez a única justificativa seja o fato de ser uma produção original da Amazon Prime Video que pouca gente viu – mas esse não foi o mesmo caso de A Very English Scandal, que, por sua vez, foi indicado a tudo? Bom, o certo é que King Lear concorre ao Critics Choice como Melhor Telefilme do ano, e além de disputar essa mesma categoria também no Satellite, teve ainda seus coadjuvantes Emma Thompson e John Macmillan lembrados. Anthony Hopkins, vencedor do Oscar por O Silêncio dos Inocentes (1991), por sua vez, foi lembrado na premiação do Sindicato dos Atores de Hollywood, o que já é suficiente para deixar qualquer um dos seus fãs e admiradores com água na boca para conferir mais essa performance estelar do veterano inglês. Azar dos votantes do Globo de Ouro, que deram com essa ausência mais uma demonstração de imensa cegueira.
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